quinta-feira, 30 de abril de 2015
Embrapa participa de evento mundial sobre agricultura de montanha (27/04/2015)
Nesta quarta-feira, 29 de abril, será lançado o evento Mountains 2016, uma iniciativa internacional da qual a Embrapa participará no ano que vem e que pretende discutir o desenvolvimento sustentável das áreas de montanha com base na ciência, no conhecimento e na inovação
O lançamento oficial do evento, que será realizado em Bragança, Portugal, será transmitido pela internet a partir das 11 horas, pelo link http://www.cimo.esa.ipb.pt.
O Mountains 2016 integra dois eventos: a X Convenção Europeia da Montanha e a I Conferência Internacional sobre Investigação e Desenvolvimento Sustentável em Regiões de Montanha. A intenção é reunir em um mesmo ambiente de debate cientistas, decisores, agricultores e outros atores dos espaços de montanha provenientes de todas as regiões do mundo, para partilharem experiências e discutirem soluções de desenvolvimento sustentável.
A organização é do Centro de Investigação de Montanha e do Instituto Politécnico de Bragança, com a participação da Associação Europeia da Montanha (Euromontana), da Embrapa, da cátedra da Unesco em desenvolvimento sustentável de montanhas e da Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). São integrantes também a Câmara Municipal de Bragança, a Associação de Jovens Agricultores de Portugal, o Crescente Fértil do Brasil e as organizações internacionais Mountain Partnership e Montain Research Initiative.
A Embrapa e a Agricultura de Montanha no RJ
As montanhas constituem ambientes diferenciados, onde a dificuldade de acesso, proporcionada pela topografia; a susceptibilidade a variações climáticas; a pouca profundidade do solo, provocando deslizamentos de terras e processos erosivos; as oscilações de temperatura entre os períodos diurno e noturno, determinam especificidades para a produção agrícola nesses ambientes, que influenciam na comercialização e no desenvolvimento local. Para o manejo adequado dos agroecossistemas nessas áreas, é importante que os agricultores se apropriem da noção de território, e de conhecimentos agroecológicos, de forma a terem autonomia na busca de caminhos que viabilizem melhores condições de permanência e prática da agricultura nas montanhas, inclusive percebendo como o manejo adequado desses ambientes proporciona produção de gêneros alimentícios diferenciados.
Apesar de todas as particularidades dos ecossistemas montanhosos, a maioria dos países, incluindo o Brasil, aplica nestas regiões políticas as leis elaboradas para áreas planas. A Embrapa, juntamente com instituições parceiras como Emater-Rio e Pesagro-Rio, vem trabalhando junto a agricultores da Região Serrana Fluminense no desenvolvimento e adaptação de técnicas que sejam mais adequadas ao tipo de solo, clima e relevo, bem como no fortalecimento da noção territorial junto aos agricultores, como estratégia de diferenciação dos espaços e seus produtos.
Plantio direto para cobertura do solo, adubação verde Tomatec®, agroindústria de brotos comestíveis e boas práticas de pós-colheita são algumas das técnicas que os agricultores estão tendo contato e adotando.
Segundo o pesquisador Renato Linhares de Assis, da Embrapa Agrobiologia, para o manejo adequado dos agroecossistemas em ambientes de montanha, as práticas agroecológicas devem ser a base tecnológica apropriada. O pesquisador ressalta que para viabilizar soluções para a agricultura da região é necessário ouvir os produtores. A utilização de métodos participativos para a promoção de modelos de desenvolvimento rural em que os agricultores envolvidos se apropriem da noção de território, dos conhecimentos e processos agroecológicos vem sendo empregados pela Embrapa na região serrana fluminense há quase uma década. "É uma forma de dar autonomia aos agricultores na busca de caminhos para melhores condições de permanência e prática da agricultura nas montanhas". afirma Assis.
Particularmente, na Região Serrana Fluminense, o cultivo de hortaliças é desenvolvido, principalmente, em pequenos estabelecimentos de produção familiar em ambientes de montanhas e não utilizam práticas conservacionistas de solo. Se por um lado, a agricultura da região é caracterizada por altas produtividades, por outro lado, está associada a uma vulnerabilidade social e a unidades de produção com problemas ambientais relacionados ao uso intensivo dos solos, no que decorre aumento nos riscos econômicos para os agricultores, já elevados, face aos altos custos dos insumos utilizados, associados à incerteza de preço para os produtos agrícolas que os remunerem adequadamente.
Estrategicamente localizado em Nova Friburgo, município caracterizado como polo econômico regional e importante produtor de hortaliças, o Núcleo de Pesquisa e Treinamento para Agricultores da Embrapa, tem avançado para reverter este quadro de degradação ambiental e incerteza econômica. Grupo técnico envolvendo a Embrapa através das Unidades Agrobiologia, Hortaliças, Solos, Agroindústria de Alimentos, Pecuária Sul e outras Instituições como a Emater-Rio e Pesagro-Rio, vem há sete anos reunindo esforços e estabelecendo várias estratégias com enfoque sistêmico com o intuito de ampliar a percepção dos agricultores sobre a importância das práticas agroecológicas, especialmente no contexto dos ambientes montanhas, garantindo a conservação ambiental e a qualidade da produção.
Data de Publicação: 30/04/2015 às 08:50hs
Fonte: Embrapa Agrobiologia
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