quinta-feira, 30 de maio de 2013
Técnica inédita possibilita registro de gravuras rupestres em 3D, em RO
Técnica inédita possibilita registro de gravuras rupestres em 3D, em RO
30/05/2013 08h00
Material coletado possibilitará estudo da ocupação da região.
Sítios estão localizados no reservatório da UUma técnica inédita no Brasil possibilitou o registro digital em 3D de pedrais e gravuras rupestres localizadas no reservatório da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho. O material deverá ser disponibilizado para a comunidade geral e científica, possibilitando o estudo da ocupação e hábitos dos habitantes da região. Os trabalhos foram realizados nos sítios arqueológicos de Ilha do Japó, Ilha Dionísio, CPRM2, Ilha das Cobras e Cachoeira do Teotônio.
De acordo com a geóloga Michelle Tizuka, da empresa Scientia, responsável pelo projeto realizado em parceria com a portuguesa Dryas Arqueologia, o trabalho de registro de pedrais com gravuras rupestres e feições de polimentos foi feito em 2011, no período de estiagem, ocorre quando o nível do Rio Madeira baixa e as rochas ficam visíveis.
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A geóloga explica que os polimentos rochosos são as pedras usadas para afiar e polir as ferramentas utilizadas pelos antigos habitantes. Já as gravuras rupestres, chamadas de petroglifos, são as formas geométricas encontradas nas rochas. Há, também, as antropomorfas, que lembram seres humanos, e as zoomorfas, que lembram animais.
A técnica tradicional de registro dos afloramentos rochosos é realizada através de um trabalho com tecido e papel carbono. “O tecido era colocado sobre a rocha e, em seguida, passa o carbono” explica Tizuka. Em seguida o material é emoldurado.
O registro tridimensional é possível através do conjunto de duas técnicas com equipamentos de alta resolução, explica a geóloga. Um deles se trata de um scanner a laser, que emite mais de 900 mil feixes de laser por segundo, em um varrimento de 360º. A segunda técnica é a fotogrametria, um scanner de luz estruturada com precisão de 20 micras, que possibilita o trabalho sobre pequenos objetos com grande precisão de detalhes.
“Juntando essas duas tecnologias, a gente consegue montar o modelo 3D. Com ele, é como se a gente fizesse uma navegação dentro do próprio sítio e, por outro lado, conseguir aproximar a gravura e ter o máximo de detalhe”, revela Michele.
Trabalho de digitalização realizado em um dos dos cinco sítios arqueológicos trabalhados (Foto: Scientia/Dryas/Divulgação)Trabalho de digitalização realizado em um dos dos cinco sítios arqueológicos trabalhados (Foto: Scientia/Dryas/Divulgação)
Com esta junção de técnicas, segundo Tizuka, a ideia é construir estes modelos rochosos e divulgar para a comunidade em geral e para a científica ajudar a entender de que forma as gravuras foram confeccionadas e como eram os costumes das comunidades passadas.
No período de seis semanas, foram localizadas quase mil gravuras registradas no reservatório da UHE de Santo Antônio, área que compreende os cinco sítios arqueológicos, e a técnica proporcional que o trabalho fosse agilizado, tendo em vista que estas gravuras só eram visíveis no período de estiagem. “É um vestígio que a gente não consegue resgatar e levar para um laboratório para estudo, um afloramento rochoso que não é possível transportar”, justifica a geóloga.
Algumas imagens capturadas já foram montadas. A empresa ainda estuda de que forma as informações serão disponibilizadas para os estudos. Entretanto, o trabalho já teve um artigo publicado na revista portuguesa Al Madan, periódico do Centro de Arqueologia de Almada, em janeiro de 2013.
O registro faz parte das atividades dos Programas Relacionados ao Patrimônio Arqueológico, Pré-Histórico e Histórico da UHE de Santo Antônio.
Marcas de polimento em rocha após digitalização (Foto: Scientia/Dryas/Divulgação)Marcas de polimento em rocha após digitalização (Foto: Scientia/Dryas/Divulgação)
HE de Santo Antônio. Vanessa Vasconcelos Do G1 RO
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