terça-feira, 29 de setembro de 2015
Paraná pode aumentar produção de bicho-da-seda em até 50%
29/09/15 - 12:03
Depois de perder espaço, a cultura do bicho-da-seda no Paraná se recupera graças aos ganhos de rendimento e a retomada da demanda mundial de fio de seda. A maior parte da produção paranaense de casulos tem como destino a fabricação de fios crus que serão exportados para França, Itália e Japão.
A atividade emprega oito mil pessoas, é típica de pequenas propriedades e está concentrada na região Noroeste do Estado, onde está o Vale da Seda, que congrega 29 municípios.
Maior polo de sericicultura do Brasil e o maior do Ocidente, o Paraná tem potencial para aumentar a safra em até 50% nos próximos anos, prevê Oswaldo da Silva Pádua, técnico da Emater e gerente da Câmara Técnica da Seda no Paraná. “O fio de seda paranaense é considerado o melhor do mundo e o mercado internacional está superaquecido. Não se exporta mais porque não há produção suficiente de casulos para atender a demanda”, diz.
De acordo com Padua, o Estado pode ampliar em até mil toneladas a produção por safra. Na safra 2015/2016, o Paraná produziu 2.195 toneladas de casulos, 5% mais do que na anterior. O volume responde por 86% da produção nacional.
PRODUTIVIDADE - Apesar da queda na área de cultivo – que passou de 15 mil para 4 mil hectares em oito anos - , a produção dos casulos vem aumentando graças a avanços de produtividade, segundo Gianna Maria Cirio, engenheira agrônoma e analista do setor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Em todo Paraná, o rendimento por hectare foi de 556 quilos na safra 2015/2016, 12% mais do que na anterior.
O aumento se deve à combinação de pesquisa, investimento e tecnologias avançadas de produção. Novas máquinas reduziram o esforço dos produtores durante a colheita e a necessidade de mão de obra, um dos grandes gargalos do setor. A retirada dos casulos dos bosques nos barracões de criação, por exemplo, que no passado durava quatro horas, hoje leva 15 minutos.
Atualmente se produz mais em propriedades menores, segundo Ruy Seyji Yamaoka, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O modelo de propriedade padrão era de até sete hectares. “Hoje o tamanho da área dedicada, em média, é inferior a dois hectares, mas com uma produtividade alta graças à mecanização, à introdução de novas variedades e formas de plantio, com mudanças no espaçamento, nutrição e adubação das amoreiras”, diz. As amoreiras servem de alimento para os bichos-da-seda.
Agência Estadual de Notícias - Paraná
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