terça-feira, 31 de março de 2015
Brasil enfrenta desindustrialização precoce
Segundo os dados do IBGE, no primeiro ano, em 2011, a indústria representava pouco mais de 27,2% do PIB
Entre tantos indicadores econômicos negativos como desaceleração da economia, pressão inflacionária e aumento do desequilíbrio externo, outro fator é tido como tendência: a intensificação do processo de desindustrialização precoce.
Segundo os dados do IBGE, no primeiro ano, em 2011, a indústria representava pouco mais de 27,2% do PIB. Nos anos seguintes, a participação despencou, primeiro com mais intensidade e depois à razão de um ponto percentual por ano, atingindo marca inferior a um quarto, o pior resultado das últimas décadas.
Quando se fecha o foco na indústria de transformação, cujos produtos têm maior valor agregado, o cenário é mais desolador. A participação no PIB em 2014, de 10,9%, é bem inferior à metade da registrada em meados da década de 1980.
Só em São Paulo, que concentra a produção dessa indústria, houve perda de 164 mil empregos formais em 2014, retração de 2% no ano, segundo a Fiesp, a federação das indústrias de São Paulo.
Tal desindustrialização é precoce por ocorrer antes de a indústria do país alcançar o auge ideal e então começar a perder importância relativa na economia, em favor de setores potencialmente mais sofisticados, como serviços.
Essa seria a desindustrialização natural, típica dos países mais ricos, sem impacto negativo sobre geração de emprego e renda. Na desindustrialização precoce ocorre perda da renda média dos trabalhadores, pois a indústria tem elevado índice de empregos formais, paga salários mais altos e é um dínamo de crescimento, devido ao efeito multiplicador na economia.
Data de Publicação: 31/03/2015 às 18:30hs
Fonte: Guia Marítimo
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