quinta-feira, 31 de março de 2016

Estoque de milho da safra passada pode ter se esgotado

Estoque de milho da safra passada pode ter se esgotado





Estoque de milho da safra passada pode ter se esgotado
31/03/16 - 10:16

 
Técnicos e analistas em geral vinham apontando que - a partir de março, com o início dos embarques de soja – as exportações de milho retornariam ao seu nível habitual e, com isso, os preços retrocederiam a valores, digamos, mais palatáveis. 
Mas como, março terminando, os preços do grão permanecem não só elevados, mas também em alta
- o preço médio no interior paulista, antes de terminado o mês, supera os R$50,00/saca, sugerindo aumento de pelo menos 13% em relação a fevereiro – a percepção que fica é a de que, frente aos preços extremamente atrativos e à expectativa de mais elevações, o produtor “sentou-se” sobre os estoques. Será?
O último levantamento de safra da CONAB sugere que não, apontando até que os estoques existentes podem ter se esgotado. A propósito, vejam-se os números.Pelas projeções da CONAB, o estoque final da safra 2014/15 deveria girar em torno dos 10,5 milhões de toneladas, caindo mais de 10% em relação à safra anterior. Uma estimativa sem dúvida correta não fosse o fato de, já em dezembro, o dólar ter se aproximado da casa dos R$4,00 e tornado as exportações extremamente convidativas.
A realidade é que, só no trimestre dezembro/15-fevereiro/16 – ou seja, antes que o produto da safra 2015/2016 começasse a chegar ao mercado – exportou-se volume de milho quase 110% superior ao de idêntico período anterior. Quer dizer: enquanto a CONAB previu, para o ano-safra, aumento de 50% nas exportações, os embarques dos últimos meses mais do que dobraram, subindo de 7,7 milhões de toneladas para cerca de 16,1 milhões de toneladas – um volume que supera em mais de 50% o estoque final previsto.
No momento já se opera com milho da nova safra, a primeira do ano. Mas essa que já foi a safra principal agora contribui com apenas um terço da produção nacional de milho. Não só: o volume previsto para a presente “primeira safra” – pouco mais de 28,2 milhões de toneladas – não chega a atender nem a metade do consumo nacional previsto pela CONAB – perto de 58,4 milhões de toneladas.
Infelizmente, parece, não será tão cedo que os preços do milho retornarão a padrões que apresentem mais compatibilidade com a realidade econômica brasileira. E como até os fornecedores externos, tudo indica, se prevalecerão dessa realidade, o setor avícola continuará forçado a adequar a produção a níveis que possibilitem repassar o abusivo aumento de custos. Até, pelo menos, que chegue a segunda safra. Outrora, safrinha; hoje, safra principal.
 


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