domingo, 2 de dezembro de 2018

China e EUA suspendem guerra comercial por 3 meses e "buscam saída"



Publicado em 02/12/2018 04:38



BUENOS AIRES - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordou neste sábado em suspender durante 90 dias o seu plano de subir de 10% para 25% as tarifas americanas a produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões, enquanto negocia com Pequim "mudanças estruturais" a sua política econômica.
A Casa Branca fez o anúncio em comunicado depois do jantar de Trump com o presidente da China, Xi Jinping, ao final a Cúpula do G20 em Buenos Aires. 
Xi Jinping e Donald Trump
China e Estados Unidos também fecharam um acordo para não imporem novas tarifas um ao outro a partir do dia 1 de janeiro de 2019 e se comprometeram a continuar com as negociações para buscar uma saída para a guerra comercial entre as duas potências, informou neste domingo a emissora estatal chinesa "CCTV".
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, que esteve presente no encontro, um jantar de trabalho marcado por um ambiente "amistoso", destacou que se trata de um acordo "importante", do qual só revelou que ambas as partes pactuaram não aplicar tarifas adicionais a partir do dia 1 de janeiro.
Este acordo, disse Wang, citado pela agência estatal "Xinhua", marca a direção das relações sino-americanas para o futuro, que serão baseadas na cooperação "e na estabilidade".
Xi se comprometeu a aumentar "substancialmente" as suas compras de "produtos agrícolas, energéticos, industriais e de outro tipo". 

Reunião 

"A nossa relação é muito especial e acredito que essa é uma razão pela qual acabaremos conseguindo algo que será bom para a China e bom para os EUA", disse Trump aos jornalistas logo no começo da reunião. 
Xi, sentado de frente para Trump, destacou sua "amizade pessoal" com o presidente americano e lhe pediu para colaborar a fim de garantir a saúde da economia global. "Só com cooperação entre nós podemos impulsionar o interesse da paz mundial e da prosperidade", afirmou Xi nas suas breves declarações.

Trump destacou que a reunião foi "muito importante" e também sua "incrível relação" pessoal com Xi. Após o jantar, o presidente norte-americano foi para o aeroporto de Buenos Aires para deixar a Argentina rumo a Washington, sem que a Casa Branca informasse imediatamente sobre o resultado do jantar.
A reunião aconteceu no Palácio Duhau de Buenos Aires, sede do hotel Park Hyatt onde Trump esteve hospedado durante a cúpula do G20.
Trump foi acompanhado pelos secretários de Estado, Mike Pompeo; e do Tesouro, Steven Mnuchin; do representante de Comércio Exterior, Robert Lighthizer; de seu genro, Jared Kushner; e do assessor de Segurança Nacional, John Bolton. Também participou do jantar o principal assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow. 
Xi foi assessorado por seus principais conselheiros, entre eles o chefe de gabinete do governo, Ding Xuexiang; o vice-primeiro-ministro de Finanças, Liu He; e o ministro de Relações Exteriores, Wang Yi.

Comunicado da agencia estatal chinesa não fala em datas

Buenos Aires, 1º dez (Xinhua) -- A China e os EUA atingiram no sábado consenso sobre assuntos econômicos e comerciais e concordaram em evitar escalada das medidas comerciais restritivas.
O presidente chinês Xi Jinping e seu homólogo norte-americano, Donald Trump, realizaram uma reunião neste sábado à noite na capital da Argentina, Buenos Aires.
Depois da reunião, os funcionários responsáveis da equipe econômica da China disseram à Xinhua que os dois lados realizaram discussões sobre assuntos econômicos e comerciais China-EUA e obtiveram consensos.
Os dois chefes de Estado elogiaram as consultas positivas e efetivas realizadas recentemente pelas equipes de economia e comércio dos dois lados.
Os dois lados reconheceram que suas relações econômicas e comerciais saudáveis e estáveis estão de acordo com os interesses comuns dos dois países e do mundo inteiro.
Os dois lados decidiram evitar escalada das medidas comerciais restritivas, sem o aumento das tarifas existentes adotadas entre si, nem novas tarifas adicionais para outros produtos.
Os dois lados concordaram em tomar medidas imediatas para lidar com os assuntos de preocupação comum com base no respeito, igualdade e benefício mútuo.
Como exigido pelo 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, Beijing está comprometida a aprofundar reforma e ampliar abertura. Neste processo, alguns assuntos econômicos e comerciais que concernem a Washington serão resolvidos. Ao mesmo tempo, o lado dos EUA abordarão ativamente as concernências chinesas sobre os assuntos econômicos e comerciais.
Xi e Trump instruíram a suas respectivas equipes de economia e comércio a intensificar as consultas para atingir um acordo, a fim de eliminar as tarifas adicionais adotadas neste ano e conduzir as relações bilaterais em economia e comércio de volta aos trilhos o mais breve possível com um resultado de benefício recíproco.
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Fonte: Estadão/Xinhua

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