quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Presidente da Abrapa discorda que agronegócio seja desconhecido e diz que pobreza não impede negócios no exterior

De Maceió - André Garcia Santana
30 Ago 2017 - 15:20




Diante do diagnóstico que o agronegócio brasileiro é desconhecido internacionalmente, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo Moura, destacou a liderança do Brasil em diversas culturas e garantiu que a sombra da pobreza, que paira sobre o país, não tem impedido avanços lá fora. A análise foi feita na tarde desta quarta-feira (30), no 11º Congresso do Algodão, em Maceió – AL, após declaração do especialista Marcos Jank, junto ao presidente da Monsanto, Rodrigo Santos.


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Eles estiveram em um encontro realizado em São Paulo no dia 17 de agosto, onde, segundo publicação da Data Agro, apontaram que no exterior, quando se fala de agricultura nos trópicos, a associação direta é com baixa tecnologia, pobreza e fome. “O que sabemos, não reflete a realidade do agro brasileiro”. Ele destacou que nossa agricultura é de alta tecnologia, compete sem subsídios, tem arranjos contratuais eficientes e uma economia de escala forte. “O desconhecimento é impressionante”, ressaltou Santos, acrescentando que ainda nos comunicamos mal. 

Ao Agro Olhar, o presidente da Abrpa explicou que o volume da produção nacional não permite que o Brasil seja ignorado. “Eu não ouvi essa declaração, mas vi comentários sobre. Se verdadeira, eu discordo. O Brasil é muito bem reconhecido no exterior, somos o primeiro lugar em milho, em algodão, em soja, café e uma série de produtos. Então é impossível sermos ignorados. É claro, também há uma visão de pobreza e desinformação, mas nosso agronegócio é conhecido. Diria que hoje somos conhecidos principalmente por três coisas: carnaval, futebol e agronegócio”, explicou.

O presidente da Monsanto reforçou que o setor produz com sustentabilidade e lembrou que 64% do nosso território é coberto por vegetação nativa. Isso, segundo o executivo, pode ser trabalhado como uma vantagem competitiva para o produto agrícola brasileiro nos mercados internacionais, que classifica o Brasil como celeiro sustentável do mundo. Na opinião de Jank, o Brasil precisa contar melhor para o mundo como é seu agronegócio. 

A vantagem já foi mencionada anteriormente pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Desenvolvimento (MAPA). Em um panorama geral, os produtores esbarram em questões ambientais, trabalhistas e sociais que envolvem esse mercado. Além disso, alguns precisam manter 20% do território para área ambiental e que ninguém paga nada por isso, sendo de responsabilidade dos investidores cuidar do seu perímetro, das invasões e do fogo. Assim, a solução apontada é que o país obtenha uma vantagem comercial sobre os outros.

 “Vendemos todo o algodão que produzimos e temos recebido muitos clientes da Ásia, solicitando inclusive que a gente aumente a área produzida no Brasil, para atende-los mais. Concorremos muito bem o algodão americano e o australiano, que são os dois melhores algodões do mundo e estamos muito bem posicionados. Tenho certeza absoluta que o agronegócio é a locomotiva da nação”, finaliza Arlindo. 

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