Publicado em 30/08/2018 14:32
Por Diego Oré
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Odebrecht não será convidada a participar de licitações para obras públicas planejadas pelo próximo governo do México por estar envolvida em um grande escândalo de corrupção na América Latina, disse o futuro secretário de Comunicação e Transportes mexicano.
A administração do presidente eleito Andrés Manuel López Obrador, que tomará posse em dezembro, prometeu investir bilhões de dólares em infraestrutura como parte de um programa para estimular o tímido crescimento econômico do México.
"No próximo governo, a Odebrecht certamente não terá nenhum convite para participar das obras públicas do país", disse o futuro secretário Javier Jiménez à Reuters em entrevista por telefone nesta quinta-feira.
"Haverá tolerância zero para a corrupção e a impunidade. Quem quer que tenha se envolvido nisso não terá, de maneira alguma, forma de participar dos assuntos públicos", sentenciou o engenheiro mecânico de 81 anos.
A unidade da Odebrecht no México não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Nos últimos anos, a Odebrecht tem estado no centro de um dos maiores escândalos de corrupção da região e, apesar de admitir que pagou propinas do Peru ao México, não há funcionários acusados nos Estados Unidos.
A empresa brasileira, que reconheceu ter pago 10,5 milhões de dólares a autoridades mexicanas para ganhar licitações, foi proibida de entrar em contratos no país até 2020. No entanto, afirmou que tentará contestar a sanção, que inclui uma multa de 55,4 milhões de dólares.
Se a afirmação de Jiménez for cumprida, a empresa, que não concluiu a modernização de uma refinaria no México, estaria de fora, entre outros, de licitações para a construção de um trem em Yucatán, que pode custar até 7,8 bilhões de dólares.
López Obrador também se comprometeu a terminar o trem intermunicipal Toluca-Cidade do México, a obra viária mais emblemática do governo do atual presidente, Enrique Peña Nieto, de 3,2 bilhões de dólares.
"Não estamos pensando em obras gigantescas, mas sim eficientes, priorizando a conservação do que temos e resolvendo alguns gargalos." Mais do que um grande trabalho, queremos tornar a infraestrutura um território ágil e eficiente", disse Jiménez.
(Por Diego Oré)
Fonte: Reuters
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