quarta-feira, 1 de abril de 2015
Santa Maria terá primeira agroindústria familiar de pescado da Região Central
Santa Maria terá a primeira agroindústria familiar de pescado da Região Central, no distrito de Arroio Grande, até o final do semestre
Santa Maria terá a primeira agroindústria familiar de pescado da Região Central, no distrito de Arroio Grande, até o final do semestre. A ideia surgiu há três anos, mas só agora saiu do papel e se tornou realidade para o piscicultor Sérgio Dalpiva, que há 20 anos se dedica ao ramo. Com recursos próprios, ele vai construindo, aos poucos, o espaço – que é pequeno, mas tem grandes expectativas de produção. Quando a empresa estiver em funcionamento, ele espera abater até 5 mil quilos de carpas, tilápias e jundiás por dia.
– Quero comprar peixes de outros produtores, além dos que já produzo aqui, fazer o abate e a venda. Também teremos espaços destinados ao aluguel para produtores que queiram vir abater aqui – explica Dalpiva.
A agroindústria tem salas de limpeza, processamento e armazenamento, além de vestiários feminino e masculino e parte administrativa. O produtor pretende, ainda, montar uma loja de pescado, além de vender para o comércio. O faturamento mensal ainda não foi estimado, mas Dalpiva está otimista com o cenário regional.
– Também tenho o projeto de montar uma espécie de caminhão do peixe, que percorreria as cidades da região, mas isso é mais um sonho para o futuro – projeta o piscicultor.
Ainda faltam alguns detalhes para a inauguração da agroindústria, que deve acontecer em maio. Dalpiva não teve nenhum incentivo financeiro do governo e já investiu cerca de R$ 80 mil na construção das instalações. Atualmente, cinco pessoas trabalham na propriedade, mas ele terá de triplicar o número de funcionários para colocar em ação o serviço.
Enquanto o empreendimento não abre as portas, ele se dedica à Feira do Peixe Vivo, que é considerada "a safra" dos produtores santa-marienses. Este ano, ele pretende vender cerca de 10 toneladas de pescado durante a Semana Santa. A estimativa da prefeitura é que sejam comercializadas 100 toneladas de peixe de 31 de março a 3 de abril (veja postos de venda abaixo).
Produção cresce no município
O mercado de peixes do Rio Grande do Sul cresce cerca de 10% ao ano. Em 2014, foram 17 mil toneladas de pescado de água doce produzidas no Estado. O forte é a produção de carpas, a maior do Brasil. O cenário municipal é ainda mais animador. Em seis anos, a produção e comercialização de peixe em Santa Maria mais que duplicou. Em 2009, foram vendidas cerca de 40 toneladas de peixe na feira. No ano passado, foram 90, além de outras 60 toneladas durante o ano, quando o Caminhão do Peixe percorreu bairros da cidade. Os peixes comercializados em 2014 renderam R$ 1,5 milhão aos produtores. Conforme a Emater, a previsão de produção para este ano é de 200 toneladas.
Conforme o secretário de Desenvolvimento Rural, Rodrigo Menna Barreto, a cidade tem cerca de 80 criadores que têm a piscicultura como fonte exclusiva de renda. Por meio do programa Pró-Peixe, eles ganham incentivos do município, como alevinos, assistência técnica, cursos e insumos. Um projeto que tramita no Ministério da Pesca prevê a construção de 200 tanques nas propriedades, no valor de R$ 600 mil. Segundo o presidente da Associação dos Piscicultores de Santa Maria (Apism), Paulo Schuster, a atividade é promissora no município:
– Os peixes estão gerando emprego e renda, e, agora, com a agroindústria, teremos chance de atingir novos mercados.
Para a Emater, com o abatedouro, a região entra numa nova etapa de produção.
– Teremos a chance de oferecer produtos diferenciados, como postas e filés de peixe, o que até agora não era possível – observa o engenheiro agrônomo Mário Oneide Ribeiro.
Data de Publicação: 01/04/2015 às 08:30hs
Fonte: Zero Hora
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