O mercado da soja na Bolsa de Chicago volta a operar em alta nesta quarta-feira (30), porém, com ganhos mais tímidos do que os registrados na sessão anterior
Com os investidores buscando garantir um bom posicionamento antes da chegada dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) neste dia 31, os principais vencimentos da oleaginosa subiam cerca de 0,50 ponto, com o maio/16 cotado já a US$ 9,16 por bushel, por volta das 7h50 (horário de Brasília).
Além disso, as cotações têm apoio ainda de uma retomada dos preços do petróleo em Nova York, que ontem caía mais de 2% e hoje já trabalha em campo positivo (apesar da tendêcia de queda sinalizada nas análises gráficas) e de uma boa alta registrada ainda pelas bolsas asiáticas nesta quarta-feira.
O mercado financeiro da Ásia refletiu com ganhos as últimas declarações do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) de que, diante dos riscos globais, vai tratar com mais cautela o futuro da taxa de juros no país. A medida, inclusive, pesou sobre o dólar frente a uma série de moedas e o fator também atua como suporte para as commodities negociadas nas bolsas norte-americanas.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja em Chicago renova máximas com suporte do dólar em queda e da retração vendedora no BR
Na sessão desta terça-feira (29), os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago registraram seus melhores momentos em oito meses. Os principais contratos fecharam a sessão com ganhos de 6,50 a 7 pontos, levando o maio/16 a US$ 9,16 por bushel, enquanto o setembro/16 encerrou o dia cotado a US$ 9,25. Os futuros do farelo e do óleo de soja acompanharam o avanço e terminaram o dia subindo, respectivamente,
"O mercado dos grãos encontrou suporte, nesta terça, com os ganhos registrados também no trigo, na queda do real frente ao dólar e um reposicionamento dos fundos antes da chegada dos novos boletins do USDA na próxima quinta-feira, dia 31", afirma Jason Roose, analista da U.S. Commodities ao portal norte-americano Agriculture.com.
A presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, sinalizou, ainda nesta terça, que a instituição deverá agir com cautela sobre a taxa de juros nos Estados Unidos diante dos 'riscos globais', o que ajudou a pressionar o dólar não só no Brasil, que reduziu sua alta, mas também no quadro global frente às demais moedas.
O recuo da divisa acaba aumentando ainda mais a competitividade da soja norte-americana diante de suas principais concorrentes, a brasileira e a argentina, estimulando um ganho no mercado futuro dos EUA.
"Os acontecimentos no exterior sugerem que o cumprimento de nossas metas de emprego e inflação provavelmente vão exigir uma trajetória um pouco menor para a taxa de juros em relação ao que era esperado em dezembro", quando o Fed elevou os juros pela primeira vez em uma década, disse Yellen no Economic Club em Nova York. "Dados os riscos para a perspectiva, considero apropriado que o Comitê proceda cautelosamente no ajuste da política" monetária, disse Yellen.
Além disso, a maior parte das expectativas do mercado indicam que no Prospective Plantings, o boletim que traz a atualização dos números de área de plantio da safra 2016/17 dos EUA, os dados para a soja poderiam vir menores do que o total semeado com a oleaginosa na temporada 2015/16.
"Assim, os comentários de Janet Yellen, o dólar mais baixo e a possibilidade de menos acres sendo plantados com soja apresentados no reporte desta quinta-feira foram importantes suportes para a soja", disse Bob Burgdorfer, analista de mercado do portal internacional Farm Futures.
E o mercado da oleaginosa foi capaz de sustentar e intensificar seus ganhos mesmo diante de um novo dia de baixas significativas para os preços do petróleo no quadro internacional.
Nesta terça, os futuros do combustível perderam mais de 2% e voltaram à casa dos US$ 38,00 por barril. Ainda de acordo com analistas internacionais, esta é uma commodity que poderia passar por novas e severas quedas, de acordo com as últimas análises gráficas, e voltar a atuar com menos de US$ 30,00.
Mercado Nacional
Os preços no mercado brasileiro subiram nesta terça-feira. Com uma demanda interna aquecida, o suporte do dólar, os prêmios para as referências dos portos e mais uma retração vendedora, as principais praças de comercialização registraram valorização, bem como os principais terminais de exportação da soja brasileira.
Em Paranguá, a oleaginosa disponível subiu 0,67% para R$ 75,50 e, em Rio Grande, o ganho foi de 1,20% para R$ 76,20. Já no mercado a futuro, embarques entre maio e junho, altas respectivas de 0,67% e 1,71%, para encerrarem o dia com R$ 75,50 e R$ 77,30 por saca. No interior do país, as referências ainda oscilam entre R$ 58,00 e R$ 73,00, depedendo da região, e os ganhos desta terça foram de 0,27% a 0,79%.
"E essa retração vendedora do produtor brasileiro deve continuar um pouco mais, principalmente se o câmbio continuar comedido, nessa faixa de R$ 3,60 / R$ 3,70 para baixo. E se as mudanças políticas vierem na velocidade que estamos observando, é possível que o câmbio ganhe um patamar menor logo logo. Então, mais uma razão para o produtor ficar ausente", explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
Data de Publicação: 30/03/2016 às 10:40hs
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Notícias Agrícolas
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