Desertificação
Dia Nacional da Caatinga alerta para processo de degradação do meio ambiente no sertão nordestino
Desertificação no Nordeste ameaça produção agrícola
O sertão, cantado em verso e prosa Brasil afora, celebrará, no próximo dia 28, o Dia Nacional da Caatinga – sua vegetação mais característica e único bioma exclusivamente nacional. No entanto, é de lá que também vem o alerta: as terras do Nordeste estão enfrentando um novo fenômeno chamado desertificação.
Resultado de ações humanas, a desertificação é um processo de degradação do meio ambiente que torna os solos inférteis e improdutivos. Recentemente o Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca no Estado da Paraíba (PAE-PB) anunciou que 93,7% do território do estado está em processo de desertificação, sendo que 58% em nível alto de degradação.
“Esse dado é alarmante e exige providências para que não se agrave. São necessárias ações assertivas em parceria com a sociedade e governos. A conservação da biodiversidade, incluindo o solo, é fundamental para a economia do país e para a sobrevivência humana. A criação e implementação de unidades de conservação, para proteger as áreas remanescentes de vegetação natural e auxiliar na regulação do clima, são essenciais para mudar esse cenário”, comenta Emerson Oliveira, coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
A proteção de todos os biomas brasileiros tem sido o foco da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza ao longo de seus 27 anos de atuação. Por meio do Programa de Apoio a Ações de Conservação, a Fundação participa da busca pela manutenção do solo, água, fauna e flora nacionais protegidos, evitando a sua degradação. No início do ano a organização divulgou a lista das novas iniciativas de conservação da natureza que serão apoiadas em 2017. No total, R$ 1,5 milhão estão sendo investidos em 18 novas iniciativas, metade delas com atuação na Caatinga.
Projetos na Caatinga = preservação da vida no Nordeste
Na Caatinga, especificamente, projetos apoiados pela Fundação como o de conservação do tatu-bola, no Piauí, e da arara-azul-de-lear, na Bahia, que visa a transformação da Estação Biológica de Canudos em Reserva Particular do Patrimônio Natural, estão em curso para evitar o avanço de processos de degradação do bioma.
Ações de proteção da fauna, flora e de nascentes na Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas e a proteção da área de ocorrência do soldadinho-do-araripe para conservação da espécie, que está criticamente em perigo de extinção, ambos no Ceará, também contribuem para a conservação dos restritos recursos hídricos e florestais no estado.
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