Essenciais não só pela produção de mel, as abelhas são as principais polinizadoras das lavouras; basicamente, a agricultura depende delas
The Washington Post
30 Mar 2018 - 07:00
Um crescimento expressivo no número de apicultores tem causado um “reboliço” no Japão, com os governos – em âmbito local e federal – apoiando o aumento da produção de abelhas que, além de produzirem mel, são essenciais para o cultivo de muitas frutas e vegetais. E o número de quem lida com a atividade simplesmente por hobby também tem subido.
Apicultores mantêm colmeias para criar os polinizadores desde os ovos postos pela Rainha. Os insetos acabam sendo vendidos para produtores rurais, que os liberam nas lavouras e estufas para fazer o trabalho de polinização.
No entanto, embora os apicultores também coletem mel, a produção ainda é pequena. Em 2016, foram comercializadas 2,8 mil toneladas, o que corresponde a apenas 5% do mel disponível no mercado doméstico japonês. A maior parte é importada da China e outros mercados.
“Ser capaz de criar abelhas no inverno é uma das forças de Okinawa. Os números de envios de colmeias e de apicultores estão crescendo bem diante dos nossos olhos”, diz Tomohiro Tokiwa, num centro especializado para embarques de colmeias. Tokiwa, de 68 anos, é o representante da cooperativa de apicultores da prefeitura de Okinawa.
No dia da entrevista, cerca de 20 membros da cooperativa e outras pessoas estavam “empacotando” em contêineres algo em torno de 280 colmeias, que continuam aproximadamente 8 mil abelhas. “Elas provavelmente serão usadas para cerejeiras na região de Tohoku e estufas e de morangos e outras culturas na região Norte de Kanto”, explica.
Agricultores compram as abelhas por meio de cooperativas agrícolas, empresas de sementes e outras entidades. O principal objetivo é usá-las para polinizar plantações de abóboras, melancias e outras culturas.
De acordo com a divisão pecuária da cidade de Okinawa, há 164 apicultores cadastrados na prefeitura e que possuem 11,5 mil colmeias, o que representa um aumento de pelo menos três vezes em relação aos números de 2009.
O crescimento veio após um clima atípico e danos com pragas, provocados pela baixa reprodução das abelhas entre 2007 e 2008. Para assegurar um suprimento estável de abelhas, o governo solicitou às prefeituras que tomassem passos para aumentar a produção e promover o debate em suas regiões.
O foco foi especialmente na região de Okinawa, onde abelhas rainhas podem “dar cria” no inverno. Muitos agricultores, inclusive, passaram a criar os insetos.
O número de apicultores vem crescendo nos últimos anos. Segundo o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, havia 9,5 mil apicultores no país em 1985. Devido, sobretudo, ao envelhecimento da população, uma lacuna acabou se formando na atividade: em 2005, restavam somente 4,8 mil trabalhadores. A recuperação ficou evidente no ano passado, que terminou com 9,3 mil apicultores.
Houve, ainda, um crescimento em relação aos “apicultores de fim de semana”. Uma revisão na Lei de Promoção da Apicultura obrigou mesmo quem cria abelhas por diversão a se registrar junto às autoridades.
Yuya Saito, de 70 anos, um escrivão da região de Ishinomaki, virou apicultor em 2012, por hobby. Apaixonado por animais, Saito notou muitas abelhas quando estava limpando sua casa e os arredores depois do grande terremoto na costa leste do Japão, em 2011. “Meu interesse no meio ambiente local aumentou desde que eu comecei com a apicultura. Coletar o mel no final do verão é uma alegria”, conta.
Contudo, um novo problema surgiu: as chamadas plantas das abelhas têm desaparecido devido ao desenvolvimento das cidades e outros fatores. Elas incluem os astrálogos chineses, laranja mandarin e outras flores nas quais os polinizadores coletam o néctar.
Em 1985, havia cerca de 370 mil hectares com esse tipo de plantas espalhados pelo país. Em 2016, entretanto, a área tinha caído em mais de dois terços, atingindo 120 mil hectares.
Com o número de apicultores subindo, as abelhas estão encontrando muito mais competição pelo néctar, de modo que a falta do alimento traz um efeito negativo para a reprodução delas.
No orçamento de 2017, o Japão destinou mais de US$ 22 milhões - ou R$ 72,6 milhões - para centros de produção, o que inclui auxílio para a proliferação das plantas das abelhas.
“Um suprimento estável de abelhas é necessário para promover a apicultura, o que ajuda a aumentar a renda local e revitalizar comunidades. Mesmo que seja necessário tempo para resolver problemas, nós continuamos com nosso apoio”, afirma um membro do Ministério da Pecuária e Abastecimento.
Apicultores mantêm colmeias para criar os polinizadores desde os ovos postos pela Rainha. Os insetos acabam sendo vendidos para produtores rurais, que os liberam nas lavouras e estufas para fazer o trabalho de polinização.
No entanto, embora os apicultores também coletem mel, a produção ainda é pequena. Em 2016, foram comercializadas 2,8 mil toneladas, o que corresponde a apenas 5% do mel disponível no mercado doméstico japonês. A maior parte é importada da China e outros mercados.
“Ser capaz de criar abelhas no inverno é uma das forças de Okinawa. Os números de envios de colmeias e de apicultores estão crescendo bem diante dos nossos olhos”, diz Tomohiro Tokiwa, num centro especializado para embarques de colmeias. Tokiwa, de 68 anos, é o representante da cooperativa de apicultores da prefeitura de Okinawa.
No dia da entrevista, cerca de 20 membros da cooperativa e outras pessoas estavam “empacotando” em contêineres algo em torno de 280 colmeias, que continuam aproximadamente 8 mil abelhas. “Elas provavelmente serão usadas para cerejeiras na região de Tohoku e estufas e de morangos e outras culturas na região Norte de Kanto”, explica.
Agricultores compram as abelhas por meio de cooperativas agrícolas, empresas de sementes e outras entidades. O principal objetivo é usá-las para polinizar plantações de abóboras, melancias e outras culturas.
De acordo com a divisão pecuária da cidade de Okinawa, há 164 apicultores cadastrados na prefeitura e que possuem 11,5 mil colmeias, o que representa um aumento de pelo menos três vezes em relação aos números de 2009.
O crescimento veio após um clima atípico e danos com pragas, provocados pela baixa reprodução das abelhas entre 2007 e 2008. Para assegurar um suprimento estável de abelhas, o governo solicitou às prefeituras que tomassem passos para aumentar a produção e promover o debate em suas regiões.
O foco foi especialmente na região de Okinawa, onde abelhas rainhas podem “dar cria” no inverno. Muitos agricultores, inclusive, passaram a criar os insetos.
O número de apicultores vem crescendo nos últimos anos. Segundo o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, havia 9,5 mil apicultores no país em 1985. Devido, sobretudo, ao envelhecimento da população, uma lacuna acabou se formando na atividade: em 2005, restavam somente 4,8 mil trabalhadores. A recuperação ficou evidente no ano passado, que terminou com 9,3 mil apicultores.
Houve, ainda, um crescimento em relação aos “apicultores de fim de semana”. Uma revisão na Lei de Promoção da Apicultura obrigou mesmo quem cria abelhas por diversão a se registrar junto às autoridades.
Yuya Saito, de 70 anos, um escrivão da região de Ishinomaki, virou apicultor em 2012, por hobby. Apaixonado por animais, Saito notou muitas abelhas quando estava limpando sua casa e os arredores depois do grande terremoto na costa leste do Japão, em 2011. “Meu interesse no meio ambiente local aumentou desde que eu comecei com a apicultura. Coletar o mel no final do verão é uma alegria”, conta.
Contudo, um novo problema surgiu: as chamadas plantas das abelhas têm desaparecido devido ao desenvolvimento das cidades e outros fatores. Elas incluem os astrálogos chineses, laranja mandarin e outras flores nas quais os polinizadores coletam o néctar.
Em 1985, havia cerca de 370 mil hectares com esse tipo de plantas espalhados pelo país. Em 2016, entretanto, a área tinha caído em mais de dois terços, atingindo 120 mil hectares.
Com o número de apicultores subindo, as abelhas estão encontrando muito mais competição pelo néctar, de modo que a falta do alimento traz um efeito negativo para a reprodução delas.
No orçamento de 2017, o Japão destinou mais de US$ 22 milhões - ou R$ 72,6 milhões - para centros de produção, o que inclui auxílio para a proliferação das plantas das abelhas.
“Um suprimento estável de abelhas é necessário para promover a apicultura, o que ajuda a aumentar a renda local e revitalizar comunidades. Mesmo que seja necessário tempo para resolver problemas, nós continuamos com nosso apoio”, afirma um membro do Ministério da Pecuária e Abastecimento.
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