terça-feira, 29 de setembro de 2015
29/09/2015 - 15:00
Maiores reservatórios nas hidrelétricas são defendidos por senador de Mato Grosso
Da Redação - Viviane Petroli
A construção de usinas hidrelétricas com grandes reservatórios de água pode ser uma das saídas para o colapso da energia elétrica. A volta da construção de usinas com grandes reservatórios de água foi defendida pelo senador José Medeiros (PPS-MT) na segunda-feira, 28 de setembro, no Plenário.
A construção de grandes reservatórios de água podem auxiliar, inclusive, momentos de seca como o que atinge a região Sudeste do Brasil.
Segundo José Medeiros, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre os países que dispões dos maiores potenciais hidrelétricos. O Brasil representa 10% deste potencial, ficando apenas atrás da China com 13% e da Rússia com 12%.
"O potencial do brasileiro estimado é de quase 250 mil megawatts, perto de 90 mil megawatts, cerca de 36% desse total, já se transformaram em usinas em operação. O potencial ainda é passível de aproveitamento, que é calculado em mais de 100 mil megawatts, estando mais de 70% dele localizado na Bacia do Amazonas e dos Rios Araguaia e Tocantins", declarou José Medeiros.
Conforme José Medeiros, duas usinas hidrelétricas que podem ser construídas e estão em fase de estudo estão localizadas no Rio Juruena, entre Mato Grosso e do Amazonas. Tratam-se das usinas de Santo Augusto Baixo, com 1,4 mil megawatts, e São Simão, com 3,5 mil megawatts.
"Dispomos de uma riqueza que quase nenhum outro país do Mundo possui. Uma vantagem comparativa espetacular em energia limpa e barata", pontuou o senador mato-grossense, lembrando que o Brasil possui ainda a energia eólica, cujos preços da energia se tornaram competitivos nos últimos anos, porém servem apenas como fonte complementar. "Daí o fato que o sistema brasileiro é e deverá continuar sendo hidrotérmico, com as usinas termelétricas ajudando a assegurar o abastecimento nacional, funcionando como um backup para os momentos de falta de chuva, como os que estamos vivendo agora".
Medeiros frisou ainda na Tribuna que a participação das termelétricas no Brasil tem aumentado desde 2003, visto a falta de usinas hidrelétricas com reservatórios. "Lamentavelmente as térmicas são mais caras que as hidrelétricas, chegando a sua geração custar até 10 vezes mais, dependendo do combustível que utilizam".
Conforme o senador de Mato Grosso, a construção de novas de usinas hidrelétricas sem reservatórios é um problema sério para o custo do abastecimento nacional de energia, em decorrência à pressões ambientalistas. O parlamentar destacou que há vários anos usinas vem sendo construídas sem reservatórios para o período de seca, visto tais pressões.
"Na década de 70 em Mato Grosso começou-se a falar numa usina hidrelétrica no Rio Manso. Foi pressão de todos os lados. Que ia-se acabar com o ecossistema, que ia ser um prejuízo imenso para o estado de Mato Grosso, mas mesmo assim o governador na época Frederico Campos acabou por dar início a obra da usina. Hoje, existe em Mato Grosso um verdadeiro tesouro. Essa usina foi construída e existe um lago com uma lâmina d'água de quase 42 quilômetros de água, 180 metros de profundidade em alguns pontos, e que virou um pontos turístico, fez o controle de cheias e ainda gera energia. Mas, na época dizia-se que Mato Grosso praticamente ia acabar. Desta época para cá, somente a Usina de Manso escapou e de lá para cá só se falou em usina de fio d'água", exemplificou.
Tais usinas de fio d'água são, de acordo com Medeiros, construídas sem reservatórios e incapazes de guardar água para o período de seca, em decorrência as questões ambientais, o que eleva o custo de produção.
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