quinta-feira, 30 de abril de 2015
BC eleva taxa de juros para 13,25% ao ano
A alta de junho poderá ser a última do ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013 e que foi interrompido temporariamente durante o período eleitoral
O Banco Central anunciou a quinta alta consecutiva da taxa básica de juros (Selic), que passou de 12,75% para 13,25% ao ano. Também deixou aberta a possibilidade de elevar os juros novamente na próxima reunião, em junho.
A alta de junho poderá ser a última do ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013 e que foi interrompido temporariamente durante o período eleitoral.
Esse já é o maior período de aumento da taxa desde que a Selic passou a ser usada como instrumento de política monetária, em 1999.
Com a nova elevação, CDB e fundos ampliaram sua vantagem sobre a caderneta de poupança (veja ao lado). Isso tem reduzido a aplicação de recursos na poupança.
Unanimidade
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) desta quarta-feira (29) foi unânime. No comunicado sobre o aumento, o BC repetiu o discurso das duas últimas reuniões, de que tomou a decisão "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".
A maior parte do mercado financeiro já esperava que o BC mantivesse o ritmo de alta de juros em 0,50 ponto percentual. Para a próxima reunião, a projeção é de aumento de 0,25 ponto percentual.
O aumento da taxa básica é um dos fatores que têm contribuído para a alta dos juros bancários, que estão no maior patamar em quatro anos e devem continuar subindo.
Correção
O aperto monetário, combinado com a política de austeridade nas contas públicas, faz parte de uma tentativa do governo de corrigir os problemas gerados pela política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma.
Os efeitos dessa política já se refletem na queda da atividade econômica, na piora no mercado de trabalho e na desaceleração no crédito.
A inflação deve continuar acima de 8% no acumulado em 12 meses até o fim do ano, devido ao impacto da alta do dólar e do "tarifaço" de 2015.
Mas o BC considera que, com a ajuda da política de aperto monetário, chegará à meta de 4,5% ao fim de 2016.
Em relação à desaceleração da economia, a instituição diz que a atividade irá se recuperar com a melhora no nível de confiança, o que depende do controle dos preços e dos gastos públicos. Os juros estão no maior patamar desde janeiro de 2009, quando o BC iniciou o ciclo de corte por causa da crise global.
Data de Publicação: 30/04/2015 às 10:30hs
Fonte: Folha de S. Paulo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário