terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Mercado busca estratégias para combater a mosca-dos-estábulos

Mercado busca estratégias para combater a mosca-dos-estábulos




Mercado busca estratégias para combater a mosca-dos-estábulos
27/12/16 - 09:32 

O Brasil está longe de fechar o cerco no combate à mosca-dos-estábulos. Mas, desde que se tornou um problema, com o fim das queimadas nas lavouras de cana e a proliferação junto à vinhaça, a praga tem chamado a atenção de pesquisadores e empresas. O objetivo comum é encontrar soluções que minimizem o prejuízo causado a fazendas de corte e leite, onde as fêmeas chegam a abortar, tamanho o estresse, e o rebanho perde peso e diminui a produção de carne e leite.
Aqui mesmo, no Portal DBO, já falamos sobre pesquisas em controle biológico para tentar evitar surtos, assim como de armadilhas, que têm sido usadas em outros países. De olho nesse problema, uma empresa associada à incubadora Esalq Tec também planeja dar a sua contribuição.
Há mais de 15 anos no mercado de controle de pragas urbanas, a Colly Química, do interior de São Paulo, foi a ganhadora da etapa municipal de Piracicaba, SP, do desafio Ideas For Milk, promovido pela Embrapa, com um projeto focado no combate à mosca-dos-estábulos.
A estratégia de controle cria em torno das instalações uma verdadeira fortaleza. Alexandre Craveiro, diretor comercial da Colly, afirma que a ideia é adaptar aquilo que já se faz para controle da mosca doméstica e atender às especificidades do novo alvo. “Hoje nos frigoríficos, por exemplo, a gente adota uma barreira fitossanitária usando na parte externa armadilhas que contêm um atrativo para os insetos a cada dez metros e, no interior da indústria, armadilhas adesivas acionadas pela luz ambiente”, diz.
Ferramentas de controle - No caso da mosca-dos-estábulos, pode ser que o espaçamento ideal do lado de fora das instalações mude, assim como o atrativo líquido para barrar os insetos que tentem se aproximar das instalações. “Mas o princípio é o mesmo”, afirma Craveira. Falando da armadilha interna, ele explica que ela nada mais é do que um suporte com material colante, que sob a luz do sol ganha tons de azul. “Isso a torna um atrativo visual para as moscas que ultrapassarem a barreira sanitária”, diz. Além das armadilhas, a Colly pretende lançar um aplicativo que permita monitorar as infestações.
“Essas armadilhas internas serão específicas para serem fotografadas e, a partir do número de moscas capturadas, o app irá informar o produtor sobre o nível de dano na propriedade”. A informação será cruzada com dados de temperatura e umidade do local onde a fazenda está e alertas das usinas, em relação à aplicação da vinhaça – o que pode ajudar a prever um surto.
Porém, mais do que ser usado no momento crítico, o objetivo do aplicativo é dar instruções para o produtor sobre como realizar o manejo integrado de pragas da mosca. “Então, se o inseto não tá causando prejuízo, sugerir a adoção de boas práticas. Ou, se já atingiu nível de dano econômico, indicar que ações precisam ser tomadas”, afirma Craveira. No primeiro caso a recomendação pode ser por fazer uma limpeza nas instalações, retirando o acúmulo de matéria orgânica, enquanto no segundo pode tender para uma aplicação de produto químico nos animais ou no solo.
De acordo com Craveira, a expectativa é que a solução completa chegue ao mercado no último trimestre de 2017 a um preço acessível para o produtor. “No momento, estamos buscando investimento para acelerar o projeto e sabemos que será importante também firmar parcerias; tanto com usinas como para testar a solução junto aos produtores”, completa.

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