O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, embarca amanhã para uma missão de 15 dias em quatro países: Itália, Japão, Armênia e Rússia. Na primeira parte da viagem, ele participará de um painel da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), no qual falará sobre “Tendências de longo prazo dos preços da commodities e desenvolvimento agrícola sustentável”. A reunião será realizada nesta segunda-feira (3), em Roma.
Em seu discurso, Novacki vai apresentar dados da Embrapa Imagens mostrando que 61% do território brasileiro continua preservado. "Vamos rebater posicionamentos da FAO que são equivocados em relação à agricultura brasileira, como a questão da pecuária como grande emissora de gás carbônico e pelo desmatamento das nossas terras. Isso não condiz com a realidade. Ao contrário, temos a legislação ambiental mais rigorosa do mundo", afirmou.
Outro ponto a ser defendido pelo secretário-executivo do Mapa é o de que os produtos agropecuários brasileiros sejam vistos no exterior como um padrão de qualidade e sustentabilidade. “Ao serem obrigados a preservar de 20% até 80% de suas propriedades, os fazendeiros brasileiros prestam grande serviço ao mundo tanto do ponto de vista da conservação da biodiversidade quanto do enfrentamento das mudanças climáticas. E isso tem que ser reconhecido de alguma forma.”
Japão, Rússia e Armênia
Da Itália, o secretário-executivo do Mapa segue para o Japão, onde irá tratar da abertura e ampliação do mercado de carnes brasileiras e discutir questões tarifárias para suco de laranja e café. Novacki informou que está na pauta de discussão com o governo japonês a exportação de carne bovina termoprocessada. Já a negociação para exportação da carne in natura só deve ser concluída em um ano e meio.
O secretário-executivo disse ainda que pretende abrir para todos os estados brasileiros a exportação de carne suína para o Japão, que compra atualmente apenas de Santa Catarina. Em contrapartida, os japoneses querem vender para o Brasil carnes da raça wagyu. “Não vejo qualquer problema nisso”, comentou.
Novacki também deve formalizar com os japoneses um acordo de cooperação para troca de tecnologia e compartilhamento de informações meteorológicas que vão aumentar em dez vezes a precisão das previsões do tempo. A parceria com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) já vinha sendo discutido há algum tempo.
A terceira etapa da missão será na Rússia, onde Novacki deverá negociar a ampliação do número de plantas frigorificas autorizadas a exportar carnes. Também devem entrar na mesa de discussão a abertura do mercado para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Por sua vez, os russos pretendem aumentar as exportações de pescados e trigo para o Brasil.
A etapa final da viagem será para transformar em acordos comerciais memorandos de entendimento e cooperação assinados pelo presidente Michel Temer e o presidente da Armênia, Serzh Sargsyan, durante visita do armênio ao Brasil em agosto. "Será a primeira missão oficial após a visita e a ideia é estender ao mercado de carnes armênio a possibilidade de exportação dos mesmos estabelecimentos que já atendem a Rússia", assinalou Novacki.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias
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