quarta-feira, 29 de maio de 2013
29/05/2013 10:40
29/05/2013 10:40
Quilômetro construído da Ferrovia Centro-Oeste sairá por R$ 6,2 milhões
A construção dos 1.065 quilômetros de trilhos da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), ligando Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO), está estimada em R$ 6,2 milhões o quilômetro de linha férrea
Agrodebate
É o que aponta o estudo técnico apresentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os custos serão assumidos pela executora da obra – a iniciativa privada – mediante financiamentos obtidos em bancos públicos e privados.
A implementação do traçado que já recebeu maior aceitação do governo, entidades e setores envolvidos direta e indiretamente pelo empreendimento, prevê custos totais em R$ 6,6 bilhões. De três ‘rotas’ sugeridas a de maior aceitação prevê ainda prazo de execução de 38 meses.
“Estudamos três possibilidades contemplando aspectos sociais, econômicos, ambientais e a que sagrou-se mais interessante foi detalhada e quantificada. Estamos prontos para colocá-la em licitação”, afirma Clauber Campello, especialista em Regulação de Transportes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Em Lucas do Rio Verde (MT), onde participou da reunião técnica da FICO, o representante apresentou o estudo técnico desenvolvido pela agência.
O governo ainda colhe contribuições de produtores rurais e demais representantes para o projeto da ferrovia. Brasília (DF), Cuiabá e Lucas do Rio Verde, ambas em Mato Grosso, já receberam a comitiva do governo federal em uma série de encontros técnicos. A última etapa neste estado deve ser realizada em Água Boa, a 736 km de Cuiabá, com data a ser programada.
A ferrovia integra o Programa de Investimentos em Logísticas, lançado em agosto do ano passado pelo governo. O trecho cortará 16 municípios, sendo nove em Mato Grosso e sete em Goiás. A proposta de maior receptividade prevê ainda 13,6 km de pontes, 35 pátios, ou seja, pontos onde haverá o cruzamento das linhas férreas dos trens; 46 pontes superiores a cem metros, 366 curvas e 26 viadutos que variam de 51 a 100 metros.
Em Mato Grosso, a ferrovia passará por Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Ubitarã, Paratinga, Gaúcha do Norte, Água Boa, Canarana, Nova Nazaré e Cocalinho.
Em Goiás, os trilhos cortarão os municípios de Aruanã, Nova Crixás, Pilar de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, Nova Iguaçu de Goiás e Campinorte, onde a linha se interconecta com a Ferrovia Norte-Sul. Futuramente, a ferrovia vai se estender por Uruaçu (GO), Distrito Federal, Corinto (MG), Belo Horizonte e Campos (RJ).
Secretário Francisco Vuolo, da secretaria de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes (Selit), afirma que o empreendimento vai baixar o preço do frete para escoar a produção agrícola, uma vez que a ferrovia será construída sob os moldes do novo marco regulatório para as ferrovias, resultando na quebra do monopólio na oferta de serviços ferroviários. Previsão é que pela FICO sejam escoadas 10 milhões de toneladas de cargas ao ano.
Isto porque com a introdução de um modelo de Parceria Pública Privada o governo federal contrata a construção, a manutenção e a operação da ferrovia. A Valec - estatal brasileira - compra a capacidade integral de transporte pelo modal, além de fazer a oferta pública da capacidade, assegurando o direito de passagem de trens em todas as malhas, buscando modicidade tarifária, como prevê o Plano Concessão do governo, lançado em agosto do último ano.
Desta forma, a venda de capacidade de ferrovias será feita pela Valec para usuários que quiserem transportar carga própria, operadores ferroviários independentes e concessionários de transporte ferroviário.
“O grande avanço foi a alteração no modelo de exploração. Acreditamos na redução porque teremos uma competição maior entre aqueles que transportam a carga. Trabalhamos para que o valor [do frete] seja baseado no custo operacional das transportadoras e não como ocorre hoje, no paralelo com o que ocorre com a rota rodoviária”, afirmou, em entrevista ao Agrodebate.
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