Publicado em 31/07/2018 03:40 e atualizado em 31/07/2018 07:47
Acompanhe a cobertura da imprensa sobre a presença de Jair Bolsonaro no programa de TV. ESTADÃO/FOLHA/OGLOBO/BR18/GAZETADOPOVO/PODER360
Tiro, porrada e bomba (em O ANTAGONISTA)
A entrevista de Jair Bolsonaro no Roda Viva contribuiu pouco ou quase nada para o debate eleitoral em curso.
Os entrevistadores investiram na polêmica e esqueceram de questionar o candidato sobre propostas concretas para o país. E Bolsonaro se deixou levar pelo bate-boca.
Os indecisos continuam indecisos.(segue a cobertura da imprensa política):
Bolsonaro: “Cansamos da esquerda”
Jair Bolsonaro abriu a entrevista ao Roda Viva dizendo que espera, caso eleito, redirecionar o Brasil em termos políticos e econômicos.
“Cansamos da esquerda, queremos um Brasil liberal, que faça negócios sem viés ideológico.”
Bolsonaro disse também que espera fazer um governo que “respeite a família, as crianças na sala de aula, jogue pesado na segurança pública para dar paz a todos, que jogue pesado com o MST”.
“Não foi golpe”, diz Bolsonaro
Questionado sobre o regime militar, Jair Bolsonaro reiterou sua posição sobre 1964: “Não foi golpe.”
O deputado disse “abominar a tortura”, mas defendeu seu uso à época. “Naquele momento, o Brasil vivia o clima da Guerra Fria.”
Bolsonaro não vê chances de rompimento com Paulo Guedes
No Roda Viva, Jair Bolsonaro disse que Paulo Guedes é seu “posto Ipiranga” na área da economia e não vê chances de rompimento, sendo o único nome possível para o Ministério da Fazenda.
“Eu acho que eu o convenci na política e ele me convenceu na economia. Já falei pra ele que tem propostas que são maravilhosas, mas tem filtros pela frente que são a Câmara e o Senado.”
Ele defendeu a política estatizante dos governos militares, mas disse que as estatais hoje viraram focos de corrupção. O candidato reiterou sua posição pela privatização da maioria das empresas públicas.
Bolsonaro diz que tem mais votos que Lula
Jair Bolsonaro questionou mais uma vez a licitude do sistema de votação eletrônico e disse que, sem a impressão do voto, “as eleições estão sob suspeição”.
“O sentimento que eu tenho nas ruas é que eu tenho muito mais votos que o Lula. Sou recebido por muito mais gente do que o Lula nas caravanas. Há uma aceitação enorme para com o meu nome.”
“Ciro Gomes foi parlamentar por quatro anos e não apresentou nenhum projeto”
Questionado no Roda Viva sobre o fato de ter conseguido aprovar somente dois projetos durante sua vida parlamentar, Jair Bolsonaro se comparou ao também presidenciável Ciro Gomes.
“Ciro Gomes foi parlamentar por quatro ano e não apresentou nenhum projeto.” Ele reclama que foi boicotado várias vezes.
“O projeto mais importante que aprovei, que foi o voto impresso, foi anulado pelo STF. Por que o meu projeto da castração química para estupradores não vai para frente? A bancada de esquerda não deixa.”
Se eleito, Bolsonaro vai suspender intervenção no Rio
Na entrevista ao Roda Viva, Jair Bolsonaro disse que, se eleito, não vai manter a intervenção militar no Rio, que vence no fim do ano. “Essa intervenção não está resolvendo nada.”
Ele afirmou não concordar com o modelo e espera que as próprias forças policiais resolvam o problema.
“Lógico que não deu certo, não tem uma retaguarda jurídica. Não tem a forma de engajamento. Vou trabalhar para aprovar o excludente de ilicitude, para que os policiais possam atirar em quem atira neles.”
Bolsonaro diz que vai reduzir cotas raciais
Questionado sobre cotas para afrodescendentes, Jair Bolsonaro disse que poderá propor a “diminuição do percentual”.
Ele ilustrou sua crítica à política de cotas da seguinte maneira: “Imagine dois homens, pais, um afrodescendente e um paraibano. Humildes, os dois são porteiros. Os filhos deles prestam um concurso. O filho do paraibano tira 9 e não entra na universidade. O do afrodescendente tira 5 e entra. Isso é justo?”
E emendou: “O negro não é melhor do que eu sou melhor que o negro.”
“Quero saber dos papéis do BNDES”
Questionado se abrirá os arquivos do Centro de Inteligência do Exército, relativos ao regime militar, Jair Bolsonaro disse que não tem interesse em reabrir “essa ferida”.
“Quero saber dos papéis do BNDES”, disse, em referência aos documentos dos empréstimos ilegais de bilhões feitos a governos amigos do PT, como os de Angola, Venezuela e Bolívia.
Ustra na cabeceira
Jair Bolsonaro encerrou sua participação no Roda Viva, citando como livro de cabeceira “Verdade Sufocada – a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, de Carlos Alberto Brilhante Ustra.
A obra traz o ponto de vista da caserna sobre a luta armada, dando ênfase aos atentados praticados pelos grupos terroristas de esquerda.
ESTADÃO: 'Não houve golpe militar em 1964', afirma Bolsonaro no Roda Viva
O candidato do PSL à Presidência da República, deputado Jair Bolsonaro, defendeu a ditadura militar (1964-1985) e disse que, se eleito, não vai abrir os arquivos do regime. O parlamentar afirmou ainda, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que os atos cometidos pelos militares se justificavam pelo “clima da época, de guerra fria”, e que teria agido da mesma maneira se estivesse no lugar deles.
“Não houve golpe militar em 1964. Quem declarou vago o cargo do presidente na época foi o Parlamento. Era a regra em vigor”, disse Bolsonaro. O presidenciável defendeu ainda as atuações dos militares em casos de tortura e também a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), a quem homenageou em seu voto durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Abominamos a tortura, mas naquele momento vivíamos na guerra fria”, justificou. Brilhante Ustra foi chefe do DOI-Codi, um dos principais centros de tortura durante a ditadura.
O pré-candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, no programa Roda Viva, da TV Cultura Foto: Alex Silva/Estadão
Bolsonaro ainda reclamou que a imprensa escolhe apenas os casos que afetaram militantes da esquerda para comentar. “Vocês só falam sobre casos da esquerda. Por que não falam sobre o atentado do aeroporto de Guararapes, em que morreu o Edson Regis?”, questionou, fazendo referência a um atentado a bomba ocorrido em Recife em 1966. “Um dos militantes da AP, não digo que estava lá, era o José Serra. Vamos botar o Serra nos banco dos réus então.”
Pressionado pelos jornalistas convidados a falar sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar, o presidenciável disse duvidar que eles ainda existam. “Não vou abrir nada. Esquece isso aí, vamos pensar daqui pra frente”, desconversou.
Bolsonaro critica veto ao voto impresso
Bolsonaro voltou a criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar a implementação do voto impresso no Brasil. Na visão do presidenciável, a medida coloca sob suspeição a eleição deste ano. Segundo ele, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, atuou contra a medida.
“Lamento que a (procuradora-geral da República) Raquel Dodge tenha atuado para derrubar o voto impresso. Você não tem como comprovar que não haverá fraude, nem eu que haverá. Não consigo entender como a impressão do voto prejudica (o eleitor), como ela argumentou”, disse o presidenciável na entrevista.
Bolsonaro disse ter hoje mais votos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que figura em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas que não conseguirá saber se o resultado é correto. “As eleições de qualquer forma estão sob suspeição”, disse.
Questionado sobre sua aliança com o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que foi cassado e está preso por corrupção, Bolsonaro citou delatores que mencionaram que foi um dos poucos a não aceitar dinheiro de propina. “Não é porque andei na companhia de corruptos que sou corrupto”, disse.
"No meu entender, boa parte das estatais tinha de ser privatizada"
Entre as medidas que pretende implantar no plano econômico, o candidato listou a privatização de “boa parte” das estatais brasileiras e medidas para desburocratizar a economia. “Se o governo não atrapalhar o empreendedor, temos como melhorar a questão do desemprego no Brasil”, resumiu.
Bolsonaro, que reiteradas vezes é lembrado por ter demonstrado uma visão estatista em seu histórico parlamentar, veio ao programa acompanhado do economista de sua campanha, Paulo Guedes, e afirmou que “não existe plano B” para ele, a quem adiantou ser o ministro da Fazenda caso vença as eleições de outubro.
Como em vezes anteriores, ele reforçou a necessidade de se aprovar uma reforma da Previdência, mas disse ser contra o modelo defendido pelo governo do presidente Michel Temer. Bolsonaro ainda defendeu que os policiais tenham um plano diferenciado em relação ao sistema geral de aposentadoria dos civis. Ele ainda admitiu que existe corrupção entre os militares, mas defendeu ser “infinitamente menor” que entre os civis.
No programa, o deputado foi questionado por várias de suas declarações polêmicas, como a discussão com a deputada Maria do Rosário (PT-RS) e os comentários em relação aos quilombolas. Ele voltou a se colocar contra cotas para negros nas universidades e defendeu um sistema de meritocracia. “Vão pedir cota para nordestino agora?”, questionou. Bolsonaro se queixou que metade dos 30 processos que tem contra ele seja por declarações dadas na tribuna da Câmara. "Na tribuna da Câmara, eu tenho imunidade”, se defendeu.
FOLHA: Bolsonaro diz que as eleições deste ano estão 'sob suspeição'
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, colocou em dúvida, nesta segunda-feira (30), a lisura do processo eleitoral de outubro. "As eleições, de qualquer forma, estão sob suspeição", disse ele, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
O argumento, segundo ele, é que o sistema eletrônico de votação é suscetível a fraudes. Ele criticou decisão do STF de anular dispositivo da lei eleitoral que previa a impressão do voto, após pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
"Eu lamento que a senhora Raquel Dodge tenha prestado um desserviço à sociedade há poucas semanas. Por intermédio de uma ação dela, o Supremo derrubou a possibilidade do voto impresso nessas eleições. Ou seja, vamos continuar sob a suspeição da fraude, e o voto é uma coisa sagrada da democracia", afirmou.
Questionado sobre o motivo de disputar eleições que ele acredita serem passíveis de fraude, o político afirmou que não tinha outra escolha. "Qual outro caminho eu tenho, entregar para o PT ou para o PSDB? Eu vou estar na luta de qualquer maneira. Todos nós desconfiamos."
Durante a entrevista, ele afirmou que sente que "tem mais votos que Lula". "Eu sou recebido de uma forma completamente diferente do que o Lula foi em suas caravanas. E isso é em qualquer lugar que eu vá, em qualquer canto do Brasil. A aceitação é enorme para com o meu nome. O que o povo está vendo em mim é confiança, é credibilidade."
Pesquisa realizada pelo Datafolha em junho mostra que o capitão reformado mantém a liderança da corrida presidencial nos cenários em que Lula está ausente, com 19% das preferências.
Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a elogiar o regime militar, negando que tenha ocorrido um golpe em 1964. "Não foi golpe, golpe é quando é pé na porta", disse o candidato, com o argumento de que o presidente derrubado, João Goulart, abandonou o país e que seu cargo foi declarado vago pelo Congresso da época.
Ao mesmo tempo, disse que a tortura, comum durante o período militar, é algo que "abomina". Como vem fazendo, ele negou que seja homofóbico, racista e misógino. Também disse que recebe auxílio moradia da Câmara mesmo tendo apartamento próprio porque tem direito ao benefício.
Questionado sobre arquivos da ditadura, Bolsonaro respondeu que a questão deve ficar no passado e que a população carece de outras demandas.
"É uma ferida que tem que ser cicatrizada. Esqueçam isso. O povo está sofrendo com desemprego, com mulheres sendo estupradas. Se eu chegar lá [na Presidência], é daqui para frente", disse.
Nesta segunda (30), o Ministério Público reabriu as investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog. O caso foi retomado após a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenar o Brasil, no começo do mês, por não investigar e punir o crime ocorrido em 1975, durante a ditadura militar.
O GLOBO: Bolsonaro diz que não tem 'plano B' para a economia sem seu orientador
Deputado afirma que Paulo Guedes é sua única alternativa na área, e que país não tem dívida com negros pela escravidão
Pré-candidato à Presidência pelo PSL, o deputado federal Jair Bolsonaro afirmou que não tem um “plano B” caso haja uma impossibilidade do economista Paulo Guedes seguir em um eventual governo dele. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite de segunda-feira, o político,que já admitiu não dominar o tema, também voltou a se referir ao seu consultor como o “Posto Ipiranga”, a quem tem delegado a função de responder questões sobre o mercado. O presidenciável descartou que possa haver um desentendimento entre os dois no futuro que ponha em risco a estabilidade do país.
— Eu duvido que possa ter uma briga entre mim e Paulo Guedes — respondeu o presidenciável, que garantiu ainda que os dois se manterão saudáveis durante os quatro anos de mandato — Para a tristeza da esquerda e dos estatizantes, nós não morreremos.
Durante a entrevista, Bolsonaro reafirmou ser contra a cota pra negros, justificando que o Brasil não tem responsabilidade sobre os anos de escravidão.
— Eu nunca escravizei ninguém. Os próprios negros entregavam os negros. Que dívida é essa, meu Deus do céu? — questionou.
Bolsonaro afirmou que as eleições deste ano estão "sob suspeição de fraude" pela ausência do voto impresso. O pré-candidato à Presidência disse que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge prestou "um desserviço à democracia" ao propor uma ação contra a impressão do voto. No início de junho, o Supremo Tribunal Federal, por oito votos a dois, concordou que a medida para a conferência do resultado da disputa colocaria o sigilo do voto em risco.
— Vamos continuar sob suspeição da fraude. O voto é uma coisa sagrada para a democracia — disse o presidenciável, autor da proposta de emenda constitucional para a impressão do voto aprovada na Câmara. — Todos nós desconfiamos. Você não tem como comprovar que houve fraude, nem nós que não houve. Temos a dúvida. E nós sabemos que o poder joga pesado.
Questionado se vai respeitar o resultado das urnas, o presidenciável não respondeu, mas pontuou que, em suas viagens, tem sido recebido com mais apelo do que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas caravanas.
— O sentimento que eu tenho das ruas é que eu tenho muito mais voto que o Lula — disse.
Pressionado pela bancada de jornalistas sobre o regime militar, Bolsonaro afirmou que "em grande parte as torturas não aconteceram” e sugeriu que elas teriam sido inventadas para comover a população e buscar indenização do estado. O presidenciável afirmou ainda que só se conhece um lado da história, mas adiantou que não vai abrir os documentos para apurar a ação dos militares.
— São feridas que não devem ser mais lembradas — disse o político. — Isso é história. Vamos fazer de tudo para que ela não volte a se repertir — completou.
O pré-candidato falou ainda sobre o assalto que sofreu em 1995. Embora armado, dois bandidos levaram sua moto e arma. Os bens, segundo contou, foram recuperados dois dias depois.
— Um tempo depois o cara apareceu morto — disse o capitão da reserva do Exército, que afirmou não ter sido ele o responsável pela morte do assaltante.
A advogada Janaína Paschoal, cotada para ser vice de Bolsonaro, esteve entre o grupo que acompanhou o presidenciável na entrevista. No entanto,ainda não há uma confirmação de que ela será a parceira do deputado na disputa ao Planalto. A expectativa é que o anúncio seja feito no próximo domingo, 5, na convenção do PSL em São Paulo.
BR18/ESTADÃO: Bolsonaro: ‘Cansamos da esquerda’
Jair Bolsonaro mirou o eleitorado conservador durante sua participação no Roda Viva. ‘Cansamos da esquerda’, disse. /M.M.
Bolsonaro: ‘Golpe é quando mete o pé na porta’
Ao ser entrevistado no programa Roda Viva nesta segunda-feira, 30, o candidato Jair Bolsonaro disse que a tomada do poder pelos militares em 1964 “não foi golpe”.
“Golpe é quando mete o pé na porta, tira aquele cidadão de lá ou executa ou faz uma maldade qualquer”, afirmou. “Ele (Jango Goulart, então presidente da República) simplesmente deixou o Brasil. Quem declarou vaga a cadeira do Presidente na época foi o Parlamento brasileiro.” / J.F.
Sem ‘plano B’ para Paulo Guedes na economia
Fonte: ESTADÃO/FOLHA/GLOBO/BR18/GAZETAD
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