sexta-feira, 28 de abril de 2017

Tecnologia evitará “apagão” no campo


Campo

Tecnologia evitará “apagão” no campo


Soluções desenvolvidas devem focar em produzir mais com menos para driblar falta de infraestrutura, diz especialista
O desenvolvimento constante de novas tecnologias e mecanismos que ajudem a produzir mais com menos e otimizem perdas é um caminho para que o Agronegócio continue a avançar no Brasil. Apesar de ser o ramo mais promissor da economia brasileira hoje, ainda existe uma perda considerável por conta da infraestrutura logística: de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) realizado em 2015, mais de R$ 3 bilhões foram perdidos pela má qualidade das rodovias, principalmente com soja e milho.
De acordo com o professor do ISAE – Escola de Negócios, João Rebequi, o Agronegócio é o setor que mais sofre com esse gargalo. “A produção de soja de Rondonópolis ainda é escoada por Paranaguá, por uma carência de rodovias, ferrovias e hidrovias que permitam a utilização de modais logísticos mais racionais e de baixo custo”, exemplifica.
Além disso, diz João, o Brasil também sofre com um problema de armazenagem, carência que potencializa a questão logística. “Ou seja, se a produção não rodar e for escoada rapidamente, não há onde armazenar. Portanto, em termos logísticos, temos questões dentro e fora da porteira, que se retroalimentam”, frisa o especialista. Ele salienta, ainda, a importância desses problemas serem sanados. Caso contrário, o Brasil pode ter um “apagão logístico” no campo a médio prazo.
Soluções
Segundo o professor João Rebequi, a tecnologia no setor agro (que já conta, por exemplo, com um bom número de aplicativos que ajudam em tarefas como mapeamento de área, manejo do gado, produtos de pulverização, entre outros) precisa trabalhar focado em uma premissa: fazer mais com menos. “Temos diversas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, tanto no aspecto da agricultora de precisão, irrigação, armazenagem, e também na indústria química, que visam esse ganho de produtividade”.
Na área em que João atua — a de irrigação —, há diversos exemplos de tecnologias criadas para facilitar o trabalho e diminuir o perigo de perdas. “Hoje, os pivôs centrais garantem a segurança da lavoura, ou seja, mitigam o risco de perdas climáticas e, com o manejo adequado, garantem uma intensificação do capital investido com aumento de produtividade. Uma empresa que possui um app de manejo hídrico é a Irriger, que garante a aplicação exata de água sem nenhum desperdício, e com redução de emergia”, explica.
Para João, os empresários do setor, institutos de pesquisas e produtores estão no “caminho certo” para desenvolvimento de saídas que diminuam perdas. “O setor tem feito o trabalho certo nessa direção”.

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