Publicado em 28/02/2019 17:45
A quinta-feira (28) chegou ao fim com os preços internacionais do milho apresentando quedas na Bolsa de Chicago (CBOT) pela quarta vez seguida nesta semana. As principais cotações registraram desvalorizações entre 1,75 e 3 pontos negativos. O vencimento março/19 era cotado a US$ 3,62, o maio/19 valia US$ 3,70 e o julho/19 era negociado por US$ 3,79.
Segundo analistas da ARC Mercosul, a inércia continua no mercado em Chicago com os fundos se mantendo posicionados no lado das vendas, sem grandes novidades sobre a retórica política dos EUA e China.
A promessa chinesa de compras de 10 milhões de toneladas da soja estadunidense ainda não foi concretizada, o que esfria a especulação da CBOT. Contatos da ARC nos portos estadunidenses nos alertaram que há compradores da China em busca de ofertas atrativas de soja, milho e DDG. No entanto, nenhuma nova demanda foi adicionada.
Durante essa quinta-feira o USDA divulgou que as vendas semanais de milho vieram fortes e ficaram ligeiramente acima do esperado ao somarem 1.239,9 milhão de toneladas da safra 2018/19. As expectativas variavam entre 700 mil e 1,2 milhão de toneladas. O destino principal foi o México, com 396,4 mil toneladas do total.
As vendas totais do cereal norte-americano já chegam a 39.555,9 milhões de toneladas, contra 39,2 milhões do ano passado, nesse mesmo período, e diante da estimativa do USDA para a temporada de 62,23 milhões de toneladas no total do ano. Os dados seguem confirmando a aquecida demanda pelo cereal norte-americano nesta temporada.
Os EUA venderam também 120,5 mil toneladas de milho da safra nova para o Japão.
Confira a matéria completa sobre o relatório do USDA:
Outro destaque é apontado pela Agrifatto Consultoria, uma vez que a Argentina já inicia a colheita de milho desta temporada, com expectativas positivas para as produtividades em campo. Espera-se colheita total de 46 milhões de toneladas segundo o USDA – se confirmada, a safra ficará 43,75% maior ante 2017/18.
As temperaturas mais baixas entram no radar para a metade sul da Argentina, o que poderia afetar a produtividade para o milho colhido mais tarde. Mas até o momento nenhuma área foi comprometida.
O avanço da colheita da Argentina pode ampliar a competição pelo mercado internacional, com possível pressão negativa aos prêmios nos portos. Aliás, o insumo fica balizado em torno de R$ 40,34/sc no porto de Paranaguá – após alta de 8,90% desde o início deste mês.
O avanço da colheita da Argentina pode ampliar a competição pelo mercado internacional, com possível pressão negativa aos prêmios nos portos. Aliás, o insumo fica balizado em torno de R$ 40,34/sc no porto de Paranaguá – após alta de 8,90% desde o início deste mês.
Mercado Interno:
Já no mercado interno, os preços do milho disponível permaneceram sem movimentações em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as valorizações apareceram somente nas praças de Palma Sola/SC (1,49% e preço de R$ 34,00), Castro/PR (2,63% e preço de R$ 39,00), Brasília/DF (2,86% e preço de R$ 36,00) e Dourados/MS (4,76% e preço de R$ 33,0).
As únicas desvalorizações foram registradas nas praças de Porto Paranaguá/PR (2,44% e preço de R$ 40,00) e Sorriso/MT disponível (4,00% e preço de R$ 24,00) e balcão (4,76% e preço de R$ 20,00).
A XP Investimentos aponta que, as vésperas do carnaval, o mercado paulista de milho segue especulado. Nesta quinta-feira (28), a amostra da XP Investimentos registra R$ 41,64/sc, maior referência desde 27/08/18 e recorde por 11 dias consecutivos.
A regionalização dos lotes, por conta dos fretes elevados, é o ponto chave. Intermediários e Silos subiram as pedidas pelos lotes de diferido sabendo que as Indústrias e Granjas necessitam formar estoques para o feriado. A estratégia dos Intermediários, ao menos por enquanto, funciona e as correções acontecem. Ainda assim, o comprador que consegue escolher dá preferência ao tributado, tentando abafar a pressão local.
A Agrifatto Consultoria alerta que no mercado doméstico as negociações acontecem de modo comedido, mantendo as referências. O último indicador do CEPEA registrou correção para baixo, ficando em R$ 41,85/sc (-0,50%).
Confira como ficaram as cotações nessa quinta-feira:
>> MILHO
Por Guilherme Dorigatti
Fonte Notícias Agrícolas
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