segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Indústria chinesa tem queda pela primeira vez em dois anos; 2019 parece difícil



Publicado em 31/12/2018 16:16



PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China caiu pela primeira vez em mais de dois anos neste mês de dezembro, mostrando que Pequim tem um enorme desafio pela frente ao tentar acabar com uma contundente guerra comercial com Washington e reduzir o risco de uma desaceleração econômica ainda mais acentuada em 2019.
A crescente pressão sobre a indústria sinaliza uma contínua perda de ímpeto na China, aumentando as preocupações sobre o abrandamento do crescimento global, especialmente se a disputa sino-americana se arrastar.
Os atritos comerciais já prejudicam as cadeias de fornecimento globais, alimentando preocupações de que o problema se intensifique para o próximo ano de comércio mundial, investimentos e mercados financeiros instáveis.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) - o primeiro a mostrar a situação da economia da China a cada mês - caiu para 49,4 em dezembro, abaixo do nível de 50 pontos que separa o crescimento da contração, mostrou uma pesquisa da Agência Nacional de Estatísticas (NBS) nesta segunda-feira.
Foi a primeira queda desde julho de 2016 e a previsão mais fraca desde fevereiro de 2016. Os analistas previam que o índice cairia de 50,0 no mês anterior para 49,9.
Espera-se que a China implemente mais medidas de apoio econômico nos próximos meses, além de uma série de iniciativas neste ano. Uma desaceleração prolongada no setor fabril, fundamental para os empregos, provavelmente desencadearia novas tentativas de estimular a demanda doméstica.
Em novembro, a produção industrial subiu no menor nível em quase três anos, enquanto o crescimento dos lucros nas empresas industriais caiu pela primeira vez em quase três anos.

Em discurso de Ano Novo, presidente da China diz que ritmo das reformas não irá "estagnar"

PEQUIM (Reuters) - O ritmo das reformas na China não vai estagnar e a porta para o mundo exterior estará ainda mais aberta em 2019, disse o presidente Xi Jinping nesta segunda-feira em seu discurso de Ano Novo, no qual também alertou para os desafios futuros.
Por repetidas vezes Xi ressaltou a importância das reforma neste ano, uma vez que a China completa 40 anos desde as mudanças marcantes em seu modelo econômico, e em meio a uma pressão crescente para melhorar o acesso ao mercado para empresas estrangeiras e a uma vigente guerra comercial com os Estados Unidos.
Em um discurso transmitido por todos os principais meios de comunicação estatais, Xi disse que em 2018 a China conseguiu levar adiante mais de 100 importantes medidas reformistas.
"O mundo viu uma China cujas reformas e abertura ganharam velocidade...", disse Xi. "O ritmo das nossas reformas não vai estagnar, e a porta da abertura econômica se ampliará ainda mais."
Xi não mencionou especificamente a guerra comercial com os Estados Unidos, se limitando a dizer que 2019 trará "oportunidades e desafios".
"À medida que abrimos os olhos para dialogar com o mundo, nos deparamos com grandes mudanças, mudanças não vistas em 100 anos", acrescentou, sem detalhamentos.
"Não importa como a situação internacional mude, a confiança e a determinação da China em salvaguardar a soberania nacional e a segurança não mudarão. A sinceridade e a boa vontade da China em manter a paz mundial e promover o desenvolvimento comum não mudarão".
Tags:
 
Fonte: Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário