A filial brasileira da Cargill, maior empresa de agronegócios do mundo, encerrou 2015 com uma receita líquida de R$ 32,1 bilhões, um aumento de 23% em relação a 2014
Mas a deterioração do cenário econômico no mercado interno, a piora no resultado financeiro e a cotação em queda dos grãos - principal segmento da companhia no país - levaram a uma retração de 16% no lucro líquido das operações no país, para R$ 415 milhões.
Conforme a companhia, o volume total processado e comercializado no Brasil superou 28 milhões de toneladas em 2015 - 28% do total entregue no mercado interno e 72% direcionados às exportações. Isso rendeu à empresa R$ 9,7 bilhões no mercado interno, ante R$ 9,3 bilhões em 2014, e R$ 10,6 bilhões no externo, contra R$ 9,6 bilhões em 2014.
Segundo a Cargill, "2015 se comportou conforme as expectativas consolidadas na primeira metade do ano". A empresa citou os investimentos que tem feito em logística como mostra de seu "compromisso de longo prazo e crescimento no país".
A companhia informou que fechará o triênio 2014-2016 com investimentos de R$ 675 milhões em infraestrutura logística e portuária no país, sendo 82% destinado ao "Arco Norte" - a nova rota para o escoamento de grãos do Centro-Oeste.
O fôlego para esses aportes se sustentou, em grande parte, graças à contração de financiamentos e empréstimos com o BNDES, FCO e Finame, além de empréstimos federais via "partes relacionadas". Entre 2014 e 2015, a Cargill elevou de R$ 3,8 bilhões para R$ 6,5 bilhões sua captação financeira com esses agentes.
Ao considerar apenas as linhas que registram receitas e despesas com variação cambial e derivativos, a filial brasileira fechou om despesa financeira líquida de R$ 775 milhões, ante R$ 316 milhões em 2014. É esse componente - e em particular o efeito da variação cambial - que justifica a piora do resultado financeiro como um todo de um ano para o outro, e que levou a uma redução do lucro antes de impostos, apesar de o lucro operacional (Ebit) ter subido 46% no ano, para R$ 1,34 bilhão em 2015.
A empresa reconhece que tem exposição líquida passiva em dólares. Ou seja, em tese, quando o dólar sobe, ela perderia dinheiro. Mas isso não mostra a realidade toda, diz a empresa, já que detém 70% da receita de vendas em moeda estrangeira.
Fundada nos EUA em 1865, a Cargill opera no Brasil há 50 anos e está presente em 15 Estados do país com unidades industriais e escritórios. A companhia processa e comercializa soja, açúcar, algodão, milho e outros grãos, e realiza negócios nos setores de etanol e bioenergia através de joint ventures. A Cargill ainda produz produtos para o consumidor final, como óleos refinados, molhos e maionese.
Data de Publicação: 29/04/2016 às 09:00hs
Fonte: Avisite
Fonte: Avisite
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