terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Roraima se prepara para alimentar 30 milhões de pessoas na Venezuela



Publicado em 26/02/2019 13:33 e atualizado em 26/02/2019 21:48


A fronteira continua fechada, mas sem novos distúrbios. O foco agora é no fornecimento de energia para Roraima e na produção de alimentos. "A Venezuela tem fome", diz o governador de Roraima.
Antônio Denarium - Governador de Roraima

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Entrevista com Antônio Denarium - Governador de Roraima sobre os Conflitos na fronteira Brasil x Venezuela
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Antônio Denarium, governador de Roraima, conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (26) a respeito dos conflitos que estão se desenrolando na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
Ele destaca que, como 50% da energia de Roraima vem da Venezuela e os outros 50% de uma usina termoelétrica no estado, houveram interrupções de energia que foram supridas pela produção local.
Contudo, ele ressalta que o conflito é interno no país vizinho. Como reflexo, Roraima teve apenas superlotação dos hospitais, já que os feridos por arma de fogo precisaram de um tratamento mais adequado, que só é encontrado em Boa Vista.
A informação que Denarium tem é de que a Venezuela está pacificada. A ajuda humanitária foi armazenada nas bases aéreas de Boa Vista e foi buscada por caminhões do governo venezuelano. Ele ressalta que o estado sempre teve boas relações na fronteira com o país vizinho.
Existe, entretanto, uma divergência entre os interesses norte-americanos, que pregam por uma invasão militar e os interesses da América do Sul que, embora tenha grande parte dos países em discordância com o governo de Nicolás Maduro, não deseja essa opção.
Os problemas financeiros na Venezuela, segundo Denarium, ocorrem porque o preço do petróleo baixou quando os Estados Unidos suspenderam as compras do país. Assim, a Venezuela busca comprar alimentos do Brasil, especialmente de Roraima.
Confira a entrevista completa no vídeo acima...

Brasil consegue retirar grupo de cerca 100 brasileiros que estavam na fronteira da Venezuela (Ag. Brasil)

Um grupo de cerca de 100 brasileiros foi autorizado a deixar a região de Santa Elena do Uairén, na Venezuela, depois de uma longa negociação entre autoridades brasileiras e venezuelanas. Os brasileiros estão autorizados a regressar para o Brasil a partir da noite de hoje (26), segundo informações do Ministério das Relações Exteriores.
No grupo, há turistas e residentes, inclusive crianças, além de motoristas de caminhões. Inicialmente, surgiu a informação que apenas aqueles com problemas de saúde estariam autorizadas a retornar para o território brasileiro.
A fronteira do Brasil com a Venezuela está fechada desde o último dia 22, quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a medida. A partir daí, houve momentos de confrontos e violência na região, registrando inclusive mortos e feridos.
Pessoas se escondem atrás de uma rocha durante confrontos na fronteira venezuelana, em Pacaraima, Brasil 24 de fevereiro de 2019. REUTERS / Ricardo Moraes
Pessoas se escondem atrás de uma rocha durante confrontos na fronteira venezuelana, em Pacaraima (RR), anteontem (24). REUTERS / Ricardo Moraes - REUTERS / Ricardo Moraes / direitos reservados
Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros. Mas nem todos têm interesse de retornar ao Brasil, pois muitos têm dupla nacionalidade e preferem ficar em território venezuelano.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o “serviço consular segue auxiliando os brasileiros na consulta sobre interesse em deixar” a Venezuela.
O governo brasileiro mantém consulados em quatro cidades distintas venezuelanas, entre elas Santa Elena do Uairén e Caracas. Pelas informações preliminares, não há brasileiros em Caracas dispostos a retornar para o Brasil.

Mourão: saída de Maduro do poder depende de negociação diplomática

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reiterou hoje (26) que o Brasil defende uma saída diplomática e política para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deixar o poder. Segundo ele, se for necessário haverá mais pressão para que o venezuelano abra mão da presidência em favor do interino, Juan Guaidó.
“O governo vai continuar naquilo que nós já colocamos. A nossa posição é usar a diplomacia como método, e as pressões políticas e econômicas necessárias até que o senhor Nicolás Maduro compreenda que é hora de ele se retirar”, disse o vice-presidente, após participar de cerimônia no Círculo Militar, na capital paulista.
Como militar, Mourão serviu na Venezuela e conviveu com integrantes das Forças Armadas, segundo ele, muitos “contrários às ideias” do presidente Hugo Chávez (morto em 2013). “Outros estão em situação complicada porque não concordam com o que está ocorrendo, são oficiais que quase estão reformados.”

Militares

Segundo o vice-presidente, a reforma da Previdência dos militares será feita por meio de projetos de lei, e não por medida provisória (MP), hipótese levantada pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO).
“Vi que o líder do governo andou falando isso daí. Na realidade ela [a reforma dos militares] pode ser mandada por medida provisória, mas vai ser votada e encaminhada via projeto de lei, são cinco leis a serem alteradas”, disse.

Ensino

O vice-presidente defendeu a iniciativa do Ministério da Educação para que colégios públicos e privados passem a adotar como rotina a execução do Hino Nacional.
“O que nós estamos buscando é resgatar o civismo. Infelizmente, ao longo dos últimos tempos se perdeu o respeito aos próprios símbolos pátrios. A discussão é em torno disso aí”, disse Mourão.

Grupo de Lima defende eleições na Venezuela e rejeita intervenção

Em sua declaração final, o Grupo de Lima reiterou hoje (25) a saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a realização de novas eleições no país. Os presidentes, vice-presidentes e chanceleres pretendem pedir à Corte Penal Internacional que julgue Maduro pela “grave situação humanitária” que vive o país vizinho.
Na reunião, realizada em Bogotá, na Colômbia, os líderes das Américas rejeitaram que a solução para a crise passe pelouso da força, afastando a possibilidade de uma intervenção internacional na Venezuela.
“[Os países presentes] reiteram sua convicção de que a transição para a democracia deve ser conduzida pelos próprios venezuelanos pacificamente e em respeito à Constituição e ao direito internacional, apoiada pelos meios políticos e diplomáticos, sem o uso da força”, diz o documento, no item 16.
A declaração final é assinada por representantes da Argentina, do Brasil, do Canadá, do Chile, da Colômbia, da Guatemala, de Honduras, do Panamá, do Paraguay, do Peru e da Venezuela – representada pelo presidente interino Juan Guaidó , o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, também participou da reunião na Colômbia.

Eleições

No documento, os líderes dos países destacaram que a “transição democrática” envolve a saída imediata do presidente Nicolás Maduro para a realização de eleições “livres e justas, abertas à participação de todas as forças políticas, com acompanhamento e observação internacional, organizadas por uma autoridade eleitoral neutra e legitimamente constituída”.
De acordo com a declaração, o Grupo de Lima pretende promover “gestões” junto a organismos internacionais para promover a proposta de “transição”. Os governos irão acionar o Secretário-Geral das Nações Unidas para que “impulsione a ativação do Sistema das Nações Unidas com relação ao que está ocorrendo na Venezuela”.
No documento, há a recomendação para que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas designe um especialista independente ou crie uma comissão para investigar a situação de possíveis violações de direitos humanos no país.
No plano interno, apoiaram que as instituições do país, como as do Poder Judiciário e as Forças Armadas, reconheçam o presidente da Assembleia Nacional Juan Guaidó como dirigente do Executivo Federal.

Uso da força

A declaração rejeita o uso da força no país, afastando a hipótese de intervenção internacional em território venezuelano, e com base em solução diplomática e interna.
“O uso da força a única coisa que produz são mortos e feridos, o que causa um dano enorme à família venezuelana. Estamos seguros que a ação do Grupo de Lima produzirá resultados no curto prazo. Dizemos ao povo venezuelano que estamos ao seu lado”, destacou o vice-ministro das relações exteriores do Peru, Hugo de Zela Martínez.

Ajuda humanitária

Na declaração, o Grupo de Lima condena as ações violentas registradas nas fronteiras do Brasil e da Colômbia com a Venezuela nos últimos dias. No documento, os países ressaltam que o governo Maduro desconsiderou o “sofrimento da população e os insistentes chamados da comunidade internacional” para a entrada de artigos de primeira necessidade.
“[Os países] expressam sua solidariedade com o povo venezuelano e reconhecem sua valentia e coragem em sua luta para recuperar a democracia”, diz o texto.
De acordo com o item 3 do documento, o atual governo da Venezuela submete a população, em particular os mais vulneráveis, a uma “sistemática privação de alimentos e medicamentos e acesso a serviços básicos”.

Itamaraty prepara plano de retirada de brasileiros na Venezuela (na FOLHA DE S. PAULO)

Itamaraty passou a procurar desde sábado (23) brasileiros residentes na Venezuela para saber se há interesse em obter ajuda para deixar o país. “Em caso de agravamento da situação política na Venezuela, teria interesse em retornar ao Brasil, caso o governo brasileiro venha a oferecer meios de transporte?”, indaga, em um formulário.
O questionário, classificado como um alerta, tem sido enviado por email e também disponibilizado no site do consulado do Brasil em Caracas.
A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que a estimativa de brasileiros residentes na Venezuela permanece em torno de 13 mil — a mesma de um mês atrás.
Dos 1.900 que responderam ao questionário até o momento, cerca de 600 manifestaram interesse em repatriação, se a situação se deteriorar. O Ministério das Relações Exteriores afirmou aguardar novos contatos para então eventualmente executar um plano de retirada.
O Itamaraty também está atuando para que brasileiros que estavam em Santa Elena do Uairén, no momento do fechamento da fronteira, possam retornar ao Brasil. 
De acordo com o MRE, há nesse grupo caminhoneiros e turistas que estavam na trilha do Monte Roraima, além de brasileiros que estavam no lado venezuelano por outros motivos. 
As tratativas com as autoridades venezuelanas no local estão sendo feitas pelo vice-consulado do Brasil em Santa Elena. Segundo o Itamaraty, na segunda-feira (25), 30 brasileiros conseguiram cruzar a fronteira para o lado brasileiro.
Cidadãos brasileiros estabelecidos há anos na Venezuela receberam o contato do consulado com surpresa, por não terem feito qualquer solicitação prévia.
“Em vista da situação por que passa a Venezuela, este consulado-geral está coletando informações dos brasileiros residentes no país para fins de adotar medidas cabíveis de assistência consular”, introduz o Itamaraty na correspondência. 
Há também perguntas sobre quantidade de dependentes e endereço completo.
Ainda no sábado, o consulado emitiu “aviso importante” em que “alerta aos cidadãos brasileiros residentes na Venezuela sobre os riscos decorrentes da atual situação, e recomenda que evitem as áreas de conflito e limitem a sua mobilidade ao estritamente necessário”..

Venezuela deportará equipe de TV que mostrou jovens comendo lixo a Maduro

CARACAS (Reuters) - A rede de televisão norte-americana Univisión informou na segunda-feira que a Venezuela decidiu deportar uma equipe de notícias liderada pelo âncora Jorge Ramos que foi detida brevemente no palácio presidencial porque sua linha de questionamento incomodou o presidente Nicolás Maduro. 
A equipe de seis pessoas ficou detida por mais de duas horas no palácio Miraflores depois de Maduro dizer que não gostou das perguntas, relatou Ramos aos repórteres depois de chegar ao seu hotel de Caracas, que estava cercado de agentes de inteligência armados.
Há tempos o governo da Venezuela vem mantendo um relacionamento tenso com a mídia, que considera em grande parte hostil e alinhada a interesses "imperialistas".
Detenções curtas e deportações se tornaram comuns na Venezuela, especialmente de repórteres que enfrentam atrasos para conseguir permissões oficiais e procuram atalhos para fazer seu trabalho.
A questão ganhou relevo no último mês, já que Maduro enfrenta seu maior desafio político desde que substituiu Hugo Chávez seis anos atrás agora que dezenas de países estão reconhecendo seu rival Juan Guaidó como o líder legítimo do país.
Ao menos sete jornalistas estrangeiros que foram cobrir os distúrbios foram detidos brevemente em janeiro.
Ramos, um âncora mexicano veterano, disse que indagou Maduro a respeito da falta de democracia na Venezuela, da tortura de prisioneiros políticos e da crise humanitária na nação.
O presidente interrompeu a entrevista depois que lhe mostraram um vídeo de jovens venezuelanos comendo restos de um caminhão de lixo.
"Eles confiscaram todo nosso equipamento", disse Ramos à Univisión em uma entrevista. "Eles ficaram com a entrevista."
Ramos disse que as autoridades informaram à sua equipe que todos seriam deportados nesta terça-feira e que teriam que estar no aeroporto às 8h locais. Ele disse que a equipe se programou para partir em um voo de meio-dia para Miami.     
O ministro da Informação, Jorge Rodríguez, disse no Twitter que o governo já acolheu centenas de jornalistas no palácio Miraflores, mas que não apoia "shows baratos" feitos com a ajuda do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Caracas acusa os EUA, que vêm defendendo abertamente a renúncia de Maduro, de tentarem orquestrar um golpe.

Brasileiros ainda não podem sair de Santa Elena de Uairén (ESTADÃO)

PACARAIMA - O vice-cônsul do Brasil em Santa Elena do Uairén, na Venezuela, acaba de cruzar a fronteira em Pacaraima num veículo oficial para buscar suprimentos para os cerca de 70 brasileiros retidos no país vizinho
Eles estão abrigados na representação diplomática a espera de um aval de Caracas para voltar ao País em razão do fechamento da fronteira ordenado pelo presidente Nicolás Maduro na semana passada. "Eles ainda não vão sair. Eu vim buscar alimentos e água", disse Ewerton Oliveira ao Estado.
O vice-cônsul chegou a conversar com um oficial das Forcas Armadas bolivarianas na linha de fronteira acompanhado de oficiais do Exército brasileiro .
Voluntários chavistas foram levados até a fronteira com o Brasil para limpar e fazer pequenos reparos na estrada, danificada nos confrontos do fim de semana
Voluntários chavistas foram levados até a fronteira com o Brasil para limpar e fazer pequenos reparos na estrada, danificada nos confrontos do fim de semana Foto: REUTERS/Bruno Kelly
O encontro ocorreu quando um grupo de militantes chavistas veio da Venezuela ate a linha de divisa com o Brasil em Pacaraima fazer um manifesto gritando "Pátria Livre".
O regime de Maduro tenta gravar imagens para convencer a população de que há normalidade na fronteira. Civis foram transportados em ônibus escolares para limpar e fazer pequenos reparos na estrada, danificada nos confrontos do fim de semana.
O Exercito brasileiro impediu que a imprensa nacional registrasse a atividade.
Por João Batista Olivi
Fonte Notícias Agrícolas/Folha/Reuters

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