Queda na indústria impacta comércio e serviço no AM, diz pesquisa do IBGE
Em 2015, três setores da econômica apresentaram queda no crescimento.
IBGE lançou pesquisas Industrial, Construção, Serviços e Comércio de 2016.
Os setores da indústria, serviço e comércio têm amargado sucessivas quedas no Amazonas nos últimos três anos. Para se ter uma ideia, a soma do acumulado de 2015, corresponde a redução de 7,3% do comércio, 9,8% do setor de serviço e 16,5% da indústria, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estatísticas foram divulgadas durante evento de lançamento das pesquisas “Industrial, Construção, Serviços e Comércio no ano de 2016”, nesta quinta-feira (28).
A retração no crescimento dos setores de serviço e comércio está atrelada ao desenvolvimento da indústria no Estado, conforme explicou a Gerente Nacional da Pesquisa Anual de Serviço (Pas), Clician do Couto. Nos últimos dois anos, a indústria apresentou queda de 20,3%, segundo registros do IBGE.
"No final de 2014, que a atividade econômica perdeu o fôlego, o setor de serviço e comércio perdem o fôlego junto. Só que o desempenho do Amazonas é pior que o do Brasil. A gente observa que a evolução dos serviços e comércio é muito ligada ao desempenho da atividade industrial. Quando a indústria caiu, a prestação de serviços para o setor produtivo diminui e o desempenho e dinamismo reduz", explicou Clician.
Em 2015, a indústria no Amazonas teve queda de 16,5%, em 2014 foi de 3,8%, em 2013 se manteve em 6,1% e em 2012 foi de 6,8%.
A redução no crescimento da indústria influencia diretamente na queda do comércio e na prestação de serviços. “A gente observa que o setor de serviços aqui no Estado do Amazonas é muito ligado à atividade produtiva. Então se a indústria vai mal, o serviço vai junto”, explicou.
O comércio registrou baixa de 7,3% em 2015. Já em 2014, o crescimento foi de 0,3%, em 2013 foi de 3,9% e em 2012 foi de 4,3%. Já no setor do serviço, a queda foi de 9,8% em 2015, se manteve em 3,2% em 2014, 4,0% em 2013 e 2,7 em 2012.
"A partir do fim de 2014, começa desacelerar. O que significa taxas de crescimentos positivas, mas menores. Quando chega em 2015, elas ficam negativas", analisou Clician.
A especialista ressaltou que desde 2012 – tendo como base a série histórica - o Amazonas nunca havia registrado uma queda no desempenho dos setores, como a atual. "Desde 2012 o Amazonas nunca teve desempenho como esse na pesquisa mensal de serviços", afirmou.
Couto atribuiu o atual cenário à própria natureza da atividade econômica. "A atividade econômica é cíclica. Você às vezes até consegue algum instrumento de política econômica que evita uma desaceleração forte, mas em regra geral a atividade econômica tem essa característica cíclica", apontou.
Crescimento
Nos anos de 2013 e 2014 - para a série da pesquisa mensal de serviços e comércios – os setores tiveram crescimento. “Em 2013 e 2014 teve o efeito Copa do Mundo e o Amazonas teve mais fôlego e mais dinamismo econômico nessas atividades que o restante do Brasil”, ressaltou.
Ela apontou também que de 2007 a 2013, a maior contribuição no crescimento do Amazonas foram dos serviços de informação, comunicação, administrativos e profissionais, que compreendem telecomunicações, informática, consultoria, contabilidade. “Quase 60% do crescimento do estado do Amazonas nesse período deve-se a evolução desses dois setores”, afirmou
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