segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Ibovespa fecha no vermelho com cautela sobre cenário eleitoral e foco em pesquisas



Publicado em 01/10/2018 17:20 e atualizado em 01/10/2018 20:10


SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou a segunda-feira no vermelho, iniciando outubro na contramão do mercado externo, em sessão tomada por um sentimento de cautela com a aproximação do primeiro turno das eleições presidenciais.
O Ibovespa caiu 0,91 por cento, a 78.623,66 pontos, após ter subido 3,5 por cento em setembro. Na mínima, o índice chegou a recuar 1,58 por cento. O giro financeiro foi de 8,24 bilhões de reais.
Profissionais de renda variável afirmaram que o pregão refletiu a indefinido da disputa eleitoral e a tendência nos próximos dias é de descolamento das bolsas internacionais.
"Essa semana o mercado aqui vai ficar ao sabor das pesquisas eleitorais", disse à Reuters Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da corretora Renascença.
Segundo dele, a percepção de que o segundo turno será disputado pelo candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, e o petista Fernando Haddad já começa a se consolidar.


"Na eleição de primeiro turno conseguiremos mensurar os percentuais de cada candidato... Mas temos que ver se haverá transferência de votos", acrescentou Monteiro.
Levantamento de intenção de votos BTG Pactual/FSB mostrou que Bolsonaro manteve a liderança para o primeiro turno, mas com menor diferença em relação a Haddad.
"Por mais que tenhamos teoricamente uma definição do primeiro turno, o segundo ainda está em aberto... Tem pesquisa eleitoral todo dia e esse vetor acaba sendo mais importante que qualquer outro", disse o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos.
O nervosismo em torno do desfecho das eleições ofuscou o viés positivo no exterior, com um acordo de última hora para salvar o Nafta, renovando esperanças de progresso nas negociações de Estados Unidos com outros países.
DESTAQUES
- QUALICORP desabou 29,37 por cento, sendo o pior desempenho do Ibovespa, após anúncio de acordo de não competitividade com o acionista José Seripieri Filho, dono de cerca de 15 por cento da administradora de planos de saúde, pelo qual ele receberá 150 milhões de reais. "Em nossa visão, isso é um sinal negativo em termos de governança corporativa, que pode preocupar investidores", disse o Itaú BBA.
- VIA VAREJO UNIT cedeu 14,88 por cento, após o site do jornal O Globo publicar que o Rothschild, contratado para vender a Via Varejo, procura compradores para seu dono, o Pão de Açúcar. Procurado pela Reuters, o grupo francês Casino, dono do GPA, negou "de forma veemente o teor de nota veiculada".
- PETROBRAS PN caiu 0,43 por cento, diante da aversão ao risco com a indefinição do cenário eleitoral, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON recuou 0,21 por cento.
- VALE fechou em alta de 0,97 por cento, entre os poucos destaques positivos do Ibovespa, em sessão sem referência dos preços do minério de ferro no mercado chinês, em função do feriado do Dia Nacional da China.
- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,11 por cento, em sessão negativa do setor bancário. BANCO DO BRASIL perdeu 4,21 por cento. BRADESCO PN recuou 1,12 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT caiu 1,82 por cento.

Acordo que substitui Nafta eleva Dow e S&P 500

Por Chuck Mikolajczak
NOVA YORK (Reuters) - O Dow e o S&P 500 começaram o quarto trimestre em território positivo nesta segunda-feira, após um acordo de última hora para salvar o Nafta como um pacto trilateral ajudou a amenizar preocupações com comércio, embora os principais índices tenham terminado o dia abaixo de suas máximas da sessão.
O índice Dow Jones subiu 0,73 por cento, a 26.651 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,364107 por cento, a 2.925 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,11 por cento, a 8.037 pontos.
O Canadá e o México aceitaram um comércio mais restritivo no novo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), o torna difícil que montadoras globais construam carros de forma barata no México e visa levar mais empregos aos EUA.
Ações industriais, e mais especificamente papeis relacionados ao setor ferroviário e automobilístico, subiram. A Ford Motor Co ganhou 0,8 por cento, enquanto a General Motors avançou 1,6 por cento. Entre ferrovias, a Kansas City Southern subiu 2,9 por cento.
O setor industrial, sensível a desenvolvimentos comerciais nos últimos meses, subiu 0,9 por cento, seu melhor dia em cinco semanas.
"São boas notícias não só para o Nafta e para a América do Norte em geral, mas muitos participantes do mercado estão realmente vendo isso como positivo para futuras negociações, especialmente com a China", disse Lindsey Bell, estrategista de investimentos da CFRA Research.
"Está faltando detalhes, mas o mercado aparentemente não liga, eu estou definitivamente interessado em ver exatamente quais são os detalhes."
O maior ganho do setor industrial, no entanto, foi da General Electric, que subiu 7,1 por cento e estava encaminhada para seu melhor dia em três anos e meio após substituir o presidente John Flannery pelo conselheiro Larry Culp, quem investidores esperam que possa transformar o portfólio da companhia mais rapidamente.
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Fonte: Reuters

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