terça-feira, 30 de junho de 2015
Mato Grosso está entre os autorizados a exportar carne para os EUA 30/06/2015 08:35
Mato Grosso e outros 13 estados brasileiros poderão exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos. Há mais de 15 anos, a relação comercial se dava apenas por cortes industrializados e processados, conhecidos também como corned beef. Mais do que um grande e novo mercado consumidor à carne brasileira – e mato-grossense -, os Estados Unidos acabam sendo uma importante vitrine que deverá voltar o apetite de outros mercados para a pauta local e assim, contribuindo para a diversificação de mercados.
O anúncio foi feito ontem durante visita da presidente da República, Dilma Rousseff, aos Estados Unidos, juntamente com a ministra Kátia abreu que integra a missão brasileira. Com a decisão dos Estados Unidos, abre-se um mercado potencial de pelo menos 100 mil toneladas por ano para os frigoríficos nacionais, volume que o governo federal espera estar exportando em cinco anos.
Em Mato Grosso, estado que detém o maior rebanho nacional e reúne cerca de 28,5 milhões de cabeças, a abertura do consumo norte-americano aos cortes in natura, pode estabilizar a gestão dos frigoríficos, e manter os preços pagos ao produtor em níveis que geram a remuneração da atividade, as chamadas cotações firmes.
De acordo com o Bernardes, a qualidade da carne mato-grossense deve ser compatível com as exigências do mercado norte-americano. Conforme ele, a disponibilidade de um novo comprador oferece maior tranquilidade para as indústrias de Mato Grosso, especialmente na escala de abates, bem como nas negociações de animais. “Com isso, o produtor pode se beneficiar com os preços praticados”, pontua.
“A liberação da exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos abre o leque para que Mato Grosso diversifique seu mercado consumidor e tem condição de atender à demanda pelo produto”, frisa o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes.
Como destacou a ministra, a ampliação das relações comerciais para a carne bovina favorece a 95% da agroindústria exportadora brasileira. “Há 15 anos os Estados Unidos tinham restrição à carne bovina in natura do Brasil e o desfecho positivo da negociação, abrindo o consumo, é uma sinalização importante para a abertura de novos mercados. Os Estados Unidos são reconhecidos pela severa restrição ao ingresso de produtos no seu mercado doméstico”. Na interpretação de Kátia Abreu, essa decisão do governo Barack Obama é como “ter uma senha” de acesso a outros mercados.
Entre o início dos anos 2.000, vários focos de febre aftosa surgidos em diversas regiões do planeta, notadamente em países exportadores de carne, como a Argentina, Uruguai, Brasil e União Européia, levaram países importadores, como os Estados Unidos, a suspenderam as compras de carne “in natura” e passando a demandar por carnes processadas.
“A abertura do mercado ao produto brasileiro é uma sinalização importante para o setor agropecuário brasileiro. Depois de 15 anos, o anúncio da decisão dos Estados Unidos de abrir seu mercado doméstico à carne bovina in natura tem efeito disseminador da qualidade da carne brasileira. É o céu que se ilumina”, afirmou a ministra Kátia Abreu, que ao longo do próximo semestre quer abrir novos mercados para a carne brasileira.
Referendando - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) deve publicar, hoje, comunicado oficial em que reconhece o status sanitário do rebanho bovino brasileiro, o Final Rule, necessário para a importação de carne in natura do Brasil.
Atualmente, o Brasil exporta apenas carne processada (ou industrializada) para o mercado norte-americano. No total, 14 estados brasileiros serão beneficiados com a decisão, além de Mato Grosso, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Fonte: Diário de Cuiabá (foto:assessoria/arquivo)
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