Publicado em 28/12/2018 08:10 e atualizado em 28/12/2018 09:37
Este ano o setor entrou amargando a retração forte do mercado de 2017. Maioria dos produtores enfrenta muitas dificuldades de se manter no longo prazo.
Natália Grigol - Pesquisadora do CepeaPodcast
Leite cai no 2º/s anulando alta de 50% até agosto, com 2019 apontando maior demanda; produtor ainda é tomador de preços
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Com um ano atípico para a cadeia do leite em virtude da greve dos caminhoneiros, as referências se valorizaram até o mês de agosto acumulando uma alta de 50%. No entanto, a tendência para o próximo ano é que a forte demanda eleve as cotações.
De acordo com a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol, a crise dos últimos dois anos e a estagnação econômica prejudica o consumo de lácteos. “Ao contrário das outras proteínas, o leite tem a produção totalmente voltada para o mercado interno. Então, estamos esperando que o próximo ano traga o aumento do consumo e é um cenário que nós estamos traçando”, afirma.
No auge da crise econômica em 2017, os patamares de preços chegaram ficar muito baixos que influenciou muitos produtores rurais a saírem da atividade. “O que ficaram estão mais receosos com relação aos investimentos. Nós tivemos problemas com a demanda, mas a oferta limitada foi mais forte neste ano”, comenta.
Após a greve dos caminhoneiros com a oferta restrita, as referências foram se valorizando até agosto em mais de 50% no acumulado. “A receita do produtor conseguiu dar um salto e aumentou bastante, porém é preciso lembrar que essa rentabilidade não cobriu os prejuízos de 2017”, diz.
Desde setembro, os preços do leite estão em queda e a expectativa é que continue com esse cenário por conta de entressafra. “Nós esperamos queda nas cotações até fevereiro e dependendo das condições climáticas até março. Entretanto, a perspectiva para o começo do ano é um pouco mais positiva se comparada com os anos anteriores”, destaca.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado que mais produz leite é Minas Gerais em que 27% da captação nacional vem da localidade. “Dentro do estado tem o triângulo mineiro e o sudoeste mineiro que acabando tendo preços mais elevados do que as outras regiões por conta da competição entre os lacticínios”, aponta.
Em contrapartida, a região sul do país tem avançado muito em produção e produtividade. “Nas bacias do sul, nós vemos uma evolução muito mais consistente do que a mineira. Desde 2014, o sul produz o maior volume do leite do país”, completa.
Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas
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