domingo, 10 de março de 2013

Aumento de 24% do salário mínimo entra no debate político dos EUA

Aumento de 24% do salário mínimo entra no debate político dos EUA Assunto divide economistas e empresários. Nos EUA, salário não está indexado à inflação e pode se e Um aumento de 24% do salário mínimo, uma das grandes promessas do presidente Barack Obama, invade o debate político nos Estados Unidos, dividindo economistas e empresários num momento em que o emprego se recupera. "Vou seguir pressionando para que o salário mínimo seja mais alto e permita que as famílias americanas vivam", reiterou Obama no início de março, depois de se comprometer a elevá-lo de US$ 7,25 a US$ 9 a hora em seu discurso sobre o Estado da União, em meados de fevereiro. A conservadora Câmara de Comércio dos Estados Unidos acredita que esta medida "pesará de forma desproporcional" nas pequenas empresas, menos capazes de absorver um aumento do custo da mão de obra, com o risco de frear o emprego Diferentemente do que ocorre em outros países, onde o salário mínimo é reajustado anualmente de forma automática, nos Estados Unidos não está indexado à inflação e pode se estancar durante anos. O último aumento em nível federal, de 10,6%, ocorreu em julho de 2009. "Tomar uma medida a respeito do salário mínimo foi adiada por muito tempo", disse em um e-mail à AFP o secretário interino do Trabalho, Seth Harris. Asfixiado pelas brigas do orçamento, o debate sobre a salário mínimo começa a ganhar espaço na primeira economia mundial, onde seu nível atual representa apenas 38% do salário médio nos Estados Unidos, contra 46,1% no Reino Unido, por exemplo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Depois de apresentar uma proposta para um salário mínimo de US$ 10,10, a líder do Partido Democrata, Nancy Pelosi, afirmou na quinta-feira querer 'honrar (seus) compromissos com relação à classe média", mesmo que votar a lei exija o consentimento dos republicanos, firmemente opostos a esta medida. Os americanos, por sua vez, mostram-se favoráveis à iniciativa. Segundo uma pesquisa da Gallup divulgada na quarta-feira, 71% apoiam o projeto do presidente Obama. "A diferença entre o salário médio dos trabalhadores americanos e o salário mínimo é muito grande", disse à AFP William Spriggs, um fervoroso defensor da medida e economista chefe da Federação americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), a maior federação de sindicatos do país, que diz representar 12 milhões de assalariados. Os economistas e a comunidade empresarial estão mais divididos. A conservadora Câmara de Comércio dos Estados Unidos acredita que esta medida "pesará de forma desproporcional" nas pequenas empresas, menos capazes de absorver um aumento do custo da mão de obra, com o risco de frear o emprego. "Isto contribuirá para reduzir a pobreza, como disse o presidente Obama? Sobre esta questão, o salário mínimo, em geral, não cumpre com as expectativas', explicou à AFP Michael Saltsman, do Instituto de Políticas de Emprego (EPI, em inglês) em Washington. Os pobres "precisam de um trabalho, não de um aumento", acrescentou. O efeito de um aumento seria, em qualquer caso, atenuado pela complexidade do sistema americano. A maioria dos estados da união tem seu próprio salário mínimo, às vezes já superiores a US$ 7,25 a hora. A economista da Universidade de Chicago, Ioana Marinescu, defende, no entanto, um aumento, que levantaria "o potencial para impulsionar o consumo" sem afetar as empresas. "Os empregados mal remunerados tendem a encontrar um trabalho melhor em outro lugar, o que provoca custos de recrutamento e capacitação de novos empregados. Pagando mais, as empresas economizariam uma parte destes custos", explicou à AFP. Segundo Spriggs, da AFL-CIO, esta medida teria outra virtude: diminuir a diferença salarial entre os sexos em benefício das mulheres, que representam 62% dos aproximadamente 3,8 milhões de trabalhadores que recebem o salário mínimo ou ainda menos. ï

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