Publicado em 30/07/2018 17:44
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (30) com alta de 80 pontos e estenderam ganhos. O mercado acompanha as informações de tempo seco no Brasil, maior produtor e exportador, e a possibilidade dos reflexos dessa condição para a safra 2018/19. Algumas áreas estão há meses sem chuvas.
O vencimento setembro/18 fechou o dia com alta de 80 pontos, a 111,25 cents/lb e o dezembro/18 anotou 114,50 cents/lb com avanço de 90 pontos. Já o contrato março/18 registrou 117,95 cents/lb com 80 pontos de valorização e o maio/19, mais distante, fechou a sessão com 80 pontos de avanço, a 120,35 cents/lb.
"Se por um lado o período seco é benéfico para o desenvolvimento da colheita atual, por outro lado o longo período de estiagem preocupa a classe produtora, não só com falta de chuva bem como o baixo nível dos reservatórios para aqueles que utilizam irrigação", disse em relatório o analista da Origem Corretora, Anilton Machado.
De acordo com mapas do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), não chove de forma generalizada sobre áreas produtoras de café em Minas Gerais, maior estado produtor do grão no país, e no Espírito Santo há pelo menos 90 dias. Em contrapartida, lavouras que estão em áreas do Paraná e em Rondônia tiveram um pouco mais precipitações.
A colheita da safra 2018/19 do Brasil avança nas principais áreas produtoras do Brasil com condições mais secas. Segundo estimativa da consultoria Safras & Mercado, a colheita de café da safra 2018/19 do Brasil foi indicada em 68% até o dia 24 de julho. Os trabalhos avançaram cerca de sete pontos percentuais de uma semana para a outra e diminuíram o atraso.
"Estamos vendo um quadro bastante preocupante em termos de seca e temos a expectativa de formação de El Niño para o último trimestre do ano e não sabemos como as chuvas irão se comportar de setembro em diante", afirma o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais do município, Mário Guilherme Ribeiro do Valle.
O centro de previsão do Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, mostra a tendência de mais chuvas sobre áreas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil nos próximos dias, mas ainda sem volumes expressivos. No período, de 3 a 11 de agosto, precipitações retornam mais expressivamente sobre quase toda a faixa central do país.
Leia mais:
» Café: Seca preocupa produtores com safra de 2019, mas favorece colheita da atual temporada
» Café: Seca preocupa produtores com safra de 2019, mas favorece colheita da atual temporada
Mercado interno
Poucos negócios seguem ocorrendo nas praças de comercialização do Brasil com produtores focados com os trabalhos no campo. "Sem nenhuma informação de peso nos fundamentos, o mercado físico de café permaneceu calmo, com os cafeicultores voltados para os trabalhos de colheita, que agora avançam bem e começam a recuperar o atraso inicial", disse em boletim o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 485,00 e alta de 1,04%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 3,30% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 455,00 e alta de 1,11%. A maior oscilação no dia dentre as praças foi registrada em Varginha(MG) com queda de 1,15% e saca a R$ 430,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 450,00 e alta de 2,27%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças verificadas.
Na sexta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 432,78 e alta de 0,48%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas
Nenhum comentário:
Postar um comentário