Ministro da Agricultura diz que até dezembro o programa de investimento para escoar grãos deve ser anunciado
O ministro da Agricultura em exercício, Eumar Novacki, afirmou ontem que o governo apresentará em dezembro um plano de investimentos em logística voltado para o escoamento da produção do agronegócio. De acordo com Novacki, os investimentos de curto prazo - obras que podem ser concluídas em um prazo de cinco anos - devem ter iníciojá em 2018.
O plano ainda será apresentado internamente para o ministro Moreira Franco na primeira quinzena de dezembro, informou Novacki, ontem, durante o Summit Agronegócio Brasil 2017, realizado na capital paulista. "Já sabemos, com base nesse mapeamento, quais são as áreas com potencial de aumento de produção e estamos levando em conta todos os segmentos, com base nesses dados observamos o que já temos e o que é preciso fazer", disse o ministro, acrescentando que, "agora, estamos mapeando aonde é possível investir por meio de parceria-público-privada, onde o Estado tem que investir com recurso próprio e onde é possível fazer uma concessão", afirmou Novacki.
Ele não revelou, porém, dados sobre o valor a ser aportado, mas destacou que serão investimentos altos. "Obviamente nós vamos ter que buscar parte deles no mercado, mas nas sinalizações que já tivemos com grupos empresariais chineses, por exemplo, percebemos que um trabalho bem estruturado vai atrair interesse não apenas deles, mas de outros investidores", salientou.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja Brasil), Marcos da Rosa, infraestrutura é a área em que de imediato o agronegócio pode reduzir custos. "Estamos num País em que foi feito um corte no orçamento então, o recurso que é mantido de infraestrutura deve ser direcionado a projetos em andamento, como, por exemplo, a duplicação da BR-163", destacou o dirigente.
Ele ainda defendeu que o País busque recursos com investidores. A Aprosoja, disse Rosa, esteve recentemente na Rússia para tratar sobre isso. "A indústria estatal de trens da Rússia tem interesse em investir em uma parte da Norte-Sul, de Palmas até Pederneiras, em São Paulo. Então, temos que ir atrás do que já está andando", argumentou. "Nós temos demandas pelo nosso produto e precisamos resolver os problemas do Brasil e um dos principais deles é a
Para o diretor industrial da Korin Agropecuária, Luiz Carlos Demattê Filho, perde-se muito dinheiro e competitividade no transporte de cargas no País. "Uma questão tão óbvia como a questão logística não ter sido resolvida ainda me leva a crer que se trata de um complô internacional, o que mais explicaria tamanha ineficiência?", criticou. Para ele, o sistema rodoviário, embora não seja o mais barato ou eficiente para o transporte de commodities agrícolas, é o que precisa de mais investimentos a curto prazo. "Infelizmente por decisões do passado deixamos de investir na malha rodoviária, mas sou otimista. Se vão investir, vamos ver como será", acrescenta.
Prejuízos
Ele afirma que empresas como a Korin, que trabalham com produtos diferenciados - orgânicos e naturais - e de maior valor agregado, são mais prejudicadas. " Temos problemas pela questão de estoque e também de transporte desses produtos de forma segregada, o que é mais caro, e um componente muito impactante nos nossos custos de produção. Poderíamos ter esses produtos muito mais acessíveis se essa questão fosse solucionada."
Rosa ainda destacou que o investimento em hidrovias é uma forma mais barata de solucionar parte do escoamento dos grãos. "Precisamos fazer as hidrovias avançarem. Tem a Araguaia -Tocantins, tem a hidrovia do Paraguai e a do Teles Pires e outras que ajudam muito." Para ele esse trabalho do Mapa é importantíssimo. "Temos demanda pelos grãos e o que é mais importante é resolver a logística."
Data de Publicação: 29/11/2017 às 18:30hs
Fonte: DCI
Fonte: DCI
Nenhum comentário:
Postar um comentário