Publicado em 27/02/2019 20:18
Exclusivo da Reuters
CARACAS (Reuters) - Ao menos oito toneladas de ouro foram removidas dos cofres do banco central venezuelano na última semana, disseram à Reuters um parlamentar da oposição e três fontes governamentais, no sinal mais recente do desespero do presidente Nicolás Maduro para levantar recursos em meio a sanções cada vez mais duras contra o país.
O ouro foi retirado em veículos do governo entre quarta e sexta-feira da semana passada, quando não havia nenhum guarda regular no banco, disseram o parlamentar Angel Alvarado e três fontes governamentais.
"Eles planejam vender (o ouro) no exterior ilegalmente", disse Alvarado em entrevista.
O banco central da Venezuela não se manifestou.
Alvarado e as fontes governamentais não disseram para onde o banco central estava enviando o ouro. Eles afirmaram que a operação aconteceu enquanto o chefe do banco, Calixto Ortega, estava em viagem no exterior.
Em 2018, 23 toneladas de ouro foram transportados da Venezuela para Istambul de avião, de acordo com fontes e dados do governo turco.
O banco central comprou parte deste ouro de rudimentares campos de mineração no sul da Venezuela e o exportou para a Turquia e outros países para financiar a compra de alimentos básicos, dada à ampla escassez de produtos, de acordo com mais de 30 pessoas com conhecimento da transação.
Cerca de 20 toneladas de ouro também foram retiradas dos cofres do banco central em 2018, de acordo com dados da instituição, deixando 140 toneladas restantes, o menor nível em 75 anos.
A empresa de investimentos de Abu Dhabi Noor Capital disse em 1º de fevereiro ter comprado 3 toneladas de ouro do banco central venezuelano em 21 de janeiro, mas que não compraria mais até que a situação do país se estabilizasse. A Noor Capital disse que sua transação foi feita de acordo com “padrões e leis internacionais em vigor” até aquela data.
O governo Maduro tem tentado repatriar cerca de 31 toneladas de ouro armazenadas no banco central da Inglaterra por temores de que sejam afetadas por sanções internacionais contra o país.
O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse nesta quarta-feira, durante reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, que o Banco da Inglaterra havia bloqueado os bens do governo venezuelano.
O governo Maduro tem recorrido à venda de ouro depois que a queda na produção de petróleo, o amplo colapso econômico do país e as crescentes sanções afetaram as finanças do país e tornaram mais difícil para que Caracas ter acesso a crédito.
Assessor de Segurança Nacional de Trump direciona foco contra Maduro
WASHINGTON (Reuters) - Há um novo desenho pendurado na parede do gabinete de John Bolton na Casa Branca, um que retrata o assessor de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, balançando maracas e sonhando com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atrás das grades em um macacão laranja.
Até agora, a parede era dominada por itens associados à principal luta de política externa de Bolton: o Irã.
Uma das charges mostra um aiatolá ouvindo sobre a decisão de Trump de retirar os EUA do acordo nuclear do Irã.
A nova adição é um sinal de como o foco de Bolton encontrou um novo objetivo --conseguir que Maduro deixe a Venezuela. Esta é uma batalha que ele tem travado no Twitter, onde seus comentários ácidos contra o líder socialista o tem transformado em uma das vozes mais ferozes do governo em relação à questão.
Desde janeiro, Bolton tem disparado mais de 130 mensagens enfurecidas direcionadas a Maduro, representando três quartos de todos os seus tuítes durante o período e mais de um terço de todas as suas publicações desde que Trump o nomeou assessor de Segurança Nacional em março de 2018.
Um porta-voz de Bolton se recusou a comentar a estratégia.
Os Estados Unidos têm liderado um esforço internacional para reconhecer o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino legítimo da Venezuela, considerando a reeleição de Maduro em 2018 como uma farsa. Mais de um mês depois, Maduro permanece no poder, com o apoio dos militares.
Fonte Reuters
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