Pesquisa da Fepagro planeja antecipar idade ao primeiro serviço em novilhas da raça Brangus
29/04/16 - 12:36
Um projeto de pesquisa conduzido pela Fepagro Campanha, em Hulha Negra, está selecionando e avaliando novilhas da raça Brangus com o objetivo de antecipar a idade ao primeiro parto para os dois anos de idade.
Para possibilitar a realização do projeto, o rebanho de bovinos de corte da Fepagro Campanha vem sendo selecionado há quatro anos para precocidade sexual e de terminação. Para este fim, incrementou-se a utilização de inseminação artificial a tempo fixo (IATF), utilizando-se Reprodutores com Diferença Esperada na Progênie (DEP) positiva para gordura intramuscular, peso ao nascer e ao desmame. “Com essa seleção, em associação à adoção de estratégias de manejo sanitário, nutricional e reprodutivo, foi possível antecipar, num primeiro momento, a idade das fêmeas ao primeiro acasalamento de três a quatro anos para os dois anos”, detalha a pesquisadora Adriana Kroef Tarouco, coordenadora do projeto e do Programa de Pesquisa em Produção Animal da Fepagro.
O manejo adequado destes animais em épocas estratégicas, como utilização de pastagens cultivadas de inverno e/ou arraçoamento no primeiro inverno após o desmame, reduziu o período necessário para que as terneiras atingissem o peso adequado para serem inseminadas com uma idade média de 12 a 13 meses nesta última estação reprodutiva. “A grande vantagem em antecipar a puberdade e, consequentemente, o primeiro parto aos dois anos, está em reduzir o número de animais improdutivos no sistema, produzir uma cria a mais na vida útil das fêmeas, exercer forte pressão de seleção para precocidade e reduzir o intervalo entre gerações”, enumera a pesquisadora.
No entanto, uma das grandes preocupações ao adotar este sistema é o de garantir a repetição de cria na estação de monta subsequente, ou seja, esta fêmea que ainda está em crescimento tem que ter condições de amamentar a sua cria e gestar um novo produto. De acordo com Adriana, os impactos do estresse fisiológico no desenvolvimento das novilhas serão avaliados neste projeto, que pretende acompanhá-las até os dois anos – momento em que acontecer a parição –, assim como o desempenho de suas crias, avaliando-se parâmetros como peso ao nascer e peso ao desmame. “Estas fêmeas vêm sendo monitoradas desde o nascimento e pesadas sistematicamente. Também estamos realizando medições de área pélvica, avaliações do desenvolvimento do trato reprodutivo e da composição corporal, todos por ultrassonografia, sendo a última com o apoio do Departamento de Zootecnia da UFRGS”, conta a pesquisadora.
Outro monitoramento que o projeto de pesquisa vem fazendo é da saúde reprodutiva das fêmeas, através da investigação de doenças reprodutivas como a Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), junto com o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF – Fepagro Saúde Animal). “Como os resultados para a IBR nesta categoria animal vêm sendo negativos na pré-estação de monta, e o rebanho não é vacinado, estamos trabalhando para formar um rebanho livre desta doença. As fêmeas são mantidas no mesmo grupo de manejo e inseminadas artificialmente, sem repasse com touros. As com problemas reprodutivos são descartadas”, conclui Adriana.
Agrolink com informações de assessoria
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