Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta terça-feira (31) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal ampliaram as perdas e fecharam o dia com desvalorizações entre 4,75 e 8,00 pontos. Ainda assim, os preços se mantiveram acima do patamar de US$ 4,00 por bushel. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,04 por bushel e dezembro/16 a US$ 4,08 por bushel.
Segundo o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França, o mercado recuou diante das perspectivas de finalização do plantio do milho da safra 2016/17 nos Estados Unidos. No final da tarde de hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz novo boletim de acompanhamento de safras com a atualização sobre o andamento dos trabalhos nos campos e das condições das lavouras.
"A expectativa é que o departamento indique a semeadura do grão próxima do final no país. Já as lavouras americanas em boas ou excelentes condições deverão ficar próximas de 70%. Nos próximos dias, as chuvas deverão ser parciais e o tempo deverá permanecer estável. Um clima favorável para o fechamento do plantio e também para o desenvolvimento das plantações", reforça o consultor de mercado.
Além disso, o recuo nos números dos embarques semanais, divulgados pelo USDA, também ajudaram na composição do cenário. "Tivemos dados decepcionantes depois de uma série de boas semanas", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures. Até a semana encerrada no dia 26 de maio, os embarques de milho somaram 786,407 mil toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.076,464 milhão de toneladas.
As expectativas do mercado para esta semana, porém, variavam entre 990 mil e 1,3 milhão de toneladas. O acumulado, assim, subiu a 28.414,420 milhões de toneladas, contra 31.911,906 milhões registrados no mesmo intervalo da safra 2014/15. Do mesmo modo, as informações sobre o mercado financeiro também continuam a influenciar o andamento das commodities agrícolas.
No dólar, as atenções estão voltadas para as recentes valorizações, especialmente após a sinalização de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, deva elevar a taxa de juros no país entre os meses de junho ou julho. As especulações ganharam força na última sexta-feira (27), quando a presidente do banco, Janet Yellen, anunciou a possibilidade da medida.
O comportamento dos preços do petróleo também continua sendo observado pelos participantes do mercado. Na semana anterior, as cotações superaram a barreira psicológica de US$ 50,00 o barril. Os analistas afirmam que com o petróleo mais caro aumenta a demanda pelo etanol derivado de milho nos Estados Unidos.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta terça-feira (31) em campo positivo. As principais posições do cereal finalizaram o dia com valorizações entre 0,02% e 1,66%. O contrato julho/16 era cotado a R$ 45,85 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 42,90 a saca com alta de 1,18%.
As cotações do cereal testaram uma correção após as quedas registradas no dia anterior, de mais de 2%. E, parte dessa sustentação tem como origem a valorização cambial. Ainda hoje, a moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 0,96%, cotada a R$ 3,6123 na venda. Segundo dados da agência Reuters, a movimentação é decorrente das preocupações com o cenário político no Brasil, após a queda de mais um ministro do governo interino de Michel Temer e do indiciamento do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco.
Contudo, nesse instante, o foco do mercado está no início da colheita da segunda safra do cereal, conforme ressaltam os analistas. No maior estado produtor do grão, o Mato Grosso, a colheita já supera os 1,11% da área cultivada, de acordo com dados levantados pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Já no Paraná, outro importante estado produtor do grão, a colheita já alcançou 1% até o último dia 1 de maio, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural). Contudo, em algumas localidades, especialmente no Oeste do estado, os produtores estão atentos às chuvas constantes. Os analistas ponderam que o andamento da colheita da safrinha deverá acomodar os preços em patamares mais baixos.
Enquanto isso não ocorre, as cotações seguem firmes no mercado interno em meio à relação apertada entre oferta e demanda. E Itapetininga (SP), o valor subiu 20,78%, com a saca a R$ 49,82 a saca, já em Cascavel (PR), o preço registrou alta de 1,23% e a saca fechou o dia a R$ 41,00. No Porto de Paranaguá, saca para entrega em setembro/16 permaneceu estável em R$ 37,50. Diante desse quadro, os consumidores têm recorrido às importações do cereal.
Fonte: Notícias Agrícolas
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