SUSTENTABILDIADE
Apenas na soja as perdas são estimadas em R$ 16,2 bilhões
Nematoides podem ter controle biológico
Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
Publicado em 01/12/2017 às 13:57h.
Publicado em 01/12/2017 às 13:57h.
De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), anualmente o agronegócio nacional contabiliza prejuízos de R$ 35 bilhões com esse patógeno. Apenas na produção de soja, as perdas são estimadas em R$ 16,2 bilhões pelo órgão. Em função de sua crescente agressividade, os nematoides se transformaram em um verdadeiro desafio para os produtores brasileiros.
Um dos principais problemas para a soja é o Nematoide das lesões (Pratylenchus brachyurus), responsável por perdas de pelo menos 10% da safra, de acordo com dados da Embrapa. A Doutora em Agronomia e professora da Universidade de Passo Fundo Carolina Deuner explica que “esse nematoide causa muitos danos, pois desencadeia lesões nas raízes, que impedem que o sistema radicular da planta absorva água e nutrientes. Além disso, o fato de não termos cultivares de soja com resistência genética a nematoides dificulta o controle dessa praga”.
“Ainda não temos um controle químico eficiente e cultivares resistentes a essa doença, que tem uma distribuição geográfica ampla, parasitando várias culturas como soja, aveia, milho, milheto, girassol, cana-de-açúcar, algodão, amendoim e alguns adubos verdes”, lembra Deraldo Horn, gerente de marketing da Simbiose.
De acordo com ele, formam o grupo mais perigoso para a agricultura, além do nematoide das lesões, as espécies formadoras de galha (Meloidogyne spp.), de cisto (Heterodera glycines) e reniforme (Rotylenchulus reniformis.
“Com a tecnologia biológica conseguimos proteger o sistema radicular durante todo o ciclo da cultura impedindo que os nematoides ataquem o sistema radicular com isso evitamos a entrada de outras doenças radiculares. O NemaControl, formulado a partir da bactéria Bacillus amyloliquefaciens, foi o primeiro nematicida biológico produzido no Brasil”, lembra Horn.
Ele explica que, quando o produto é inoculado na semente ou aplicado via sulco de plantio, o Bacillus amyloliquefaciens colonizaro sistema radicular da planta, alimentando-se dos exsudatos radiculares. Quando da ocorrência da colonização a bactéria sintetiza, ou seja, produz várias toxinas e antibióticos que serão liberados no solo formando uma capa protetora ao redor do sistema radicular da planta.
Os nematoides são guiados então quimicamente até a raiz através do reconhecimento químico dos exsudatos. Assim, em função do B. amyloliquefacies modificar as características químicas na região da rizosfera, os nematoides não conseguem reconhecer os exsudatos radiculares, inibindo assim a penetração dos nematoides nas raízes. Além disso, quando os antibióticos e toxinas produzidas pelo B. amyloliquefaciens entram em contato com os ovos de nematoides presentes próximos ao sistema radicular, esses penetram nos ovos, matando o embrião do nematoide.
“Os produtos biológicos são formulados por agentes de controle isolados na natureza, o que não agride o meio ambiente. Além disso, estas tecnologias para o controle de pragas possuem melhor relação custo/benefício quando comparados a alguns agrotóxicos convencionais, resultando em benefício financeiro para o produtor”, complementa.
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