sexta-feira, 1 de março de 2013

Universidade de RO tem formol vencido e corpos em decomposição

Universidade de RO tem formol vencido e corpos em decomposição Representantes do MPT e TRT vistoriaram laboratórios na quinta, 28. Juiz do Trabalho decide nesta sexta se unidades serão interOs laboratórios do curso de medicina, enfermagem, biologia e ainda a marcenaria da Universidade Federal de Rondônia (Unir) foram vistoriados nesta quinta-feira (28). Medicamentos vencidos há cinco anos, formol fora da validade e cadáveres em estado avançado de decomposição foram algumas das irregularidades encontradas pelo juiz da 2ª Vara do Trabalho de Porto Velho, Carlos Antônio Chagas Júnior. A comissão formada por representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Advocacia Geral da União (AGU) vistoriou laboratórios da universidade para apurar denúncias apresentadas em uma ação civil pública ajuizada pelo MPT. Por conta dos problemas encontrados na instituição, os laboratórios poderão ser interditados. A comissão conversou com alunos, que relataram as condições das instalações utilizadas para as aulas. O estudante Ueliton Jacson Fonseca da Silva, que está no segundo ano de medicina, contou que os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas e máscaras, não são oferecidos pela universidade. Cabe aos próprios acadêmicos a providência do material para as aulas no laboratório da anatomia ditadasNa ausência do Hospital Universitário, as aulas práticas são realizadas em unidades básicas de saúde e hospitais públicos, contudo é necessário um seguro de vida ao aluno, que é exposto a um ambiente insalubre, que deveria também ser disponibilizado pela Unir, entretanto a realidade é outra. “Nós fizemos o seguro e pagamos com dinheiro do nosso bolso, caso contrário não poderíamos participar da aula prática no [Pronto-Socorro] João Paulo II”, relatou o acadêmico do segundo ano de medicina. A imprensa não pode acompanhar a vistoria ao laboratório de anatomia, mas de acordo com o juiz da Segunda Vara do Trabalho, Carlos Antônio Chagas Júnior, foram constatadas as irregularidades apontadas pelos acadêmicos e pelo MPT durante as audiências públicas. Laboratório de enfermagem No laboratório de enfermagem, a principal reclamação por parte dos acadêmicos era quanto aos medicamentos vencidos, que eram utilizados durante as aulas de manipulação, o que foi constatado pela comissão. Além disso, o juiz Carlos Júnior declarou que o ambiente estava “impróprio para respiração”, devido ao forte cheiro do mofo, que toma conta das paredes, e aos condicionadores de ar, por estarem quebrados. Agulhas e seringas estavam expostas sem proteção e os materiais hospitalares eram guardados em armários que não possuíam, nenhum lacre ou cadeado. As novas instalações do laboratório de biologia são as unicas em acordo com as normas de segurança (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1) Laboratório de biologia O último laboratório a ser vistoriado foi o de biologia, principal alvo das denúncias do MPT, devido a grande presença de materiais inflamáveis utilizados no local e armazenados de maneira imprópria. De acordo com a reitora da Unir, Berenice Tourinho, essa situação foi resolvida com o novo prédio entregue pela Santo Antônio Energia, com recurso de compensação da usina construída no Rio Madeira. Nas novas instalações o ambiente foi considerado em boa condições de trabalho, com conservantes dentro do prazo de validade e o armazenamento de espécies em ambientes arejados e climatizados. Acidente de trabalho Devido a uma denúncia de acidente de trabalho dentro da marcenaria da universidade, o local também deveria ser vistoriado, mas a sala estava trancada, impedindo o trabalho. Sendo assim, de acordo com o juiz, as denúncias apontadas pelo MPT em audiência pública foram consideradas verídicas. Na parte externa da sala era possível observar o acúmulo de serragem e pedaços de madeira, o que Carlos Júnior classificou como um retrato da situação precária do local. Ao G1, a reitora da Unir, Berenice Tourinho, informou que é de conhecimento da direção as condições insalubres e os problemas estruturais da instituição, mas que a depende de liberação de recursos de Ministério da Educação (MEC) para sanar os problemas, o que ainda não aconteceu. “Mas nós temos que ter transparência para demonstrar essas falhas e essa exposição faz parte do processo”, disse Berenice, que classificou a ação contra a universidade como “passiva”. Juiz do Trabalho decide nesta sexta se laboratórios serão interditados.

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