A sessão desta quinta-feira (28) foi de forte volatilidade para o mercado internacional da soja. Os futuros da oleaginosa iniciaram o dia atuando em campo negativo, voltaram a subir - registrando ganhos de mais de 14 pontos no meio da tarde - porém, encerraram os negócios na Bolsa de Chicago com estabilidade e oscilações bastante tímidas entre as principais posições, de pouco mais de 1 ponto de alta.
A sessão foi bastante nervosa na CBOT, refletindo, mais uma vez, a rapidez e a intensidade com que os fundos têm atuado nestas últimas semanas. Segundo explicam analistas, há, inclusive, a presença de muitos fundos asiáticos atuando e gerando, novamente, mais especulações sobre o andamento real da economia chinesa. Há, nesse momento, um excesso de liquidez que passa da soja para toda a cesta de principais commodities.
Ainda de acordo com os analistas de mercado, porém, as cotações, nesta quinta, contaram como um dos principais fatores de estímulo para o forte avanço registrado no meio do pregão os números das vendas semanais para exportação dos EUA, que se fortaleceram e surpreenderam, principalmente no caso do milho. Apesar de estarem dentro do esperado pelos traders, as operações com a soja passaram de 900 mil toneladas.
Na semana encerrada em 21 de abril, as vendas de soja dos EUA foram de 946,4 mil toneladas, com expectativas que variavam de 700 mil a 1,1 milhão de toneladas. Foram 226 mil toneladas da safra 2015/16, 45% a menos do que na semana anterior e tendo o México como principal destino, e mais 720,4 mil da safra 2016/17, com o México também como maior comprador.
As vendas semanais de farelo foram de 273,4 mil toneladas, contra projeções de 170 mil a 350 mil toneladas. Do presente ano comercial foram 209,6 mil toneladas - 59% a mais do que na semana anterior - e mais 63,8 mil toneladas do próximo. Já os números da soja somaram 9,6 mil toneladas, enquanto o mercado apostava em algo entre 0 e 20 mil toneladas. E neste caso o volume foi todo da safra 2015/16.
Ainda entre os fundamentos segue o clima. Na América do Sul, esta semana trouxe condições melhores tanto no Brasil quanto na Argentina, onde foi possível registrar, respectivamente, um avanço da conclusão do ciclo e dos trabalhos de colheita. Já nos Estados Unidos, os últimos dias foram de excesso de chuvas e algumas regiões até indicando uma paralisação dos trabalhos de campo. No entanto, por estarem ligeiramente acima da média dos últimos anos, e pelas previsões mais adiante mostrarem um quadro melhor, os problemas ainda não têm tanto peso sobre os negócios.
O andamento do dólar também vêm tecendo uma relação cada vez mais íntima com o mercado futuro da soja, afinal, sua queda frente ao real e demais moedas tem sido um dos mais importantes fatores de alta para os preços da commodity nas última semanas. E a decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros dos EUA entre 0,25% e 0,50%, anunciada nesta quarta, deve manter a moeda norte-americana com movimentos de alta mais limitados, o que poderia também seguir dando suporte às cotações.
No Brasil
E as altas em Chicago seguem estimulando os preços e os negócios no Brasil, principalmente para a safra 2016/17, segundo relatam analistas e consultores de mercado, apesar das consecutivas baixas do dólar. "A soja registrou bons negócios nos portos para maio/17 a R$ 86,00/R$ 87,00 por saca. Os produtores estão aproveitando para fechar insumos", afirma Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
No fechamento do dia, em Paranaguá, a soja disponível terminou com R$ 84,00 por saca e alta de 1,20%, enquanto o futuro ficou estável nos R$ 85,00. Já no terminal de Rio Grande, o produto disponível passou a R$ 80,70 por saca, com um leve recuo de 0,37%, enquanto o futuro subiu 0,23% para R$ 86,20.
Fonte: Notícias Agrícolas
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