quarta-feira, 28 de junho de 2017

Soja: Mercado se ajusta antes dos novos reportes do USDA e trabalha com estabilidade nesta 4ª



Perto de 7h45 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1,50 e 2,25 pontos entre as posições mais negociadas



Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham com estabilidade na manhã desta quarta-feira (28), porém, do lado positivo da tabela. Perto de 7h45 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1,50 e 2,25 pontos entre as posições mais negociadas. Assim, o contrato julho/17 valia US$ 9,13 e o novembro - que além de ser a referência para a safra americana, já é o mais negociado - valia US$ 9,19 por bushel.
Os relatórios que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no final do mês - estoques trimestrais e área plantada da safra 2017/18 - já exigem um ajuste do mercado e um posicionamento dos traders. Os novos números serão reportados nesta sexta-feira, 30 de junho.
Ao mesmo tempo, segue o foco ainda sobre o clima nos EUA e o desenvolvimento das lavouras no Corn Belt, que entram agora em um dos meses mais importantes durante a temporada. E para meados de julho, as previsões já começam a indicar temperaturas mais altas do que o normal para a época e podem, se confirmadas, gerar especulação e volatilidade em Chicago.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja sobe até 3% no Brasil nesta 3ª feira com dólar e clima nos EUA puxando futuros em Chicago
Nesta terça-feira (27), os preços da soja subiram de forma quase generalizada no mercado brasileiro. A junção da alta do dólar frente ao real e do pregão positivo na Bolsa de Chicago deram espaço para ganhos de 0,44% a até 3,51% entre as principais praças de comercialização e os portos brasileiros.
A soja disponível ficou em R$ 68,80 no terminal de Paranaguá, com uma alta de 1,46%, e com R$ 68,80 em Rio Grande, subindo 1,62%. Já em Santos, o preço teve alta de 1,03% para R$ 68,50 e de 0,44% para R$ 68,60 em Imbituba/SC.
No interior do país, as referências passaram a atuar entre R$ 52,00 e R$ 67,00 por saca nas principais regiões produtoras do Brasil.
Apesar disso, "os preços no mercado interno ainda estão bastante comedidos", explica o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. "Um ou outro vendedor vem a mercado, participando mais por necessidade de caixa e quem não precisa está segurando para ver o que acontece nos próximos 10 a 15 dias", complementa.
A opinião é compartilhada pelo analista de mercado da AgResource Brasil, Matheus Pereira. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, direto de Chicago, ele lembra que este é um período delicado, de intensa especulação e que vai exigir estratégia do produtor rural brasileiro.
"Vimos de duas safras cheias no ano passado, estoques em níveis recordes, por isso temos que trazer uma visão bem sensata para o produtor rural. Devemos aproveitar momentos especulativos, qualquer tendência a longo prazo ela deve ser bem alterada simplesmente por uma reviravolta do clima nos Estados Unidos. Então, se essa meteorologia de temperaturas mais altas e chuvas mais amenas se confirmar, vamos aproveitar essas altas do mercado, essa alta do dólar", complementa.
Mercado Internacional
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam com altas de 4 a 5 pontos entre os contratos mais negociados, com o julho/17 fechando em US$ 9,11 e o novembro/17, referência para a safra americana, com US$ 9,17 por bushel.
Para Motter, as baixas da última semana foram encaradas como um "limite" pelo mercado e, portanto, além do estímulo do clima no Corn Belt e da redução do índice das lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA para 66% na última segunda-feira (26) há ainda um ajuste entre as cotações.
Assim, os traders já se posicionam frente aos novos boletins climáticos, principalmente os referentes à próxima semana, quando começa julho - um dos meses chaves para a produção de soja e milho norte-americana, com as lavouras entrando na fase de polinização, floração e enchimento de grãos.
"Havendo uma combinação de fatores climáticos que possam atrapalhar a safra norte-americana, os prêmios climáticos poderiam entrar em jogo", acredita o analista da Granoeste.
Paralelamente, atenção ainda aos novos reportes que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz ainda nesta semana, incluindo as vendas para exportação, estoques trimestrais e área da safra 2017/18.
A questão da oferta futura será o grande fator que irá direcionar o mercado neste momento. Ou seja: o mercado climático é visto em primeiro lugar. Apenas em um segundo momento, os estoques serão observados, salienta Motter.
Dólar
O dólar subiu, na sessão desta terça-feira, 0,51% para fechar o dia com R$ 3,3185. Na máxima do dia, a divisa alcançou os R$ 3,3348 e segue caminhando ao redor da cena política interna. "A tendência é de desvalorização do real, já que a chance de passar a reforma da Previdência é cada vez menor", disse à agência de notícias Reuters o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.


Data de Publicação: 28/06/2017 às 10:30hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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