Publicado em 30/08/2018 10:16
Credores que representam 61,82% dos cerca de R$ 3 bilhões da dívida corrigida desde 2015 das usinas do Renuka, somando 92,44% CNPJs, e que aprovaram nesta quarta (29) o novo aditamento do Plano de Recuperação Judicial do grupo indiano, ainda não sabem como as duas unidades continuarão operando por falta de matéria-prima suficiente. A expectativa maior está na credibilidade do potencial comprador da Revati, que entrará em leilão até 90 dias, e cujo principal ativo é o conjunto do sistema operacional de cogeração de energia, entre os de maior potência no mercado.
Jonas Castro, com quase R$ 1 milhão em crédito aberto, fornecedor nesta unidade de Brejo Alegre (SP), lembra que a situação mais complicada é em relação à Madhú, de Promissão, também de São Paulo. O plano aprovado prevê que ela deverá ser vendida em até 3 anos, seja em venda direta ou em leilão, mas com capacidade de até 6 milhões/t por safra – entre as 5 maiores do Brasil -, e alta capacidade ociosa atualmente, sua operacionalidade vai se complicando e pode afastar interessados.
As informações oficiais são de que a Madhú esmagará de 3 a 3,5 mi/t nesta safra, mas é um número colocado em reticência. “Ninguém sabe ao certo”, diz Castro.
Para o canavicultor de Ribeirão Preto e com fazendas na região de Brejo Alegre, “o Renuka está há muito tempo carregando esse problema, com canaviais depauperados, com poucos fornecedores, e os equipamentos se deteriorando”.
Vale destacar, porém, que Castro continua fornecendo para o Shree Renuka Sugars, mesmo tendo um ativo a receber. Ele fez acordos com o grupo e entregou 45 mil/t de cana na safra passada e nesta já chegou a 32 mil/t. “Eles pagaram direitinho”, afirma Jonas Castro.
Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas
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