segunda-feira, 30 de maio de 2016

Plantio de milho começa tarde mas colheita é precoce em MT 30/05/2016 07:28




A nova safrinha de milho mato-grossense já está sendo escoada pelos principais corredores logístico do Estado. O que mais chama à atenção desse início de colheita é o antagonismo que marca este ciclo: a temporada com o plantio mais longo já registrado no Estado é também recordista em antecipação da colheita.
Conforme o Diário antecipou na edição do último dia 21, as colheitadeiras voltaram a se movimentar muito antes da virada do mês. Com as primeiras toneladas sendo ofertadas ainda dentro do período de entressafra, é possível, como destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que os produtores aproveitam os preços históricos que estão sendo cotados ao cereal. Apesar do início antecipado da colheita, a segunda safra ainda segue cheia de incertezas, principalmente em relação ao rendimento por hectare, já que os atrasos na semeadura e o corte de chuvas registrado desde abril podem ter comprometido o desenvolvimento de boa parte das lavouras.
A semana encerrou com 1,11% dos 4,24 milhões de hectares colhidos. Na variação semanal, houve um avanço de 0,74 pontos percentuais (p.p.) e vantagem de 0,49 p.p. sobre o mesmo período de 2015. “O que chama atenção é a antecipação da colheita de uma semana em relação ao ano passado e de duas a três semanas em relação aos anos anteriores”, pontuam os analistas do órgão.
Como explicam, a produção que está disponível agora é em grande parte referente ao milho que foi semeado em dezembro de 2015 e início de janeiro deste ano. “Considerando que o mercado mato-grossense está ofertando preços jamais vistos, girando em torno de R$ 36,98/sc e com ganho diário médio de 0,9% nos últimos dez dias, espera-se que o produtor que já tem milho pronto na lavoura acelere ao máximo os trabalhos no campo para aproveitar as boas oportunidades de venda que surgirem”. Com esse cenário, é possível que o pico de safra possa ser antecipando para o mês de junho, contra o que se via em julho.
As regiões que retomaram a ação no campo foram a centro sul, médio norte, oeste e sudeste. Noroeste e norte ainda não retomaram a movimentação das colheitadeiras no campo. Em razão da incipiência da colheita, o órgão ainda não pôde disponibilizar uma média da produtividade.
Conforme o analista do Imea, Ângelo Ozelame, as primeiras parciais da média de produtividade, bem como a divulgação de uma nova estimativa de produção, só serão possíveis com o avanço da colheita, o que deve ocorrer em meados de junho. Por enquanto de forma oficial, o Instituto trabalha com uma projeção de produtividade em 90,7 sacas por hectare (sc/ha) e produção de 23,09 milhões de toneladas (t).
Apesar dos números, o segmento já admite que a produtividade poderá ficar, na média estadual, inferior ao avaliado na última estimativa, publicada em abril. Mais uma vez o clima seco, de calor intenso e de chuvas esparsas e irregulares, ditou o ritmo de desenvolvimento das lavouras, que perderam o potencial produtivo.
As lavouras do milho 2015/16, em Mato Grosso, estão praticamente todas pendoadas atualmente, tendo a maior parte, aproximadamente 72%, aflorado no mês de abril. Nesse período, registrou-se pluviosidade média no Estado em torno de 52 milímetros (mm), volume abaixo da necessidade hídrica das plantas na fase de reprodução.
Em maio, período em que 16,9% do milho ainda deve estar no estádio reprodutivo, a situação é crítica em relação à pluviosidade, visto que a previsão é de uma média de 10,4 mm para o Estado. Segue em paralelo neste mês a preocupação com as plantas que devem estar enchendo o grão, em torno de 77,7% do milho. “Importantes processos na cultura do milho, que são decisivos para a boa produtividade da safra mato-grossense 2015/16, estão sujeitos a um nível de pluviosidade abaixo do que é necessário, tanto na fase reprodutiva quanto na fase de enchimento dos grãos”.
Em razão dessa constatação, o Imea ressalta que novos levantamentos estão sendo realizados pela equipe técnica do órgão e que em breve o resultado da safrinha poderá ser melhor dimensionado. 

Fonte: Diário de Cuiabá

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