sábado, 30 de março de 2013
Empresários da região estão de olho na China
São José do Rio Preto, 30 de Março, 2013 - Beto Carlomagno e Fabiano Ferreira
1:48 Cerca de 20 empresários da região de Rio Preto vão para a China em abril em Missão Empresarial em busca de conhecimento sobre o país, seus setores e oportunidades de negócios entre o país e as cidades da região. A viagem tem o objetivo de promover o intercâmbio comercial entre empresas chinesas e brasileiras, aproveitando o boom tecnológico do país asiático para diversificar os produtos nas suas empresas.
A missão é organizada por rio-pretenses há mais de cinco anos e em duas épocas do ano, abril e outubro. Lá, os empresários participam de feiras tecnológicas como a Canton Fair, a maior feira multissetorial do mundo e que é realizada justamente nos meses das missões. A feira é dividida em três fases, na cidade de Guangzhou, a maior cidade industrial e comercial do sul da China.
Rodrigo Arantes, especialista em Comércio Exterior e sócio da Consultoria de Importação & Exportação Ideal Comex, é quem organiza as missões para a China. Já é a quarta edição do evento em que ele participa e cada vez mais os empresários estão aderindo à Missão com o propósito de ficar por dentro do que há de mais moderno em tecnologia mundial. “Foi uma iniciativa que deu certo em Rio Preto e os empresários tem feito ótimos negócios, além de atualizarem com o que há de mais novo em tecnologia mundial”, destacou.
A participação dos empresários envolve o envio de informações dos produtos a serem desenvolvidos e prospectados na China, com suas respectivas especificações técnicas e critérios de qualidade. Segundo Arantes, nenhum produto é levado para exposição. A viagem é uma busca de fornecedores e/ou produtos em que os empresários fazem contatos e coletam catálogos das empresas expositoras para contato posterior. “Ao chegarmos no Brasil, fazemos as solicitações de amostras para testes”, diz.
Segundo Arantes, um trabalho de necessidade de compra é feito antes da viagem, para que o cliente possa definir seu foco na feira. “Preparamos um mapa para definir os locais de visita e horários, além de preparar o material com informações da carga tributária brasileira. Assim, o consultor de importação e intérprete da Ideal Comex se mune de informações que serão utilizadas durante a feira”, diz.
Durante a feira, os consultores disponibilizam em tempo real um estudo de viabilidade econômica de importação, após coletarem as informações dos produtos, o que garante ao empresário o conhecimento sobre a viabilidade ou não do produto para importação. “Caso seja viável, no retorno ao Brasil o cliente define o trabalho de desenvolvimento e de adequação de engenharia do produto a ser comprado na China, estabelecendo critérios técnicos de avaliação e adequação dos produtos dentro das normas vigentes no Brasil”.
Pierre Duarte
Éverton Pereira: “Lá a mentalidade é diferente e eles produzem para o global e são mais flexíveis”
Rio-pretenses ampliam visão
De acordo com Rodrigo Arantes, especialista em comércio exterior, além da prospecção de produtos e parceiros de trabalho, os empresários voltam com conhecimento de uma das principais potências do mundo, dos processos industriais modernos, da metodologia de negociação diferenciada. “A China é o parque fabril do mundo. Tudo que acontece no mundo parte primeiramente da China e os empresários que querem estar atualizados com o mundo precisam frequentar as feiras para ver as tendências de mercado e o que o mundo irá consumir nos próximos anos”, afirma Arantes.
A participação também significa economia, conta o também especialista em comércio exterior, Evandro Augusto Azevedo. “Através das Missões, os empresários atualizam o conhecimento tecnológico e já sabem que tipo de mudança terá que ser feita quando retornam ao Brasil. Essa integração com a China tem reduzido os custos com produtos de tecnologia e o empresário ainda tem uma assistência profissional na importação, sem correr riscos de perdas na transação”, garante.
Em 5 anos, 50 participantes
Everton Luis Pereira, gerente da empresa Vitrolar, de Mirassol, foi um dos participantes da última Missão Empresarial para o país em busca de contatos para novas negociações e de aprendizado. “A mentalidade é diferente. Enquanto nos preparamos para a venda regional, eles produzem para vender para o mundo, além de serem muito flexíveis para a negociação”, diz.
A viagem serviu também para desmistificar sua visão da China, garante Pereira. “Até então, tínhamos uma visão da China como produção barata e ruim, o que não é verdade. Eles possuem produtos de qualidade”. O gerente também afirma que a viagem, mesmo que não renda novos negócios é interessante para trazer novas ideias. “Agrega sabedoria”, diz.
Segundo o empresário Thiago Luiz Chaves, que possui um escritório de sua empresa no país, o conhecimento do mercado é excelente para a busca por melhores custos e qualidade. “Para o empresário, ainda compensa muito buscar no mercado chinês produtos e até matéria-prima”, afirma.
Para participar da Missão Empresarial, o investimento é de US$ 4.650. Os critérios de seleção, segundo Arantes, são os produtos e segmentos disponíveis na feira. “Como se trata da maior feira multissetorial do mundo, definida em três fases, normalmente a grande maioria dos empresários possuem produtos que lhes interessam na feira”, explica. Este ano, o especialista afirma que também haverá a feira de Informática e Tecnologia de Hong Kong no pacote para que for. “O empresário terá o direito de participar das duas”.
Nestes cinco anos, aproximadamente 50 empresários da região participaram das Missões. Neste ano, os setores metalurgia, maquinários, eletrodoméstico, computação, móveis, portas e janelas, construção civil, agropecuária e têxtil estão entre os que irão para a viagem.
Diário da Região Digital
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