quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Recorde de 215 milhões de toneladas é aguardado

Recorde de 215 milhões de toneladas é aguardado





Recorde de 215 milhões de toneladas é aguardado
28/12/16 - 08:43 

As perspectivas para a safra 2016/17 são bastante positivas. É o que afirma o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga. Segundo ele, haverá crescimento, principalmente em relação ao milho e à soja, e a produção total de grãos deverá bater novo recorde, podendo superar 215 milhões de toneladas (t) de grãos e fibras. 
Alvarenga ressaltou que o clima estará favorável às culturas e que, além disso, houve uma retomada de confiança por parte dos produtores. “Ficaram mais confiantes com o governo. Todo mundo plantou. Vai ser uma boa safra”, afirma, lembrando que o agronegócio brasileiro, embora não esteja imune à crise atual, sofre um impacto menor em relação aos outros setores da economia, por estar ligado ao mercado externo de alimentos. 
O presidente da SNA acredita que, de forma geral, os preços no mercado internacional podem ser um pouco menores em 2017 do que neste ano, mas boa parte dos produtores já vendeu a produção para a próxima safra, porque considerou que estava com um preço razoável. “O produtor antecipa determinadas vendas quando acha que o mercado está com bom preço e a cotação do dólar está atraente”, explica. 
Apesar das boas perspectivas, Alvarenga teme pela elevação tributária nas exportações do agro. “Isso é um verdadeiro absurdo. O setor não pode admitir isso. Espero que o ministro Blairo Maggi consiga segurar qualquer ímpeto tributarista”. 
Safra Recorde - Para o vice-presidente da SNA, Hélio Sirimarco, a safra recorde de grãos será a grande propulsora do agronegócio brasileiro em 2017. “Se confirmada, a produção de grãos, liderada pela soja e milho, será 15% maior do que a anterior, quando a seca afetou especialmente a produtividade do milho”, destaca. 
Reforçando as perspectivas favoráveis, Sirimarco acredita que o agro terá um ano bom, com aumento de negócios e de receita, não só em função do potencial da safra de grãos, como também do aumento da produção de proteína animal. “As exportações tendem a crescer, e é possível que haja uma recuperação no poder de compra dos consumidores, com a queda da inflação e da eventual reativação da economia”, complementa. 
Exportações - Apesar de garantir que o Brasil vai continuar a ter papel importante no comércio internacional, o vice-presidente da SNA admite que, para 2017, incertezas poderão afetar diretamente o agronegócio, como o comportamento do dólar. “A grande incógnita é o que vai acontecer nos EUA no governo de Donald Trump. Os mercados internacionais já deram sinais claros de que, caso Trump venha a cumprir as promessas de campanha, o dólar vai registrar uma forte valorização”, explica Sirimarco. 
“Parte dessa alta já está precificada, já que o dólar no exterior está em seu nível mais alto dos últimos 14 anos em relação ao euro, por exemplo. O yuan, por sua vez, está nos níveis mais baixos dos últimos oito anos em relação ao dólar”. 
Esse comportamento da moeda norte-americana, segundo o vice-presidente da SNA, impacta diretamente os preços das commodities agrícolas dos EUA, tornando-as mais caras e, por conseguinte, menos competitivas. “Contudo, para o Brasil, isso pode ser positivo. Com a desvalorização do real, as commodities brasileiras ficam mais competitivas no mercado internacional”, observa. 
Um exemplo que retrata bem essa situação foi a forte valorização do dólar que ocorreu no segundo semestre de 2015, e que possibilitou ao Brasil bater o recorde histórico das exportações de milho (mais de 30 milhões de toneladas), fazendo com que o país se tornasse o segundo maior exportador do mundo, somente atrás dos EUA. 

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