quarta-feira, 30 de maio de 2018

Indústrias de máquinas antecipam férias coletivas por greve caminhoneiros, diz Abimaq



Publicado em 30/05/2018 21:51



SÃO PAULO (Reuters) - Setores da indústria de máquinas e equipamentos anteciparam férias coletivas devido aos efeitos da greve dos caminhoneiros, que afetou toda a cadeia, disse nesta quarta-feira o presidente da entidade que representa o setor, Abimaq, José Velloso.
"Noventa e três por cento dos nossos associados relataram algum tipo de impacto devido à greve dos caminhoneiros", disse Velloso a jornalistas. "Algumas empresas conseguiram negociar com sindicatos de trabalhadores e anteciparam férias coletivas. Outras estão falando em possibilidade demissões".
Esta quarta-feira marcou o décimo dia do movimento deflagrado na semana passada. Embora tenha refluído gradualmente desde a véspera, a paralisação causou desdobramentos tais que, segundo empresários de vários setores da economia, devem levar até dois meses para serem totalmente normalizados.
Segundo Velloso, a paralisação provocada pelos caminhoneiros prejudicou desde o fornecimento de insumos para produção até a exportação de produtos, passando inclusive pela falta de alimentos para trabalhadores.
O movimento acontece justamente no momento em que a indústria de máquinas esboça recuperação, após vários anos acusando os efeitos de recessão econômica e volatilidade cambial. A entidade divulgou nesta quarta-feira que o consumo de máquinas e equipamentos no Brasil em 2018 até abril cresceu 3,6 por cento ante mesma etapa do ano passado, encerrando um período de 51 meses consecutivos de queda.
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve faturamento de 6,04 bilhões de reais em abril, alta de 19,2 por cento sobre um ano antes. No acumulado de 2018 até abril, o faturamento do segmento somou 22,1 bilhões de reais, avanço de 5,4 por cento contra mesmo intervalo de 2017.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelas importações, que cresceram 28,7 por cento nos primeiros quatro meses do ano, com ajuda do câmbio, dada a desvalorização superior a 10 por cento do real em relação ao dólar.
"Nos patamares atuais, nossa indústria ficou mais competitiva", disse Velloso.

POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS
O presidente da Abimaq afirmou que as concessões feitas pelo governo para os caminhoneiros, como congelamento temporário dos preços do diesel, são inócuas, porque o mercado tem um excesso de caminhões em circulação.
"Os caminhoneiros não vão conseguir recompor margens porque há caminhões demais no mercado", disse Velloso. "Isso vai acabar pressionando de novo os preços dos fretes".
O presidente da Abimaq ainda criticou a política recente da Petrobras de atualizar preços dos combustíveis frequentemente, acompanhando a variação dos preços internacionais do petróleo e mudanças do câmbio.
"A matriz de custos da Petrobras não é toda em dólar", disse Velloso. "A política do governo anterior de segurar preços era errada, mas a empresa não pode recuperar sua capitalização de mercado destruindo seus clientes", disse.
SÃO PAULO (Reuters) - Setores da indústria de máquinas e equipamentos anteciparam férias coletivas devido aos efeitos da greve dos caminhoneiros, que afetou toda a cadeia, disse nesta quarta-feira o presidente da entidade que representa o setor, Abimaq, José Velloso.
"Noventa e três por cento dos nossos associados relataram algum tipo de impacto devido à greve dos caminhoneiros", disse Velloso a jornalistas. "Algumas empresas conseguiram negociar com sindicatos de trabalhadores e anteciparam férias coletivas. Outras estão falando em possibilidade demissões".
Esta quarta-feira marcou o décimo dia do movimento deflagrado na semana passada. Embora tenha refluído gradualmente desde a véspera, a paralisação causou desdobramentos tais que, segundo empresários de vários setores da economia, devem levar até dois meses para serem totalmente normalizados.
Segundo Velloso, a paralisação provocada pelos caminhoneiros prejudicou desde o fornecimento de insumos para produção até a exportação de produtos, passando inclusive pela falta de alimentos para trabalhadores.
O movimento acontece justamente no momento em que a indústria de máquinas esboça recuperação, após vários anos acusando os efeitos de recessão econômica e volatilidade cambial. A entidade divulgou nesta quarta-feira que o consumo de máquinas e equipamentos no Brasil em 2018 até abril cresceu 3,6 por cento ante mesma etapa do ano passado, encerrando um período de 51 meses consecutivos de queda.
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve faturamento de 6,04 bilhões de reais em abril, alta de 19,2 por cento sobre um ano antes. No acumulado de 2018 até abril, o faturamento do segmento somou 22,1 bilhões de reais, avanço de 5,4 por cento contra mesmo intervalo de 2017.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelas importações, que cresceram 28,7 por cento nos primeiros quatro meses do ano, com ajuda do câmbio, dada a desvalorização superior a 10 por cento do real em relação ao dólar.
"Nos patamares atuais, nossa indústria ficou mais competitiva", disse Velloso.
POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS
O presidente da Abimaq afirmou que as concessões feitas pelo governo para os caminhoneiros, como congelamento temporário dos preços do diesel, são inócuas, porque o mercado tem um excesso de caminhões em circulação.
"Os caminhoneiros não vão conseguir recompor margens porque há caminhões demais no mercado", disse Velloso. "Isso vai acabar pressionando de novo os preços dos fretes".
O presidente da Abimaq ainda criticou a política recente da Petrobras de atualizar preços dos combustíveis frequentemente, acompanhando a variação dos preços internacionais do petróleo e mudanças do câmbio.
"A matriz de custos da Petrobras não é toda em dólar", disse Velloso. "A política do governo anterior de segurar preços era errada, mas a empresa não pode recuperar sua capitalização de mercado destruindo seus clientes", disse.

Montadoras de veículos vão retomar produção de veículos na 2ª-feira, diz Anfavea

SÃO PAULO (Reuters) - As montadoras de veículos do Brasil vão começar a retomar a produção de veículos a partir da próxima segunda-feira, após ficarem paradas pela greve dos caminhoneiros desde o dia 25 deste mês, informou nesta quarta-feira a Anfavea, associação que representa o setor.
"A maioria das empresas retoma a produção de veículos, de maneira gradual, a partir de segunda-feira", afirmou a entidade em comunicado, sem dar detalhes sobre produção perdida nos dias de paralisação.
A Anfavea representa 27 montadoras de veículos e máquinas agrícolas no país. De janeiro a abril, a produção de veículos tinha subido 21 por cento sobre um ano antes.
Na terça-feira, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, estimou que a paralisação deverá reduzir as exportações de veículos do país em 10 mil a 20 mil unidades em maio e comprometer a meta de exportação de 800 mil veículos este ano. O executivo comentou ainda que os números de produção e vendas de modelos novos em maio serão "inevitavelmente impactados pela greve dos caminhoneiros".
Enquanto isso, os cegonheiros, responsáveis pelo transporte dos veículos prontos a concessionárias ou portos de embarque para exportação, iniciaram nesta quarta-feira a retomada de suas atividades.
O sindicato que representa grande parte da categoria, Sinaceg, informou que os caminhões com veículos "estão rodando nas estradas, especialmente em locais de curta distância e onde há postos de combustível com diesel". A estimativa da entidade é que as operações voltem ao normal em até 48 horas.
Na véspera, o presidente da entidade, Elias Fazan, afirmou que apenas na região do ABC paulista, grande polo produtor de veículos do Brasil, 1.400 caminhões cegonha carregados com uma média de 11 carros novos cada estavam esperando a normalização das estradas e do abastecimento de combustível para seguirem viagem.
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Fonte: Reuters

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