quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Missão técnica da Bolívia visita o Brasil para conhecer as diferentes experiências na produção de algodão



Publicado em 30/08/2018 14:18



Representantes do governo, técnicos e agricultores familiares da Bolívia que trabalham na cadeia produtiva do algodão iniciaram nesta segunda-feira (27) uma visita ao Brasil para conhecer a experiência do país no setor algodoeiro. 
Durante nove dias, um grupo de 22 pessoas visitará a Paraíba (cidades de João Pessoa e Campina Grande) e Brasília para conhecer experiências na área de políticas públicas, sistemas de algodão sustentável, produção agroecológica, produção de algodão colorido, associativismo e comercialização estatal. 
No primeiro dia da missão, o grupo foi recebido pelo Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e visitou a indústria têxtil Norfil. No dia seguinte, a comitiva boliviana visitou dois empreendimentos produtivos em Catolé de Boa Vista e conheceu um pouco mais sobre as políticas de assistência técnica e extensão rural desenvolvidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB) e o escritório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Algodão). O grupo também conheceu o laboratório de fibras e demonstração de descaroçamento e de mini colheitadeira. 
A agenda na Paraíba, que se estende até dia 31 de agosto, também inclui visitas a propriedades de produção de algodão orgânico (Assentamento Margarida Alves), onde o grupo aprenderá sobre processamento e processos de comércio justo. 
De 2 a 4 de setembro, acontece a segunda parte da missão, em Brasília, com a participação em uma série de atividades como uma roda de conversa com o Fórum de Economia Solidária do Distrito Federal e do Entorno, visita a uma propriedade agrícola e ao escritório de Embrapa Soluções Tecnológicas, entre outras. 
A visita técnica ao Brasil faz parte da iniciativa Cooperação Sul-Sul Trilateral, Projeto +Algodão, realizada pelo governo brasileiro, representado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), FAO e sete países parceiros, entre eles, o governo da Bolívia. Executado desde 2013, o objetivo é contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor do algodão nos países parceiros, bem como ampliar as capacidades de coordenação interinstitucional para o fortalecimento do setor. 

Cooperação Sul-Sul para o fortalecimento do setor
O projeto +Algodão, executado no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, também apresenta a possibilidade de avançar rumo a mercados e nichos diferenciados que permitam a agregação de valor e a geração de renda para as famílias. 
A experiência brasileira na atividade algodoeira é referência para o projeto, já que o país passou da condição de importador a de grande exportador de algodão, devido ao grande aumento de produtividade. O Brasil fez investimentos significativos em pesquisa agrícola, que promoveu o desenvolvimento de tecnologias adaptadas às novas fronteiras agrícolas. Além disso, o país é referência em políticas públicas para a agricultura familiar, o que vem despertando o interesse de outros países da America Latina. 
A Bolívia, assim como a Argentina, a Colômbia, o Equador, o Haiti, o Paraguai e o Peru são parceiros estratégicos neste projeto de cooperação. 
Mais algodão na Bolívia
Na Bolívia, o projeto + Algodão tem como área de atuação o município de Pailón, que contribui com 70% da produção de algodão para o país, e os municípios com população indígena de Charagua, Gutiérrez e San Antonio de Lomerío. Neste território, o projeto desenvolve ações para fortalecer as capacidades técnicas, produtivas, gerenciais e de articulação para reativar o sistema produtivo do algodão, a partir do desenvolvimento sustentável e da economia comunitária sustentável. 
Participam das ações do projeto +Algodão na Bolívia o Ministério do Desenvolvimento Rural e Terras (MDRyT), o Ministério do Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural (MDPyEP); FAO e ABC/MRE; e as Instituições Brasileiras Cooperantes: Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB) e Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho (Senaes/MT).
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Fonte: FAO

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