domingo, 31 de março de 2013

Montadora chinesa agora busca mercado de nicho no Brasil

Montadora chinesa agora busca mercado de nicho no Brasil 31/03/2013 GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO As montadoras chinesas cresceram rápido no Brasil com a promessa de entregar a combinação de mais opcionais a preços menores e incomodaram a ponto de motivar uma política de proteção à indústria nacional. Chery e JAC estrearam com barulho: inundaram o mercado com publicidade, anunciaram ampla rede de revendas e produtos para brigar com os populares. O garoto-propaganda Faustão, embaixador de um dos grupos, dava o tom da ambição à época da chegada. Na nova realidade, com o regime automotivo e o adicional de impostos a importados, o dragão chinês ficou mais tímido, mas não se retraiu. Quatro marcas estreiam no país neste ano -duas já anunciadas. Vão elevar o número de chinesas de veículos com atuação no Brasil para mais de dez nomes. Faustão sai de cena para dar lugar a um esforço menor de publicidade, mais direcionado. Os novos planos falam agora em redes mais enxutas e menor volume de vendas. O foco das novas estreantes, em sua maioria, é atingir nichos de mercado, em que a atuação das estrangeiras é considerada mais complementar do que uma competição de fato. O segmento de comerciais leves (espécie de caminhão pequeno) é o que mais se aproxima dessa condição e tem sido o alvo preferido. Pelas ruas, já é possível notar, cada vez mais, entregadores de água, de gás e de material de construção dirigindo modelos chineses. "Como é um nicho não tão bem atendido pelas montadoras, estamos confiando nesse mercado", afirma o diretor da CN Auto, Humberto Gandolpho Filho. A empresa já importa duas marcas na categoria e finaliza os planos para a representação, a partir do segundo semestre, de um novo nome: a DFSK, chinesa e de utilitários, como também são chamados. Em janeiro, o segmento também viu a entrada da Rely, marca do grupo Chery que planeja abrir 30 concessionárias. Shineray, Effa, Changan e um recém-lançado modelo da JAC completam o leque de chinesas de comerciais leves. Além do preço, os grupos apostam em um fato novo para crescer. Querem preencher o espaço que ficará, a partir de 2014, com o fim da Kombi, concorrente de peso na briga pelos profissionais de distribuição. PICAPE E SUV A Great Wall, uma das maiores da China, também procura atuar em nicho no Brasil: estuda trazer uma picape e uma SUV (semelhante ao EcoSport). A marca pretende começar as vendas no segundo semestre e mantém firme o plano de fábrica no país, para começar em 2014. A produção nacional é essencial para fugir do adicional tributário do novo regime automotivo. Sem ela, a importação livre do imposto é limitada a 4.800 unidades por ano. Entre as chinesas, JAC e Chery já estão com projetos de fábrica em andamento. Como brasileiras, ambas poderão conseguir fatia maior do mercado -a capacidade combinada das duas será de 250 mil veículos. Hoje, as chinesas somadas não chegam a 1% de participação no país.

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