terça-feira, 1 de março de 2016

Após mínimas desde novembro, soja busca se recuperar em Chicago e sobe nesta 3ª feira



Por volta das 7h30 (horário de Brasília), as cotações subiam 4 pontos nas posições mais negociadas, com o contrato maio/16 valendo US$ 8,65 por bushel




Após fechar a sessão anterior com seus menores níveis desde dezembro, as cotações da soja na Bolsa de Chicago voltaram a subir na manhã desta terça-feira (1). Por volta das 7h30 (horário de Brasília), as cotações subiam 4 pontos nas posições mais negociadas, com o contrato maio/16 valendo US$ 8,65 por bushel.
Ao se aproximarem de seu patamar de suporte, próximo dos US$ 8,50, os preços recuperaram parte das forças e vem retomando, portanto, parte das baixas registradas ontem, quando o mercado internacional fechou com leves baixas. A movimentação, portanto, continua confirmando um comportamento técnico dos futuros da oleaginosa, justificado, em boa parte, pela relação cada vez mais estreita com o cenário financeiro mundial.
Nesta terça, porém, mais commodities testam essa rápida recuperação, como é o caso do milho, do café e do açúcar em Nova York, e do petróleo, que na manhã de hoje subia mais de 1% para superar os US$ 34,00 por barril em NY. A aversão ao risco que se intensifica ou se ameniza com a chegada de informações importantes das principais economias mundiais e mais as incertezas que carregam pesam de forma ainda bastante severa sobre o andamento dos negócios, e mantém os especuladores fora do mercado de ativos mais arriscados.
E ainda nesta terça, as ações chinesas terminaram o dia em alta com a chegada do corte na taxa de compulsório bancário feito nesta segunda (29), indicando mais uma medida de esforço para seguir dando suporte à economia local. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,85 por cento, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,71 por cento, segundo informou a Reuters.
Ainda de acordo com analistas ouvidos pela agência de notícias, os ganhos hoje foram limitados pelos números mais fracos do que o esperado sobre os setores de indústria e serviços.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha estável em Chicago, mas perdas no interior do Brasil, nesta 2ª feira chegam a 5%
O mercado internacional da soja, nesta segunda-feira (29), fechou com estabilidade em mais uma sessão. Ainda muito limitado pela aversão ao risco observada no quadro financeiro mundial, os preços não encontram espaço para saírem de um intervalo determinado para as cotações que já dura meses na Bolsa de Chicago.
A primeira posição - março/16 -, portanto, encerrou o pregão cotada a US$ 8,53 por bushel, caindo 2 pontos, enquanto o maio/16, referência para a safra do Brasil, ficou com US$ 8,61, perdendo 2,4 pontos, e o agosto/16 valendo US$ 8,69. As cotações se comportaram com essas variações muito tímidas durante todo o dia, e ainda têm respeitado, principalmente, os US$ 8,50 por bushel como um piso para os contratos mais negociados.
"O mercado em Chicago só tem visto o financeiro e quase nada dos fundamentos", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. E nesta segunda, a exceção das baixas entre as commodities ficou por conta, somente, do café negociado em Londres, do açúcar em Nova York - que vem conseguindo absorver a força de seus fundamentos -, o petróleo - que subiu mais de 3% - e o ouro, com ganhos superiores a 1%.
Ainda segundo explicam analistas, as cotações seguem sem forças romper seu patamar de resistência, e garantir novas altas, ou o de suporte, consolidando novas baixas. Para que isso acontecesse, não só precisariam chegar novidades dos fundamentos, como os especuladores precisariam voltar ao mercado futuro americano, o que ainda não acontece em mais este início de semana.
Ainda nesta segunda-feira, os traders internacionais receberam, como tradicionalmente acontece, o novo boletim semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de embarques semanais de grãos e, com números que ficaram dentro do esperado, o reporte não teve quase qualquer impacto sobre o andamento dos negócios.
Os embarques norte-americanos de soja, na semana que terminou no dia 25 de fevereiro, foram de 1.048,841 milhão de toneladas, com as projeções variando entre 980 mil e 1,5 milhão de toneladas. O volume ficou ainda abaixo do registrado na semana passada, quando foram embarcadas 1.548,202 milhão. No acumulado do ano comercial 2015/16, os EUA já embarcaram 38.472,823 milhões de toneladas, ainda abaixo das 41.922,613 milhões do mesmo período do ano anterior.
No Brasil - Preços e conclusão da nova safra
No Brasil, ainda como explica Brandalizze, os produtores de soja têm se dedicado a avançarem com seus trabalhos de soja e cumprir seus contratos já firmados antecipadamente mais do que em efetivar novos negócios, que seguem acontecendo de forma pontual e com pequenos volumes.
De acordo com o último levantamento da consultoria AgRural, a colheita da safra 2015/16 de soja do Brasil já foi concluída em 33% da área, apresentando um avanço de dez pontos percentuais em relação à semana anterior e também ficando acima dos 29% do mesmo período do ano anterior.
E essa evolução, como relata o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora já tem exercido alguma pressão sobre os preços da soja formados internamente no Brasil, bem como nos prêmios pagos para a oleaginosa nos portos. Ainda assim, porém, os prêmios seguem positivos nos principais terminais e atuando como um fator de suporte para os preços.
Em Paranaguá, as principais entregas de produto tinham entre 20 e 45 cents de dólar acima dos valores que vinham sendo praticados em Chicago, diante de uma demanda que segue forte e ainda muito presente entre os negócios.
Nesse quadro, sem uma direção bem definida para os principais componentes formadores dos preços, o mercado nacional acaba sentindo a influência pontual de alguns desses fatores. Assim, nesta segunda, apesar da retomada do dólar e da estabilidade em Chicago, o preço da soja disponível e a futuro no porto de Paranaguá encerraram o dia com estabilidade e valendo, respectivamente, R$ 78,00 e R$ 77,50 por saca. Já no terminal de Rio Grande, baixa de 1,25% no disponível para R$ 79,00 e de 1,14% para o produto a ser entregue em junho, que fechou com R$ 79,90.
No interior, os preços também cederam e as praças onde a pressão foi maior se localizam em Mato Grosso, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto aos sindicatos rurais e cooperativas. Em Tangará da Serra, queda de 4,84% para R$ 59,00, e de 5,65% em Campo Novo do Parecis, onde o valor foi a R$ 58,50 por saca. Nas praças do Sul do país as perdas foram mais amenas, com as cotações ainda variando entre R$ 68,00 e R$ 70,00.
Na outra ponta de formação dos preços da soja no Brasil há a volátil taxa cambial. Nesta segunda, a moeda norte-americana, que iniciou o dia em queda, se recuperou e fechou a sessão com leve alta de 0,15% e com R$ 4,0035. Apesar disso, no balanço mensal de fevereiro, a divisa acumulou uma baixa de 0,52% e quebrou uma sequência de três altas mensais consecutivas, como noticiou a Reuters.
"Boa parte das más notícias já está no preço. A menos que haja um choque muito grande, acredito que o dólar tem espaço para continuar oscilando perto de 4 reais nos próximos meses", disse o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria Capital Economics, Neil Shearing à agência.


Data de Publicação: 01/03/2016 às 10:20hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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