Os futuros da oleaginosa subiam, por volta das 8h50 pontos nos principais contratos
O mercado da soja na Bolsa de Chicago volta do feriado nos Estados Unidos operando em campo positivo na sessão desta terça-feira(31). Os futuros da oleaginosa subiam, por volta das 8h50 pontos nos principais contratos. Assim, o vencimento julho/16 - o mais negociado agora - era cotado a US$ 10,89 por bushel. Em maio, a posição registrou uma alta de 6%, segundo informam analistas internacionais.
Na CBOT, os negócios retomam seu movimento positivo à espera de novidades, principalmente, sobre a nova safra dos Estados Unidos e as atuais condições de clima por lá. Hoje será reportado o novo boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e os números, que chegam somente após o encerramento do mercado, podem mexer com os preços nos últimos dias.
Além disso, os traders acompanham também a movimentação das demais commodities, em especial o petróleo, e do dólar frente às principais moedas internacionais. Segundo analistas, o mercado ainda sente essas influências externas e segue se mostrando ainda bastante sensível à elas, tal qual a seus fundamentos.
Veja como se comportou o mercado brasileiro nesta segunda-feira:
Soja: Com oferta disputada, mercado brasileiro deve ter semana agitada e preços firmes
Sem a referência do mercado internacional, os negócios com a soja no Brasil também iniciaram a semana caminhando em um ritmo mais lento e operações pontuais. Além da Bolsa de Chicago fechada nesta segunda-feira (30) - em função do feriado do Memorial Day comemorado nos EUA - o dólar voltou a cair no Brasil e também desencorajou os produtores a realizarem novas vendas.
No entanto, analistas chamam a atenção para um mercado interno ainda bastante firme, com preços batendo recorde nos portos e nas principais praças de comercialização do interior do Brasil diante uma oferta que se ajusta cada vez mais frente a uma demanda extremamente aquecida.
Na tarde desta segunda, apesar de nominais, os valores praticados nos principais terminais de exportações ainda eram elevados. Em Paranaguá, R$ 91,00 por saca tanto para a soja disponível quanto para a da nova safra, e ganho de 2,25% no mercado futuro em relação à última sexta-feira (27). Já em Rio Grande, eram R$ 90,00 no produto disponível e R$ 91,00 para a oleaginosa da safra 2016/17.
Nos próximos dias, porém, os negócios deverão voltar a se aquecer, justamente em função desse menor volume de produto disponível e em um cenário em que as vendas da safra 2015/16 já passam de 80%, o que deve manter o produtor que ainda tem essa oleaginosa segurando suas vendas daqui em diante, aguardando por momentos que poderiam ser ainda melhores.
Internamente, a entressafra deverá chegar mais cedo neste ano, confirmando a disputa entre as exportações e a demanda interna pela soja da atual temporada. Os prêmios elevados nos portos - que passam de 70 centavos de dólar nas posições mais curtas de entrega e de 20 nas mais distantes - também são um termômetro deste momento e confirmar a procura dos importadores pela oleaginosa nacional.
"Para a semana acredito que vamos ter muita disputa pelos lotes que vierem a mercado. A indústria passou a adotar uma postura compradora e temos visto negócios sendo fechados acima da paridade de exportação em muitas praças. Estamos ainda em maio e já se vê isto", epxlica Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, em Cascavel, no Paraná.
Nesta segunda-feira, e sem a referência de Chicago, a região Oeste do estado apresentou apenas algumas referências variando entre R$ 87,00 e R$ 88,00 por saca. Em Ponta Grossa, na última semana, a cotação chegou a superar os R$ 90,00 por saca e, em praças de Mato Grosso, os R$ 80,00. Além dessa apertada relação de oferta e demanda, porém, os preços mais altos em Chicago também deram um suporte ao avanço dos preços, bem como um dólar mais valorizado nos últimos dias. Na região de Jaciara, também em Mato Grosso, alguns negócios foram confirmados com preços na casa dos R$ 84,00 por saca.
De acordo com um levantamento reportado nesta segunda pelo Cepea, os preços internos da soja em grão registraram, nos últimos dias, os maiores patamares nominais de sua série histórica, e os valores do farelo acompanharam esse movimento. "Em termos reais, as cotações do grão são as maiores desde outubro/15 e as do derivado, desde janeiro/16 (atualizados pelo IGP-DI de abril/16). A média deste mês (até 27 de maio) da soja (Paraná) supera em 11,3% a de maio/15, em termos reais. Segundo pesquisadores do Cepea, as altas vêm, especialmente, das maiores demandas doméstica e externa", informou o alerta da instituição.
Ainda de acordo com o Cepea, os ganhos da soja brasileira são um reflexo ainda das perdas na Argentina, as quais já comprometem diretamente na oferta do país de farelo, que é o maior produtor e exportador mundial do derivado. "Diante do bom ritmo dos embarques do farelo, compradores brasileiros têm tido dificuldades na aquisição do derivado. Assim, os preços internos sobem com força e as aquisições no spot ocorrem apenas para suprir a demanda imediata", explicam os pesquisadores do Cepea.
Para Motter, o farelo tem sido mesmo a "perna forte do complexo soja", após a força expressiva que adquiriu recentemente. "Na verdade, foi o farelo que ajudou o grão a chegar onde chegou. Por isso, acredito que teremos uma semana agitada, continuação da semana anterior", explica o analista.
Outro fator de importante e resistente estímulo aos preços vem das impressionantes exportações brasileiras. "Nunca se viu este ritmo de exportações, tão veloz e tão cedo, com tanto volume. Do ponto de vista do abastecimento interno, para a entressafra, isto é preocupante", explica o analista da Granoeste.
Data de Publicação: 31/05/2016 às 11:10hs
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Notícias Agrícolas
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