quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Arroba registra 1ª alta em três meses


Bovinos

Arroba registra 1ª alta em três meses


Indicadores mostram que pode haver sustentação na valorização, inclusive no mercado futuro
Por:  -MARIANNA PERES 
Publicado em 02/08/2017 às 22:20h.
O preço médio da arroba do boi gordo, em Mato Grosso, apresentou a primeira reação positiva, após uma série de quedas que vêm sendo registradas desde meados de março, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca. Depois de 11 semanas consecutivas, o preço da arroba à vista registrou fechou o mês de julho cotada a R$ 114,99, em média no Estado. Na semana anterior, o preço adotado internamente ficou em R$ 114,70. Outra valorização foi no mercado futuro, com arroba sendo travada em R$ 134,22 para outubro, ante R$ 131,42 na semana anterior.
Apesar de pequena, a alta é vista como um indicativo de que o setor pode melhorar nos próximos meses. O pecuarista Marcos Jacinto, do município de Gaúcha do Norte, explica que alguns fatores podem indicar recuperação.
“Começamos a registrar aumento na procura por bezerros e animais para engorda, o que aponta que os pecuaristas estão com boa expectativa. Além disso, está diminuindo a oferta de vacas que são abatidas no período de estiagem e a tendência é que o preço da arroba aumente com a redução de animais disponíveis”.
O levantamento semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que o número de fêmeas abatidas cresceu 8,38% em relação ao primeiro semestre de 2016 e totalizou mais de 1,1 milhão de animais. A participação também atingiu a maior proporção no abate desde 2014, com 48,90% do total. Este fenômeno é consequência do descarte de animais no período de estiagem em tempo de crise.
“Sem pasto e sem perspectiva de mercado, o produtor acaba enviando a vaca gorda para o abate no intuito de reduzir custos. E foi isso que aconteceu e pressionou ainda mais a arroba”, explica Marcos Jacinto.
Outro item que apresentou ligeira recuperação foi o da escala de abates, que passou de 6,85 dias para 6,51, ou seja, diminuiu o tempo de espera para o produtor comercializar seu rebanho.
OS NOVOS 4% - O mercado ainda não soube avaliar se parte da pequena valorização possa estar atrelada à redução da alíquota de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a transferência de gado em pé a outros estados para 4%. A nova alíquota confirmada e publicada em Diário Oficial no mês passado, saiu de 7% para 4% e será válida por um prazo de 90 dias.
Até meados de julho a desvalorização da arroba no Estado, dependendo da região, chegou perto de 20% na comparação anual, cotada a R$ 107.
O setor produtivo, disse no final de junho – quando a redução foi anunciada – que o pedido dos pecuaristas era para isenção de imposto para o abate de animais em outros estados, pois a medida traria competitividade ao mercado local, minimizando os reflexos da crise.
“A pecuária é a segunda economia do Estado e, depois da delação da JBS e da Operação Carne Fraca, o Estado – que detém o maior rebanho de bovinos do país, 29 milhões de cabeças – vinha contabilizando desde março constante redução sobre a cotação da arroba”, argumentou o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires.
O presidente da Acrimat, Marco Túlio Soares, pontuou na época que mesmo sem a concessão da isenção, “a nova alíquota {4%} é um percentual que vai ajudar muito a nossa categoria e atende uma demanda da Acrimat no intuito de garantir opções de venda para os produtores do Estado e com isso valorizar a arroba com a ampliação de mercado consumidor para o boi pronto ao abate”. (Com assessoria)

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