sexta-feira, 1 de junho de 2018

Soja no BR termina semana com preços perto dos R$ 90 nos portos acompanhando o dólar



Publicado em 01/06/2018 17:47




Além do feriado prolongado nesta semana no Brasil, a paralisação dos caminhoneiros ajudou a manter os negócios travados no mercado nacional da soja. As cotações registraram poucas variações e, em algumas praças de comercialização, chegaram até mesmo a manter sua estabilidade. 
As exportações nacionais foram severamente comprometidas, bem como o andamento dos negócios no mercado interno e os prejuízos ainda estão sendo contabilizados. 
"Isso é preocupante, uma vez que o Brasil disputa o primeiro lugar como exportador de soja, essa paralis geral mostra que podemos ter problemas sérios para escoar todo o produto. Temos uma logística falha, onde 80% das rodovias não são pavimentadas. A legislação portuária é boa, mas quando a questão é fazer dragagem e limpeza do canais, caímos na questão ambiental", diz a analista de mercado Rita De Baco, da De Baco Corretora de Mercadorias. 
"Nossa eficiência, dentro da porteira, supera os países de primeiro mundo. Nossa ineficiência, fora da porteira, proporciona despesas adicionais que corroem os ganhos competitivos do agro", conclui.
Nesta sexta-feira (1), apenas os portos registraram variações, com destaque para Parnaguá. No terminal paranaense, os ganhos superaram 1,7% e levaram o disponível aos R$ 88,00 por saca e o março/19 a R$ 89,00. Em Rio Grande, alta de 0,23% para R$ 86,20 no disponível e de 0,35% no junho/18 para R$ 86,80. 
O caminhar do dólar também favoreceu esse cenário, que culminou com o pedido de demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente. A moeda americana fechou o dia com alta de 0,8% e valendo R$ 3,76. Na semana, a divisa subiu 2,68%.
"A demissão gera dúvidas sobre a continuidade das políticas ortodoxas do governo", afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano à agência de notícias Reuters. 
Leia mais:
>> Dólar sobe a R$ 3,76 após Parente deixar Petrobras
Mercado Internacional
Na Bolsa de Chicago, as cotações acumularam perdas de quase 2% entre os principais vencimentos, com o julho/18 valendo US$ 10,21 por bushel, e o setembro com US$ 10,30. Nesta sexta, o mercado atuou com estabilidade durante todo o dia. 
O mercado continua atento às negociações entre China e Estados Unidos, bem como a possibilidade de algum progresso entre as conversas que impactam os acordos comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Até que novidades efetivas partam desse quadro, o caminhar dos preços na CBOT deverá ser limitado.
"Apesar do recente cenário otimista criado com promessas de acordos bilaterais que intensificariam o comércio direto entre os estadunidenses e os chineses, a Administração de Trump voltou a ameaçar a imposição tarifária sobre produtos de importação da China, cujo foi um dos estopins para tal embate. Em contrapartida, o Governo chinês retoma o seu posicionamento de retaliação caso qualquer tarifa seja implantada em suas exportações. O Mercado carece de confirmações para adicionar ou retirar o peso deste fator na equação dos preços", dizem os analistas da AgResource Mercosul.
O outro fator que direciona o andamento dos futuros da oleaginosa é o clima no Meio-Oeste americano. Ainda como explica a consultoria americana, as novas lavouras norte-americanas se mostram com bom desenvolvimento, o plantio caminha bem nessa temporada e, até esse momento, não há grandes ameaças.
"No entanto, a chegada de temperaturas mais quentes sobre o Centro-Oeste do país na próxima semana, preocupa os produtores desta região", informa o boletim da ARC.
Ainda nesta quinta, o mercado se atenta também aos números das vendas semanais norte-americanas para exportação divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números vieram fracos, por mais uma semana, da safra velha e dentro do esperado para a nova. 
Na semana encerrada em 24 de maio, as vendas americanas de soja 2017/18 foram de 273,4 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 300 mil e 600 mil toneladas. O Japão foi o maior comprador. Da safra nova, as vendas somaram 771,6 mil toneladas, contra projeções de 350 mil a 750 mil toneladas.
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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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