segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Soja tem altas de dois dígitos neste início de semana na CBOT com clima preocupando na América do Sul



No pregçã desta segunda-feira (4), os futuros da commodity subiam mais de 11 pontos, por volta de 7h15 (horário de Brasília), com o maio/17 já nos US$ 10,17 por bushel, e o janeiro/18 de volta à casa dos US$ 10,00


As previsões climáticas que inspiram alguma preocupação na América do Sul parecem, enfim, começar a refletir sobre os preços da soja na Bolsa de Chicago, que começam a semana exibindo boas altas. No pregçã desta segunda-feira (4), os futuros da commodity subiam mais de 11 pontos, por volta de 7h15 (horário de Brasília), com o maio/17 já nos US$ 10,17 por bushel, e o janeiro/18 de volta à casa dos US$ 10,00.
Segundo explicam analistas internacionais, as crescentes especulações sobre o La Niña também dão mais espaço para essa tentativa de retomada dos preços neste momento. Além disso, as previsões para os próximos 15 dias, como mostram informações apuradas pela consultoria internacional AgResource Mercosul (ARC), indicam uma significativa redução das chuvas na Argentina e no Sul do Brasil nos próximos 15 dias.
"Os bastidores de Chicago têm se prendido a atenção exclusivamente nas chuvas para a América
do Sul. Caso confirmado o padrão de chuvas abaixo da média para tais regiões, o suporte aos preços poderá ser ainda maior. A equipe de pesquisa da ARC acredita que as baixas sazonais na soja foram definidas na última semana, agora com um espaço mais amplo para novas altas", diz o boletim da ARC.
No período dos próximos 7 dias, algumas mudanças também começam a ser observadas para estas duas regiões que preocupam um pouco mais. No restante do Brasil das regiões produtoras de soja, porém, as condições de chuva seguem favoráveis à nova safra.
"Um padrão bem consistente se estabelece sobre o Brasil, Argentina e Paraguai, trazendo cenários meteorológicos distintos para as regiões. No Brasil, chuvas ex- pressivas e regulares continuam sendo previstas para o centro e norte do país, nos próximos 15 dias. O mesmo vale para todo o Paraguai. No entanto, na região Sul brasileira, a qual cobre desde o centro do Paraná até o Rio Grande do Sul, as chuvas se mostram mais escassas e com eventos irregulares no mesmo período. Este padrão mais árido é bastante semelhante ao oferecido para a Argentina. A chegada de um La Niña parece ser eminente e a intensidade deste fenômeno ainda é desconhecida. No entanto sabemos que os resultados são sempre um padrão mais seco para o Sul do Brasil e toda a Argentina", informa a consultoria.
Atenção ainda aos números dos embarques norte-americanos semanais que serão atualizados nesta segunda-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e ao andamento do financeiro internacional. Na última sexta-feira (1), a boa alta do petróleo puxou as cotações da soja na CBOT. Já neste início de semana, o petróleo corrige essas altas e perde pouco mais de 1% na manhaã de hoje.
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja em Chicago fecha com boas altas nesta 6ª, mas tem ganhos modestos na semana
Depois de uma semana de mercado estável e de movimentação limitada na Bolsa de Chicago, os futuros da soja voltaram a subir de forma mais expressiva na sessão desta sexta-feira (1) e fecharam o dia com altas de mais de 8 pontos entre os principais vencimentos. Ainda assim, na semana, os ganhos acumulados ainda foram bastante modestos, variando entre 0,10% e 0,22%. Assim, o contrato janeiro terminou com US$ 9,94 por bushel, e o maio/18, referência para a safra brasileira, com US$ 10,17.
O avanço registrado no pregão desta sexta-feira se de, além de uma tentativa de ajuste e recuperação depois de baixas consecutivas na CBOT, com as boas altas do petróleo – com seus futuros subindo mais de 1,5% nas bolsas internacionais – depois que a Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) concordou em manter os cortes de produção até o final de 2018. Assim, o Brent voltou a superar os US$ 60,00 por barril. O dólar em baixa também favoreceu.
Entre os fundamentos, as mudanças são poucas, mas também contribuíram para as altas desta sexta. Mapas climáticos indicam menos chuvas para a Argentina e o sul do Brasil nos próximos 15 dias, aumentando a preocupação com algumas áreas produtoras da América do Sul.
Além disso, a probabilidade de um La Niña é cada vez mais iminente para começar em dezembro e se estender até o mês de fevereiro, como mostra a AgResource Mercosul. Não há chuvas expressivas desde o começo de novembro para o sul da América do Sul e essas previsões não têm mudado, explica o analista de mercado da consultoria, Matheus Pereira. A preocupação real com o fenômeno, segundo o analista, só não se tornou concreta porque ainda se trata de previsões.
“É um caminho sem volta, apesar de ainda não estar configurado”, diz o executivo.
Dessa forma, e sem muitos efeitos ainda sendo registrados pela safra da América do Sul, porém, a tendência de preços ainda laterais na Bolsa de Chicago permanece, ainda segundo o analista da AgResource Mercosul. “Ainda é um momento de muita incerteza”, explica. Ainda assim, acredita que o patamar dos US$ 10,00 por bushel – sem mudanças efetivas no curto prazo – deverá ser mantido.
Nas últimas seis semanas, nenhum movimento agressivo foi observado e Pereira avalia que a confirmação de um La Niña seria um destes movimentos capazes de mexer com as cotações.


Data de Publicação: 04/12/2017 às 10:16hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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