domingo, 31 de janeiro de 2016

Comércio de Ribeirão Preto tem 13º mês seguido de queda em vendas

31/01/2016 09h00 - Atualizado em 31/01/2016 09h00



Comércio de Ribeirão Preto tem 13º mês seguido de queda em vendas




Em dezembro, volume de negócios caiu 3%, aponta pesquisa do Sincovarp.
Vestuário e eletrodomésticos foram os que mais sentiram efeitos da crise.

Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca



Setor de vestuário apresentou queda de 5% nas vendas em setembro (Foto: Reprodução/EPTV)Setor de vestuário apresentou queda de 5% nas vendas em setembro (Foto: Reprodução/EPTV)
As vendas do comércio de Ribeirão Preto (SP) fecharam dezembro em queda pelo 13º mês consecutivo, apontam dados divulgados nesta última semana de janeiro pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp).
Baseada em uma pesquisa de opinião com empresários, a entidade, que tem em torno de 7,5 mil estabelecimentos associados na cidade, apurou uma baixa de 3,02% no volume em relação ao mesmo período do ano passado.

"Em 2015 o empresariado em geral segurou o que pôde, porque demitir é um movimento bastante complicado. O fôlego para muitos já acabou. Demissões podem acontecer se não tivermos nenhuma reação", afirma Marcelo Bosi Rodrigues, economista do Sincovarp.
A queda está diretamente associada ao fechamento, em 2015, de 2.421 vagas no setor, tido como um dos mais importantes da economia local e o que mais sofreu com as demissões no ano passado.
Vestuário e eletrodomésticos
De acordo com o levantamento, baseado em uma amostra de 200 estabelecimentos, 60,4% dos entrevistados apontaram ter vendido menos do que no ano retrasado, enquanto 29,2% disseram igualado o desempenho e 10,4% apontaram crescimento.
No índice geral, as áreas que mais sentiram redução nas vendas foram vestuário e eletrodomésticos, respectivamente com baixas de 6,78% e 5,04%.
A alta do dólar, por um lado, encareceu produtos importados, como roupas. Além disso, as lojas não conseguiram acompanhar o mesmo ritmo de vendas de anos anteriores, explica Rodrigues.
"Mas o grande motivo é o consumidor, que está reticente em todas as áreas", acrescenta.
O fôlego para muitos já acabou. Demissões podem acontecer se não tivermos nenhuma reação"
Marcelo Bosi Rodrigues,
economista
Também houve quedas nos segmentos livraria/papelaria (-4,37%), calçados (-4,20%), ótica (-3,01%), presentes (-2,80%), móveis (-2,50%) e tecidos/enxoval (-0,80%).
A exceção foi o setor de cine/foto, com alta de 2,29%, percentual apontado pelo economista do Sincovarp como esporádico e obtido, sobretudo, em função de uma renovação de mercado das lojas. "O segmento está baseado em novos produtos, mas não sei se isso é sustentável."
Compra no crédito
A pesquisa do Sincovarp ainda concluiu que os consumidores passaram a aderir mais ao cartão de crédito em relação a outras formas de pagamento.
Os empresários entrevistados informaram que 56,94% das transações foram pagas com o cartão de crédito, enquanto que as compras à vista representaram 31,6%. Cheques pré-datados e carnês responderam por 11,46%.
Segurança e maior prazo para quitar dívidas são os fatores que mais influenciaram no comportamento, diz Rodrigues.
"Houve durante o ano de 2015 uma migração mais forte por conta de uma tentativa de financiamento. É o consumidor já sinalizando que a questão do crédito está se tornando um problema."

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